Caos

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Sentindo um frio cortante abri os olhos, a parede estava destruída, meu quarto era apenas um amontoado de entulhos, não sabia onde eu estava, pois quando olhei para fora tudo estava destruído, em meio a nevoas e com um forte cheiro de queimado eu caminhei.

Mesmo vendo tudo o que eu conhecia morto, destruído, eu não me desesperava, sentia uma paz lânguida, como se de repente nada importasse...

Andei, vagando por todo aquele caos como uma sonâmbula, não via ninguém, era tudo cinza, fétido, seco, era como um pesadelo, mas quando toquei em meu braço eu senti quando toquei em uma pedra no chão conseguia captar pelo tato a textura, isso significada apenas que aquilo era a realidade, minha nova realidade. Quando vi uma pequena criatura demoníaca sair de um beco correndo me assustei, estática olhava desacreditando, o que seria aquilo!? Corri para dentro de uma loja, me abaixando atrás do balcão, só neste instante notei que algo estava errado, minhas pernas estavam totalmente machucadas, com feridas em carne viva, apesar de não sentir dor alguma eu gemi, estava sozinha e ferida...

Sai correndo pela rua, em direção a avenida principal, só o som dos meus passos podia ser ouvido. Pela primeira vez eu chorei ao ver a enorme cratera no chão, onde devia haver um grande supermercado, olhando para dentro podia ver um lago de lava, fui então pela direção oposta, quando prestes a correr mais uma vez me via cercada por horrendas criaturas que me olhavam com o olhar parado de seres de pouco inteligência, eu tremi como se sentisse um frio glacial. Quando se dispersaram em diversas direções me mantinha ali, desacreditando de tudo, tentei gritar, mas eu não tinha voz, fui até uma casa, entrei, mesmo estando quase completamente destruída algumas paredes ainda estavam de pé. entrando no que um dia foi um quarto eu me olhei no espelho, e vi de repente minha face quase cai desmaiada, minha boca estava costurada, meus cabelos totalmente brancos,tinha uma palidez mortal, e os olhos arregalados, tropeçando pelo que tinha atrás de mim eu caminhei insana soltando grunhidos. Ao olhar mais uma vez para as pernas feridas que me sustentavam vi pequenos vermes me devorando, grunhindo mais forte, lagrimas escorrendo, a lembrança de meu reflexo, a solidão, tudo começou então a girar, caí de costas, podendo pela primeira vez o céu, diferente do azul que eu estava costumada me vi dentro de uma prisão gigantesca, naquele instante percebi que eu estava no inferno...

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T Sophie
Enviado por T Sophie em 19/08/2007
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