Vida Interrompida

A Sra. Pamela era uma mulher alta, de cabelos loiros, olhos castanhos claros, que amava o seu marido Wellington e seus cinco filhos Mara, Rose, Rita, Cássio e Roney,

Ela gostava muito de cuidar da casa e da sua família. Fazia tudo por eles.

Um dia seu marido que era militar e para ajudar no orçamento doméstico, nas horas de folga trabalhava como taxista.

Porém no final de semana não voltou para casa.

Ela então ficou desesperada e junto com o seu sobrinho Hareton foram procurá-lo nos hospitais, no Instituto Médico Legal, e nos bairros vizinhos.

Até que na manhã de domingo, o seu sobrinho Hareton, que estava com o filho mais novo da Sra. Pamela, Roney, o vê com uma mulher ao lado passeando no táxi. Como se fossem namorados.

E Roney grita:

- Papai!

Ele o olha, mas finge não reconhecê-lo. E continua dirigindo o seu carro. Rindo com a mulher ao lado. Como se fossem velhos conhecidos. Quem os via pensava ser um casal.

Hareton ao voltar para a casa da sua tia, ficou em dúvida se contava o ocorrido ou não.

Até que Roney diz:

- Mamãe, eu vi o papai com uma mulher morena, muito bonita, olhos pretos, bem mais nova do que ele, mas ele nem me viu.

E começou a chorar.

A Sra. Pamela ficou furiosa por dois motivos:

O primeiro pelo seu marido a ter traído e o segundo por não ter reconhecido o seu próprio filho, e muito pior, o ter desprezado daquela maneira.

A mulher trocou de roupa e foi esperá-los no lugar que o viram passar.

E como a sua intuição funciona maravilhosamente, eles passaram novamente por lá.

E ao cruzarem o farol, ela esperou que fechasse. Entrou na frente do carro, o marido a olhou assustado. Ela abriu a porta do carro, arrancou a mulher com muita força pelos cabelos e bateu em seu marido.

A mulher correu por entre os carros e com muito medo da fúria da esposa.

Ele parecia que estava enfeitiçado, e estava mesmo, pois a mulher havia colocado um feitiço em um vidro de perfume, para que ele não se lembrasse mais de nada, da sua vida de casado e nem dos seus filhos e sua esposa.

Ele despertou quando a Sra. Pamela com muita raiva jogou o frasco de perfume que estava no interior do veículo no chão, que se espatifou no chão.

Nesse mesmo instante ele despertou e reconheceu a esposa e seu sobrinho.

E ao retornarem para casa, o marido trancou-se no quarto e ouviram um tiro.

Assustados arrombaram a porta e notaram que ele havia atirado na mala do seu sobrinho Hareton.

Ele estava sentado no chão do quarto com as mãos na cabeça, sem saber o que estava acontecendo, ou o que tinha feito.

O seus pensamentos estavam totalmente distorcidos.

A Sra. Pamela disse que queria a separação.

Ele pediu perdão várias vezes, e disse que se mataria.

Por meio de tantas insistências, e por medo de que ele tirasse a vida, ela o perdoou.

E pensou nas crianças pequenas também, pois ela não trabalhava. Como faria para cuidar das crianças?

E começaram a tentar a levar a vida novamente e esquecer o ocorrido.

Porém ela estava com a ideia fixa de eliminar aquela mulher.

Não sabia como, mas sonhava muito com o dia da vingança.

Arquitetou vários planos e como o destino sempre nos trás as pessoas que queremos em nossa vida, principalmente para colocar em prática um plano diabólico como ela tinha em mente, conheceu o ex namorado da moça. Que também tinha um ódio mortal dela, pois ela o havia abandonado para ficar com o marido de Pamela.

O ex namorado de Neusa tinha cabelos pretos, olhos verdes, uma pinta no lado esquerdo do nariz, lábios finos e um calo no meio da testa, era alto, e já havia passado por tratamento psiquiátrico, pois constantemente tinha convulsões.

Os dois combinaram o final fatal da moça.

E então armaram-lhe uma cilada.

E tudo estava planejado.

Seria numa sexta-feira, dia 13, e esperariam a moça passar no caminho que seguia para a Rodovia.

Todos os dias, por volta das 23 horas, ela passava por aquele caminho deserto e muito escuro.

Quando ela estava passando por eles, Anderson, seu ex namorado, deu-lhe uma gravata e ela caiu no chão.

A Sra. Pamela amarrou as mãos dela e os pés com uma corda. E também tomou o cuidado de amordaçá-la, para que ela não gritasse.

Colocaram a mulher no porta mala do veículo de Anderson e seguiram rumo a Rodovia.

Rodaram por várias horas pela estrada e encontraram o lugar escolhido. Como estava chovendo, a visão era péssima, por isso eles demoraram para encontrar o lugar, em que acabariam com a vida da moça.

Pararam o carro e lá tinha um poço muito fundo.

Antes de jogá-la, a Sra. Pamela quis se vingar mais um pouquinho, bateu com muito gosto naquela mulher, que não podia se defender. E após ela estar farta de tanto agredi-la, a moça já estava completamente desfigurada, de tantos chutes e pontapés. Anderson a pegou no colo, a Sra. Pamela o ajudou pegando a moça pelos pés. E assim, eles a jogaram no poço.

Voltaram para casa, Anderson deixou a Sra Pamela em sua casa e seguiu o seu destino imersos em pensamentos maléficos, sem nenhum sinal de remorso.

A casa de Anderson se situava em um bairro vizinho da Sra. Pamela.

Quando ela abriu a porta de sua casa, foi banhar-se, fez um chá e o tomou, e foi dormir.

Seu marido não estava em casa. Estava trabalhando como taxista nesse dia.

Ela sonhou a noite inteira com a moça e o poço.

Ela chegava perto do poço e ouvia gritos horripilantes.

E sem prestar ajuda ou olhar no interior do poço, ia embora.

Num belo sábado, de muito Sol, estava fazendo compras no supermercado com o seu marido, quando deparou-se com Neusa.

Ela o olhou de relance, esbarrando uma na outra.

A Sra. Pamela ficou pálida, assustada e pensou ter visto uma assombração, passou as mãos pelos olhos, tentou vê-la novamente, mas ela já não estava lá.

Vários meses se passaram e descobriram o corpo no poço. Fizeram o reconhecimento cadavérico e tratava-se da irmã gêmea de Neusa, a Inês.

A Sra. Pamela, para não ter pistas de quem havia traçado o plano, e com muito medo de pegarem o Anderson e ele a entregar também, o chamou para uma visita em sua casa. E serviu-lhe chá com bolachas.

Ele disse:

- Amanhã voltarei para conversarmos.

Ela respondeu:

- Eu o aguardarei.

E o moço ao chegar à sua casa sentiu uma sensação de queimação na garganta e na boca, dores abdominais e constipação intestinal com sangue. Teve uma morte lenta e agonizante no decorrer de dois dias. A causa de sua morte foi atestada como desidratação.

E ela viveu em paz com o seu marido e seus sete filhos, pois mais tarde teve mais dois meninos.

E a morte de Inês continua a ser um grande mistério...

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 05/05/2016
Código do texto: T5625959
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