Desaparecido.

Em plena primavera, a temperatura estava altíssima. Como moro cerca de vinte minutos de um rio, pedi para minha mãe, permissão para levar meu irmão para nos refrescarmos.

Um pouco contrariada, já que tenho nove anos e meu irmão sete, e não teríamos sua supervisão , acabou aceitando. Mas não antes de fazer o pedido para não irmos para o fundo do rio. Que segundo ela diz, criança nenhuma consegui se salvar sem ajuda de um adulto.

Fomos por uma trilha no meio do mato, para ganhar tempo. Rindo e chutando uma bola murcha, branca e vermelha, pelo caminho. Chegamos suados e entramos correndo na água fria e convidativa.

Por descuido,deixei a bola ir em direção a parte profunda. Logo pensei na nossa mãe. Mas não podia perder nossa única bola. Sem falar que meu irmão ficou me provocando, me chamando de covarde.

Fui nadando cachorrinho já que não sabia nadar. Finalmente alcancei a bola. Abri um sorriso de alívio. Voltei segurando a bola e batendo os pés.

Quando cheguei a margem foi que me dei conta que meu irmão havia desaparecido. Gritei, achando que estava se escondendo, mas não obtive resposta.

Voltei pra casa. Perguntei por ele, minha mãe disse que o moleque não tinha voltado. Expliquei o que tinha acontecido. Ficou furiosa, só faltou me bater na cara.

Desde o acontecido, meu irmão jamais foi encontrado.