Um relato da síndrome Alice no País das Maravilhas

Para o meu tratamento da síndrome da Alice no País das Maravilhas, síndrome de Todd, pediram que eu participasse de sessões de terapia, para não ficar paranoica. A desorientação, macropsia, micropsia, e outras distorções deixam me perdida, confusa. O intenso medo me invade. sinto medo dos objetos a minha volta, eles fluem, não aparentam ser matéria, se aproximam e se repelem enquanto o medo me domina.Antes de sair do local tenho pavor de saber que a minha mente me ilude e nada é real. Por que só eu vejo assim? enquanto meus colegas de classe prestam atenção no conteúdo do quadro, eu tenho focar na realidade, controlar me para não ir até o quadro negro tocá-lo e ter certeza que ele sempre esteve parado, ao contrario da minha mente, meu tato confirma a solidez dos objetos. Porém não é sempre que posso com auxilio dele sentir o que os outros veem e em prantos me retiro do recinto com medo de alguém notar que sou diferente deles. O tempo para mim é mais relativo que o normal, e o espaço também, não sei dizer se estou parada ou se estou correndo aceleradamente, não sei se já se passaram horas, dias, meses ou anos. A solidão e o vazio me deixam propensa a ver mais distorções, então á necessidade, ou carência, não sei , me faz precisar de alguém que converse amigavelmente comigo para que eu não seja enganada pelos meus sentidos, para que me mostre que nada do que vejo está se movimentando como fluido, para me trazer a realidade novamente, se é que já estive nela.

Scarr
Enviado por Scarr em 15/09/2015
Código do texto: T5383394
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