Ela sempre te busca - Parte 1

_"Vamos Pedro! As coisas já estão no carro, vamos perder o trem e desse jeito a viagem vai durar uma semana e não três dias."

Que bom se essa animação tivesse se perpetuado, ou melhor, que nem tivéssemos partido naquele dia.

Era mais um mê de julho e novamente as férias haviam chegado, e como de costume sempre no mês de maio começávamos a organizar nossa viagem e desta vez um novo destino, uma nova aventura, um passo ao desconhecido.

Éramos cinco jovens aventureiros, Pedro, Fábio, Camila, Paula(irmã de Pedro) e eu, Fred.

Costumávamos ir sempre ao sítio dos parentes de Fábio para passar as férias, mas já estávamos no ensino médio e precisávamos nos arriscar mais, conhecer lugares diferentes, ter novas histórias para contar. Então resolvemos trocar de roteiro e seguir para as montanhas ao Sul de Minas Gerais, com cachoeiras, trilhas e acampar ao ar livre.

Foi uma viagem de trem tranquila até, três dias sem muita aventura, apenas paradas corriqueiras, lanches, brincadeiras, e enfim o último destino chegou.

Paramos na ultima estação antes das montanhas e de lá seguimos a pé, porque já que era para ser diferente não haveria sentido pedir táxi, e lá fomos.

Assim que avistamos a trilha Fábio disse não ter sentido algo bom, era tipo um calafrio e tremor nas mãos, e a zoeira foi geral.

_Não aguenta ficar longe da mamãe..rsrs, disse Pedro.

_Calma que já vem a dor de barriga..kkk, disse eu.

_Vamos parar gente que daqui apouco ele vomita..rsrs, falou Camila.

E continuamos trilha a dentro.

Nem andamos 05 km e já começava a anoitecer e a dar fome também. Paramos alí mesmo para descansar e talvez até a primeira parada para dormir, mas Paula não queria dormir alí já que faltava pouco para chegarmos ao topo, pois não era tão alta aquela parte da montanha.

Chegamos a um acordo e continuamos a subir, mais 06 km e lá estava a gente, no alto, no topo, vendo as estrelas mais perto da gente, sentindo o ar mais puro e uma brisa inesquecível.Pegamos as lanternas e já tratamos de armar as barracas e acender a fogueira e na roda em volta do fogo começamos a fazer os planos para os dias que seguiriam.

Não levamos relógio nem celulares, havia de ser um isolamento, mas havia uma pequena vila perto de onde o trem fez a última parada.

Muito papo rolou e o sono chegou, garotos numa barraca, garotas na outra.Tudo muito calmo até começar uns barulhos de galhos quebrando como se mexessem no resto da fogueira já apagada, confesso que aquilo me tirou o sono por um tempo, na verdade só eu estava acordado naquele momentos os outros dormiam muito bem.

No dia seguinte contei sobre o acontecido, e fui zoado até sentir arrependimento em ter dito. Arrumamos umas coisas na mochila e fomos desbravar o local.

Muitos banhos de rio, pulos de quedas d'água, guerra de lama, biscoitos apetitosos que só a vó de Pedro sabia fazer, e o dia ia seguindo. Camila saiu da água porque disse já estar dando cãimbra de tantos pulos e mergulhos, quando de repente ouvimos gritos, era ela.

Seguia gritando e mancando ao nosso encontro dizendo ter visto algo ou alguém entre as árvores nos observando, mas não dizer se era bicho ou gente, apenas que parecia uma figura dantesca. Todos ficamos assustados porque não parecia ser uma brincadeira dela, ela estava pálida notoriamente assustada, melhor, apavorada. Saímos do rio e decidimos voltar para o acampamento, mas já podias sentir que o medo naquele instante andava ao nosso lado.

Já começava a anoitecer e ainda não conseguíamos avistar as barracas, quando barulhos, novamente entre os galhos das árvores se fizeram presente, naquele momento já não havia risos, brincadeiras e olhar de cada um era amedrontado, e mais barulhos seguiam nossos passos e cada vez mais perto, decidimos começar a correr.

Nem todos tinham a mesma forma física e acabavam ficando para trás, então decidimos nos manter juntos não importa o que houvesse. Chegamos nas barracas e tudo estava destruído, e nossas coisas jogadas ao redor e um mau cheiro se espalhava pelo lugar, completamente assustados e apenas com duas lanternas o medo foi ficando ainda maior porque já era noite e não tínhamos onde dormir e nem conseguíamos encontrar roupas mais quentes.

Os barulhos agora eram mais frequentes e mais perto, não dava para iluminar tudo e as garotas começaram a chorar e pedir para sairmos dalí, mas como se mal iluminávamos nossos rostos quando de repente Camila gritou agudamente e pelos sons parecia que ele tentava se agarrar a algo e sentimos o mal cheiro entre nós, foi quando achei Camila com a luz da lanterna no chão, estava molhada e fui ajuda la a se levantar, levantei apenas metade do seu corpo embebido em sangue e comecei a gritar, logo os outros vieram a té mim e Paulo que estava com a outra lanterna clareou Camila, com o olhos abertos como se pedissem socorro, e cortada ao meio, foi uma gritaria total porque ainda ouvíamos os galhos quebrarem e o fedor ainda sentíamos muito presente.

Continua...

Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 28/05/2018
Reeditado em 28/05/2018
Código do texto: T6349147
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