Papel no Chão

O rapaz caminhava distraído. Mas não o suficiente pra se livrar do papel dobrado que estava no chão da calçada de uma avenida movimentada do Centro de Maceió. Curiosidade somada ao acaso atraído o levariam a se abaixar, apanhar o papel, e abri-lo. Foi como ser laçado. O rapaz não era diferente, mas havia algo diferente nele que fez com que fosse pra ele. O rapaz pensava não haver mais chance. Sentia-se velho. Assim, foi o começo...

Havia algo escrito no papel...

“Isso não é ficção. Isto não é uma história, um conto, ou qualquer coisa do tipo. Isso é um aviso e uma oportunidade. Se não os quiser, pare agora e devolva o papel ao chão. Alguém pode querer.

Ao continuar lendo saiba que estará escolhendo, e fazendo a escolha, arca-se com a colheita. Só o fato de você estar aqui agora demonstra que essa mensagem precisa chegar até você. Então, acho que a escolha já foi feita.

Isso só terá valor se você der a chance que é preciso, caso contrário, esquecimento...

Pare por alguns segundos e reflita:

O que você acredita ser o Mundo?

Vou repetir de outra forma:

O que você acredita ser o verdadeiro motivo para estar agora mesmo aí lendo esse texto e tendo a oportunidade de estar no Mundo?

Por que você existe?

Você poder me responder com diversas respostas, embora sabendo que nenhuma delas será confirmada como a verdadeira verdade já que tal verdade tornou-se verdades e verdades não são a verdade verdadeira que as verdades falsas acabaram por nos falsificar o verdadeiro que há em nós. Mas existe algo, algo que chamamos fé...

Pare e mais uma vez reflita:

Quem pode te garantir que tudo que você pensou é verdade?

Saiba que você sempre esteve enganado.

Desde que nasceu.

Tudo que aprendeu até aqui é falso.

Tudo.

Existe uma verdade pulsando em você que foi mascarada e essa máscara tornou-se a eterna algema que impede você de perceber agora mesmo quem é de verdade.

O que você pensa ser?

Se pensou, então saiba que não é.

Te disseram que você era isso para que você pudesse se tornar alguém comum, como todos devem ser para que não percebam, e desde sempre, antes, quando ainda aqueles que te trouxeram ao Mundo foram igualmente cegos e criaram como cegos, pobres vítimas de sua própria inocência e incapacidade de reagir diante do conforto do encanto... vivemos em um Reino Encantado... nosso encanto é nossa ignorância sobre quem somos... então não pense que sabe. Você não sabe. Jamais poderia saber tendo crescido e aprendido como eles querem, nunca percebendo que até mesmo o pensamento pensado era reprodução do que sempre pensou ser o certo desde que percebeu que era algo que se percebia...

NOS ENGANARAM PARA NOS DOMINAR!

Tudo nesse Mundo é formado pelo mesmo que você e por isso Tudo ao seu Redor é você mesmo queira você aceitar ou não, o dia, a noite, tudo, é reflexo do que você é de verdade antes de aceitar ser o que te disseram porque você era inocente antes de te ensinarem a ser escravo...

NÃO ESTAMOS AQUI POR ACASO!

Voltaremos para casa um dia... pra nossa real família... mas nossa missão precisa ser descoberta...

Qual o sentido da Vida?

Eu te darei apenas um grão da Verdadeira Verdade pra que você escolha regar ou deixar que o tempo mantenha as coisas em seu devido lugar... então... aí está...

VOCÊ É DEUS!

Agora, crie seu Destino... não culpe ninguém mais...

Reaprenda a viver...”

O rapaz leu o que havia escrito.

Se abaixou e pousou o papel dobrado no chão da calçada, no exato local onde o havia encontrado. Continuou sua caminhada apressada, mas de alguma forma, ele não era ele mais...

Um jovem vê um papel dobrado caído no chão.

Ele está triste, vinha chorando discretamente, perdera a esposa pra o câncer recentemente... não encontrava sentido para prosseguir com a vida, era o que ele pensava... pensava na esposa... e em como as outras pessoas eram hipócritas... nojentas... podres por dentro... o Mundo agonizava... e as pessoas sempre desorganizando a vida para não admitir a culpa por toda a sujeira em que se guardaram por dentro... sempre querendo culpados... as pessoas não mereciam ser salvas... elas estavam por demais desorganizadas... por dentro... não estavam prontas pra reconhecer a Verdade... não sabem pra que vieram... só sabem quando perdem... A multidão não cessava seu movimento. O calor aumentava...

Ao passar pelo papel, ele percebe que ele está bem abaixo de uma lixeira.

Ele pensa mais uma vez em como as pessoas estão desorganizadas... cegas...

Ele se acocora, o apanha, sente que ali há algo que precisa estar escondido, e em instantes, o papel está entregue ao esquecimento...

Edgar Lins
Enviado por Edgar Lins em 02/06/2018
Reeditado em 08/08/2018
Código do texto: T6353096
Classificação de conteúdo: seguro
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