Um corpo na biblioteca

Era um pouco mais de nove horas da manhã daquele sábado, 28 de Agosto, quando o Sr. Smith foi encontrado morto na biblioteca de sua mansão, pelo seu mordomo e também melhor amigo, Alfred Lane. Alfred o encontrou sentado em uma poltrona, aparentemente como se estivesse dormindo, mas ao pegar na mão de seu patrão, constatou que o mesmo já estava sem vida. Transtornado e sem saber o que fazer, Alfred telefonou para a Sra. Smith (a primeira pessoa que veio em seu pensamento)

que estava viajando para tratar dos negócios da família, para dar a triste notícia.

- Alô!

- Sra. Smith! Aconteceu uma coisa terrível e eu não sei como lhe dizer...

- O que aconteceu Alfred!? Diga de uma vez!

- Sra. Smith...

- Vamos Alfred, fale de uma vez!

- Parece que o Sr. Smith foi assassinado!

- O que você disse Alfred?

- Eu sei que é horrível senhora, mas eu o encontrei morto na biblioteca, e o mais estranho é que não há marcas nem perfurações no corpo.

- Como assim Alfred? Quem mais estava na casa além de vocês?

- Somente nós, e os funcionários, senhora.

- Alfred, chame a polícia imediatamente e vou tentar pegar o primeiro vôo para Nova York.

- Está certo, Sra. Smith.

Ao desligar o telefone, um segredo do passado voltou a atormentar a sra. Smith e tirar a sua paz. Será que Thomas Smith tinha descoberto esse segredo e tirou a própria vida? Que terrível segredo poderia ser esse? Enquanto isso na mansão, a polícia tinha recém chegado e o delegado Newman já estava interrogando os funcionários, enquanto o corpo do Sr. Smith era levado para a autópsia.

- Pode entrar o jardineiro, por favor.

- Sr. Joseph, ao que me consta, o Sr. Smith era um homem muito distinto. O senhor sabe me dizer se ele tinha inimigos, ou algum inimigo em especial?

- Senhor delegado, eu trabalho para essa família há mais de 40 anos e nunca soube que o Sr. Smith tivesse inimigos.

- Muito bem, e aonde o Sr. estava ontem entre as duas e três horas da madrugada?

- Eu estava no meu quarto dormindo, doutor, geralmente eu me deito às 22 horas e me levanto às seis da manhã.

- Está certo Sr. Joseph, obrigado. O Sr. está dispensado.

Após interrogar Joseph, o delegado interrogaria a Srta. Julie Andrews, governanta dos Smiths.

- Srta. Andrews, a que horas a senhorita costumava servir o chá do Sr. Smith?

- Por que essa pergunta delegado? Está desconfiando de mim?

- Calma, Srta. Andrews, é apenas uma pergunta rotineira.

- Está certo. Eu costumava levar o chá do Sr. Smith entre às 21 e 22 horas, mas ontem eu estava de folga e então não sei quem o serviu.

- Será que não foi o Alfred, seu fiel mordomo e amigo?

Perguntou o delegado

- Talvez tenha sido ele mesmo.

- Muito bem Srta. Andrews, já que a senhorita estava de folga, está liberada.

Ao deixar a biblioteca, Julie disse a Alfred que o delegado o esperava.

- Com licença, doutor!

- Entre, Alfred, pode sentar-se.

- Diga-me Alfred, como você encontrou o corpo de Thomas Smith?

- Bem, doutor, hoje cedo eu fui levar o café da manhã para ele no quarto, porque ontem à noite ele disse que estava indisposto e não queria ser incomodado até o amanhecer. Eu também estranhei porque nem o chá ele quis beber.

- Então você lhe serviu o chá?

- Sim, eu levei até o quarto mas ele não quis beber.

- E a que horas foi isso, Alfred?

- Por volta das 21:30, doutor.

- E o que você fez depois?

- Depois eu fui me deitar, doutor.

- Está certo, Alfred, obrigado. Está liberado.

Enquanto aguardava o outro funcionário, o delegado Newman pensava consigo mesmo que sem o resultado da autópsia, seria difícil desvendar esse caso, porque até então todos os depoimentos pareceram verdadeiros e convincentes. Mas não demorou muito e o médico legista chegou com o resultado.

- E então, doutor, qual foi a causa da morte? Perguntou o delegado.

- Doutor Newman, o senhor pode respirar aliviado porque não houve nenhum assassinato. O Sr. Thomas Smith morreu enquanto dormia...

Rio de Janeiro, 16/09/17

Pedro Paulo Costa
Enviado por Pedro Paulo Costa em 16/09/2017
Reeditado em 17/09/2017
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