Soterrados

Ela se sentia deitada, em uma posição limitada, de baixo de escombros pesados demais. De onde às vezes saía e via o mundo de novo, mas em seguida acordava de baixo dos mesmos escombros e tudo não passou de um sonho vil.

Esse processo sempre a despertava agonia acompanhada de desesperança. Aquele anseio que só sentido em horas desespero, por alguém que almeja ser salvo e se cansa de esperar, porque esta não pode nem sequer fazer algo, que não seja esperar... Os bombeiros e os cães.

Então às vezes ela levantava a cabeça em alguns graus da posição inicial, para vislumbrar pelas frestas entre os blocos, uma vista luminosa de bem-estar.

Será que de fato ela estava?

Delírio Rodrigues
Enviado por Delírio Rodrigues em 28/01/2020
Reeditado em 20/11/2021
Código do texto: T6852755
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