Em plena avenida

O sujeito vestido com uma capa de chuva e com o capuz cobrindo sua cabeça, estava parado no meio fio já havia algum tempo olhando o guarda de trânsito trabalhar.
Detalhe: – Não estava chovendo.
Sinal abre, sinal fecha e ele nada. Continuava ali parado, olhando.
O guarda, que de longe assistia a cena, depois de muito relutar, não se conteve. Foi até ele e perguntou.
- O senhor está precisando de ajuda?
- Não. – Respondeu secamente o sujeito.
Sem jeito, o guarda voltou para o seu posto e continuou a orientar o trânsito. Mas as horas foram passando e o cara continuava ali sem se mover, mas olhando para o guarda.
O guarda não aguentando mais aquela marcação, voltou e quis saber:
- Afinal o que o senhor está fazendo ai parado me olhando todo esse tempo.
- Não é da sua conta. – Novamente respondeu secamente.
- Ah, não!!! O senhor vai ter que me dizer o que está fazendo aí.
- Estou esperando sua mãe. – Respondeu de novo secamente.
O guarda entendeu a resposta como uma ofensa, porém não deu importância a má educação do homem e resolvendo sacaneá-lo respondeu irônico:
- Pode desistir e ir embora. Ela não vai vir, pois já morreu.
Com tal resposta o estranho personagem sem pestanejar e com cara de poucos amigos mais uma vez falou secamente.
- Então vou levar você mesmo. – E avançou em sua direção.
O guarda apavorado, instintivamente deu três passos para trás e foi atropelado pelo ônibus.
Fernando Antonio Pereira
Enviado por Fernando Antonio Pereira em 24/10/2019
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