Triângulo letal - parte 3

O The Bellagio era uma atração à parte naquela cidade com muitos atrativos.

O design, a decoração luxuosa e excêntrica, requintada e detalhada assim como a luminosidade vaga nas salas de jogos e ampla no salão de entrada era um banquete aos olhos.

Eram tantas distrações que ficava difícil se impressionar com alguma coisa. Pessoas com óculos de várias cores e formatos, chapéus coloridos, smooking's impecáveis, carros luxuosos, tudo isso seria novo em qualquer outro lugar, mas ali, os olhos cansados dos visitantes já estavam acostumados à novidades surgindo a cada segundo.

Mas quando a morena de vestido bege pisou na úmida calçada, apoiando a perna bem torneada por anos de pilates para sair da limusine, ficou impossível não reparar. Alguns até mesmo abaixaram os óculos, afim de desobstruir a visão.

Diana era um imã. Um grande imã de pele morena e curvas cuidadosamente trabalhadas.

O corte em V obtuso de seu vestido deixava um leve filete de perna à mostra, o que já era mais que suficiente para a destacar.

Com um sorriso largo ela aceitou o cavalheirismo do chofer e estendeu a mão para sair do carro.

Foi recebida por seu contato, Igor Wazinsky, russo, 49 anos, diretor de uma das maiores redes de entretenimento adulto da Ásia Meridional. Claro que não.

Aquele era Reinard Wight, ou Reind, 46 anos, americano de origem russa, vigarista profissional, ou como gostaria de ser chamado naquela situação, ator coadjuvante.

Sim, porque neste exato momento estava contracenando com a atriz principal, que ofereceu seu braço para ser levada pelo tapete vermelho da entrada, afim de adentrar ao palco.

Não foi difícil conseguir a representação de uma empresa de pornografia. Afinal, quem era Igor ou o que ele fazia não importava, desde que tivesse dinheiro.

Apostar, gastar, consumir, essa era a ordem que qualificava as pessoas ali, e somente isso bastava para ser o bilhete de entrada.

O dinheiro? Eles já haviam conseguido.

De posse da senha o único trabalho que tiveram foi realizar a transferência, o que foi feito pelo notebook de Rick minutos antes.

Mas isso era apenas o primeiro passo.

O show iria começar em breve e os personagens já estavam em seus devidos lugares.

Igor piscou para ela.

_ É agora.

Ela se limitou a sorrir e a apertar um pequeno botão escondido entre as pregas da bolsa que carregava.

O sinal à rádio viajou alguns metros de distância até o celular de Marcus.

Este estava posicionado próximo a mesa 17, escondido pela luz tênue do bar e por uma pilastra de mármore, de olho no alvo.

O sinal deixava claro que a partir dali cada segundo era precioso.

Não podiam cometer falhas. Não naquele lugar.

Já haviam ensaiado aquilo várias e várias vezes. O cofre se encontrava a dois andares abaixo do salão de jogos e só havia um jeito de chegar até lá, através de um elevador de acesso único, localizado no sétimo andar. Um lugar estratégico, já que o The Bellagio possuía quatorze andares.

O coração do cassino era muito bem guardado e não seria fácil chegar até lá.

Mas isso era um pequeno detalhe para Marcus e Diana. A mente dos dois trabalhavam sem parar agora, examinando cada rosto, cada movimento.

As baleias, como eram chamados os grandes apostadores, estavam todas lá, com suas carnes suculentas. Um aperitivo tentador para dois lobos como eles.

Mas a grande baleia era a caça da noite.

" Onde está você, Sr. Miller? Precisamos ter uma breve conversa. " pensou Diana, enquanto procurava com o olhar o dono do local.

Vinny Barros
Enviado por Vinny Barros em 24/03/2015
Código do texto: T5180950
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