1ª Zona Morta - São Paulo - Zona Leste - Acordando

PRIMEIRO CAPÍTULO

Dormiamos sossegados, eu Nafson e minha esposa Raara. Quando escutamos os cachorros latirem desesperadamente. Eu sonhava que estava em uma fronte de batalha e uma guerra acontecia diante dos meus olhos, ao acordar percebi que o barulho da guerra não havia se discipado, demorei alguns segundos para assimilar, quando minha esposa pulou de sopetão da cama.

Raara - Aaa calem a boca, eu quero dormir.

E correu para fora para chamar a atençao dos cães, assim que ela saiu e os cães começaram a grunir, como se quizessem apenas atenção. Assim que eu sai passei pela cozinha e olhei no relógio, eram 4:32 da manhã. Havia muita fumaça no céu, mesmo por uma escuridão iluminada pelo luar era possível perceber a fumaça e o fogo. Em seguida me atentei ao barulho na rua.

Lola, um cão da raça Mastino Napoletano e que pesa 85 quilos, deitou aos meus pés tremendo como se fosse um gatinho a ronronar. Raara entrou rapidamente em casa, eu dei a volta pelo quintal para tentar ver o que estava acontecendo na rua.

Encontrei Raara saindo pela sala de entrada da casa com uma arma pequena de mão e com balas na boca enquanto colocava balas no coldre.

Nafson - Você não tinha se livrado dessas armas?

Raara - Fiquei só com essa, foi lembrança do meu pai - respondeu sorrindo.

Eu não me zanguei, fiquei feliz por termos uma arma em casa. Ela foi abrir o portão, mas eu a impedi. E disse que ia erguê-la através do muro do vizinho para que ela conseguisse enxergar o que estava acontecendo.

Assim que eu a levantei, sua respiração parou, eu perguntei se estava tudo bem e ela disse que não com a cabeça e pediu para eu levantar um pouco mais, assim que eu a levantei, ela se puxou pelo muro, e eu puxei de volta.

Nafson - Ta louca, volta aqui

Raara - Pérae, eu vou ver se dá para sair

Ela se esgueirou sobre o muro e disse "Da pra sair, não tem ninguém". Ela desceu do muro, eu corri e peguei a chave, ao tentar abrir o portão, percebi que o mesmo estava emperrado. Parecia que estava envergado pra dentro, ela me disse "tem um carro encostado ai na frente, parece o carro do seu pai, acho que é ele". Eu dei um tranco no portão e o mesmo tombou em minha direção, mais apoiei as mãos nele e consegui encosta-lo de volta e deslizando-o consegui abri-lo.

Saímos, eu entre o carro e o portão e ela por cima do capô do carro. Logo constatamos que não era o carro do meu pai, mas sim uma outra Zafira, branca, táxi muito parecida.

A rua estava um caos, fogo para todos os lados, havia um carro tombado no final da rua, e era possível ainda ouvir gritos ao longe, explosões e barulhos de carros freando também eram freqüentes. Achei tudo esquisito, quando vi três pessoas se aproximando lentamente pelo outro lado do carro em direção a nós. Minha esposa foi em direção deles e perguntou "Vocês sabem o que esta acontecendo aqui?" e eles nada responderam, pareciam normais, apenas olhavam meio esquisito, um olhar como poderia dizer (...) morto.

Os três começaram a se aproximar mais e minha esposa chegou perto, e disse "hei, to falando com você", quando eu percebi a pessoa levantando a mão, dei um puxão nela, e a mão do cara passou raspando, como se quisesse agarrá-la. Puxei-a novamente e disse, vamos entrar rápido. Voltamos e entramos na casa, a muito custo consegui puxar a droga do portão para o lugar, estranhamente só conseguia pensar que tinha pagado três mil reais naquela droga de portão e não fazia nem uma semana que havíamos mudado para aquele lugar. Minha esposa correu em direção ao fundo do quintal e disse "espera ai que eu ja volto". Escutei uma batida no portão, e outra. Quando percebi, o portão se inclinava para o meu lado, e vi os 3 caras forçando o portão para dentro. Tentei segurar, mas estava inclinado demais e pesado demais, não consegui e o portão caiu em cima de mim, me dando uma forte cacetada na cabeça.

Acordei no que eu acredito ser segundos depois, com um grito e tiros. Arrastei-me por baixo do portão desesperadamente, creio que perdi o couro de minhas costas no desespero para sair debaixo. Corri até o fundo do quintal e lá estava ela, cercada pelos três caras, que caminhavam devagar e agora emitiam gemidos terríveis, como se estivessem com a garganta enferrujada. Ela deu mais um tiro e um deles caiu, eu peguei um cano de aço que serviria para uma antena da construção, corri em direção a um dos caras e dei uma cacetada no pescoço dele, percebi que ele não parou. Dei outra cacetada bem forte agora na cabeça e o cara caiu, quando eu corri para acertar o outro cara, escutei minha mulher puxando o gatilho e "click", ela estava sem balas.

Imediatamente eu joguei o cano e acertei o cara nas costas, mas assim que o cano atingiu o cara, eu vi um vulto grande seguido de vários outros pulando e derrubando o cara, rolando com ele para lá e para cá. Então eu pude ver realmente, eram os cachorros, um Mastino Napoletano Gigante, Uma smooth colie, dois poodles e dois vira latas, eles pegaram o cara e o destroçavam no chão, ele se lentamente se mexia tentando reagir. Corri e peguei minha mulher que estava no canto da parede observando a cena. Chegamos na parte da frente da casa ela estava desesperada:

Raara - Mas que merda ta acontecendo?

Nafson - Eu não sei, esses caras parecem uns zumbis, iguais aos filmes do George Romero

Raara - Que zumbis nada, tamo fudido, os cachorros mataram um a gente matou outro, vamos ser presos

Nafson - Calma, vamos tentar entender o que esta acontecendo.

Nesse momento, os cachorros vem para perto de nóis, e minha esposa se abaixa para "falar" com eles, e pergunta "Vocês estão todos bem?" e abraçava-os. Eu disse “Não deixa eles te lamberem, pois a gente não sabe o que ta acontecendo, vai ver é uma doença”.

Levantamos o portão e colocamos de volta no lugar, entramos e fomos ver TV e ouvir radio para ver se nos passavam mais informações, estávamos tensos, cansados, apavorados e não sabíamos o que estava acontecendo e voltar a dormir realmente não era uma opção.

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