O Esquartejador (Oitavo Capítulo)

Os dias pareciam tranquilos desde os derradeiros acontecimentos. Abri a janela do apartamento. O sol brilhava e os raios solares vinham em minha direção, tudo estava bonito e calmo. Na rua pessoas passeavam com seus cachorros, casais andavam de mãos dadas e um silêncio gostoso invadia meu ouvido me convidando a voltar para cama. Era meu dia de folga e fazia um bom tempo que isso não ocorria, e eu precisava aproveitar a oportunidade para sair um pouco.

Vestido com uma bermuda da cor creme, camiseta branca agarrada ao corpo e sandálias, sai pela rua. O carro ficaria na garagem, iria a pé para algum lugar, um parque, sei lá. Apesar de morar em uma grande cidade, às vezes eu ouço o canto de alguns pássaros. Não sei especificar quais, porém, é bom escutar a natureza de vez em quando.

Desde o sumiço da Patrícia minha cabeça anda a mil por hora. Por que ela foi aparecer morta no meu apartamento e por que eu fiz a besteira de sumir com o corpo? Sentado em um banco de cimento, em uma praça perto de casa, comecei a analisar os fatos. Quem eu convidei para aquela festa? Provavelmente o pessoal do escritório inteiro, menos o doutor Bernardo. Será que os meus convidados levaram alguém de fora? Talvez.

Levantei-me. De longe avistei um homem e seu carrinho de sorvetes, fiz um sinal, o homem parou e eu fui a sua direção. Comprei um picolé e continuei andando, o sol cada vez mais forte e a pela queimando, não passei protetor solar, muito embora não tivesse um. Resolvi voltar para a casa.

Já em meu apartamento liguei o rádio numa altura suficiente para não incomodar o vizinho de baixo, uma velha de uns oitenta e tantos anos, seu nome era Quitéria e sofria de reumatismo, doenças de gente igual a ela. No som tocava um rock antigo, Led Zeppelin, Stones... não tenho ideia, só sei que a melodia era muito boa. Comecei a dar uma ajeitada na bagunça, meu quarto estava um verdadeiro caos. A cama desarrumada, e algumas camisas jogadas pelo chão. Aos poucos fui recolhendo a roupa e dando um jeito no meu leito de dormir. Tudo estava devidamente em seu lugar, só restava agora relaxar, abrir uma cerveja e assistir televisão.

Fernando F Camargo
Enviado por Fernando F Camargo em 17/03/2019
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