Seres da Noite

Malditos seres da noite.

Com corpos delgados e esguios se esgueirando pelo teto e pelo chão. Dançando e flutuando em torno de si próprios com tamanha agilidade que parecem dançar ao som de alguma música extasiante, porém tocada numa frequência inaudível aos humanos.

Seus olhos negros e coração sedento por sangue se mexem acelerados - talvez pela ausência de movimento do pulmão - muito acima dos meus, mesmo nesse momento de terror.

Silêncio.

Retomo a contagem: são mais de 5 deles.

Quer dizer, delas: apenas as fêmeas buscam sangue.

Elas avançam na minha direção de maneira uniforme, porém desorganizada. Consigo abater a primeira. A segunda também morre antes que a última das 5 tenham chegado até mim.

Meus braços se agitam de maneira mortal, contudo não as alcançam.

Uma delas investe num ataque vindo de cima, enquanto a outra vem pelo meu flanco esquerdo - talvez meu ponto mais fraco - e a terceira fica parada encostada na parede oposta à nossa contenda: a primeira morre a outra consegue tirar meu sangue. Ataco, mas ela recua e consigo apenas acertar a mim mesmo. Dor.

Somos apenas 3. Eu e aqueles dois seres da noite: ambos mantendo uma breve distância, porém não param de ensaiar movimentos de ataque.

Preparo-me para tomar a iniciativa do próximo ataque, quando ambas alçam voo na direção contrária: fogem enquanto as encaro ir embora.

Terminamos isso outra noite.

Brunno Andrade
Enviado por Brunno Andrade em 14/11/2014
Código do texto: T5034504
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