Fim do Mundo

Nunca pensei que seria testemunha do apocalipse. Sequer imaginei de que forma ele aconteceria.

Era apenas mais um dia comum, passeando pelas ruas. Um som inaudível subitamente se dispersava por entre nós. Para alguns, ele fazia total sentido. Uma expressão fria tomava o rosto de boa parte daqueles que ali estavam. Nossa sociedade estava à beira de um colapso.

A forma como aquelas pessoas agiam tornou-se assustadora. Pareciam querer eliminar quem não estava sob aquela espécie de lavagem cerebral. Nosso mundo, nossas ruas, se contaminaram por egoísmo, ganância e maldade. Os poucos que restavam foram obrigados a se refugiar em locais remotos e de difícil acesso.

Conseguimos nos abrigar em pequenas casas, nossos novos lares. Os poucos que éramos, incluindo crianças, finalmente nos sentíamos seguros. Tentávamos andar sempre em trajes brancos para tornar fácil nossa identificação, em oposição ao preto dos “zumbis” do controle mental.

Um trio de crianças que vivia em nossa habitação se abrigou por dias nas ruas dentro de grandes caixas de papelão. Porém o frio e as chuvas os tornaram vulneráveis, e ao encontra-los, os trouxemos para cá.

Nossa luta pela sobrevivência continua.