Seres da Noite
Malditos seres da noite.
Com corpos delgados e esguios se esgueirando pelo teto e pelo chão. Dançando e flutuando em torno de si próprios com tamanha agilidade que parecem dançar ao som de alguma música extasiante, porém tocada numa frequência inaudível aos humanos.
Seus olhos negros e coração sedento por sangue se mexem acelerados - talvez pela ausência de movimento do pulmão - muito acima dos meus, mesmo nesse momento de terror.
Silêncio.
Retomo a contagem: são mais de 5 deles.
Quer dizer, delas: apenas as fêmeas buscam sangue.
Elas avançam na minha direção de maneira uniforme, porém desorganizada. Consigo abater a primeira. A segunda também morre antes que a última das 5 tenham chegado até mim.
Meus braços se agitam de maneira mortal, contudo não as alcançam.
Uma delas investe num ataque vindo de cima, enquanto a outra vem pelo meu flanco esquerdo - talvez meu ponto mais fraco - e a terceira fica parada encostada na parede oposta à nossa contenda: a primeira morre a outra consegue tirar meu sangue. Ataco, mas ela recua e consigo apenas acertar a mim mesmo. Dor.
Somos apenas 3. Eu e aqueles dois seres da noite: ambos mantendo uma breve distância, porém não param de ensaiar movimentos de ataque.
Preparo-me para tomar a iniciativa do próximo ataque, quando ambas alçam voo na direção contrária: fogem enquanto as encaro ir embora.
Terminamos isso outra noite.