QUEM MATOU CHAFARIZ? - CAPITULO 3

Leonora, a pupila que substituía, Chafariz em suas ausências, sempre ficava vermelha, quando da chegada de Ema, e agora não fora diferente, ela olhou a mulher que se travetia de negro, e usava pérolas, ainda com a luz do dia, aos sessenta anos, Ema parecia uma menina, a pele morena clara, e brilhante, o queixo furado, o olhar tranquilo trasmitiam emoção e júbilo a qualquer um, até mesmo a aqueles que viviam os NOVOS ANOS LOUCOS, agora na década dos anos dois mil e quinze.

E Leonora de longe, do alto de sua cena dirigida pelo filho daquela dama, odiava sobremaneira a chegada de Ema.

E o rapaz entretido com o momento artístico, nem enxergava nada além do atuar de Leonora, que na verdade, perfazia um papel dramático e carregado de ódio, e dessa forma, ficaria impossível para qualquer um naquele instante vislumbrar o quanto ela odiava além da cena...

Ema sentou-se no tapete azul turquesa que ornamentava o recinto, de forma leve e generosa, seu olhar transferia amor...para todos os quatorze atores que ali estavam ensaiando "A morte de um filósofo" que era a peça escolhida.

Chafariz sentiu a presença da mãe desvelada e proficiente atriz e diretora, mas não virou-se em nenhum momento do ensaio, ao contrário ficou mais imóvel possível somente bebendo daquela fonte divinal que é a interpretação...

Ao findar a cena, a mulher/pupila sorriu, e respirou mais fundo, para descansar do ato, que durou por longos dezessete minutos, e no entanto, após esse sorriso de relaxamento, ela voltou a franzir o cenho, ao encontrar o olhar sorridente de Ema, que a aplaudia....

CONTINUA NO CAPÍTULO SEGUINTE QUE SERÁ O QUARTO.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 23/06/2015
Código do texto: T5286953
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