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À luz de Nostradamus
(sexta-feira 13)

 
Era uma vez no Condado de Pindorama Best, numa sexta-feira 13, quando uma cópia (segundo alguns críticos) da Maga Patalójika reinava de verdade. Lá, um grupo de mendicantes, que buscava abrigo, tomou, à força, um veículo da empresa de correios que entregava correspondências. Dentre eles, estava o condenado de nome Thirteen-Six Six Six que trocou de farda com o funcionário daquela empresa e o trancafiou no baú do caminhão, juntamente com os seus comparsas. Assim, passou a comandar tudo. Só que em toda mansão que o suposto carteiro apertava a campainha, havia um cão bravo que o impedia de avançar. Ele, para não ver o seu plano frustrado, resolveu mudar de bairro.
 
Depois de percorrer 13 quilômetros, o condenado Thirteen-Six Six Six viu uma casa modesta, porém bonita e bem cuidada. Tocou a campainha, e nada. Bateu palmas, mas ninguém apareceu. Daí, já desesperado, se pendurou no muro e gritou:
– Pelo amor à teologia da libertação, alguém pode me salvar?
Novamente, sem resposta. Então, fez sua última tentativa e berrou: “Alguém mora ou não mora nessa joça?”.

Foi quando uma voz suave lhe respondeu:
– Moro.
O susto foi tão grande que o suposto carteiro se desequilibrou e caiu sobre um rato que saía de uma vala. E o ratinho indefeso grunhiu: “O que é isso, companheiro?”.
 
Naquele momento, as rádios anunciavam a previsão do tempo para todo o condado: “Tempo fechado com risco de tempestades a qualquer hora”.



Imagem: Internet.