O ESPETÁCULO

Mariana saiu de casa para ir ao circo. No caminho encontrou uma amiga e foram conversando. A amiga era muito engraçada e estava sempre contando uma história diferente.

Neste dia em especial, a amiga resolveu contar uma história de suspense que aconteceu justamente no circo. Mariana relutou em deixá-la contar uma história ainda mais sobre uma situação ocorrida num circo. Mas, depois de bastante brincadeira da amiga, Mariana resolveu deixar que ela iniciasse a história.

A amiga jurou que o fato era verdade e que se ela duvidasse, certamente, a história aconteceria com ela. Mariana riu bastante da insistência da amiga e chegaram ao circo.

O espetáculo do circo estava maravilhoso. Nunca, em todos os circos que já havia frequentado, encontrara um tão perfeito. Havia um palhaço divertidíssimo, que fazia graça só de entrar no palco. Ele dava piruetas, contava piadas e de vez em quando mudava sua máscara.

Cada máscara expressava uma graça diferente. Entre as trocas de máscara Mariana se surpreendia com um olhar vermelho que se escondia rapidamente com uma nova máscara engraçada.

Começou a temer pela sua segurança. Não sabia como sairia dali depois de sentir inúmeros arrepios de horror. Findou o espetáculo e a hora de ir embora chegou. Procurou por entre seus pertences uma lanterna, uma vez que estava bastante escuro, pois a iluminação que era precária acabara de ser desligada de vez.

Não encontrou a lanterna, apenas uma pequena vela e um fósforo. Cuidado que sua mãe havia com ela toda vez que saia de casa. Demorou a acender a vela pois uma pequena corrente de ar insistia em apagar as fracas chamas do palito de fósforo.

Iniciou sua caminhada por entre os degraus da arena do circo. De repente olhou para o lado como a sentir uma presença. Deparou com o par de olhos como se fossem duas bolas de fogo. Seu coração gelou. Queria correr mas não conseguia. Seus pés estavam como colados ao chão. Suas pernas não obedeciam ao comando mental.

A vela apagou definitivamente. Sentia que ia desfalecer.

Acordou num palco imenso. Uma platéia gigante a aplaudir e a sensação de que fazia parte do espetáculo. Onde estaria de verdade e qual o motivo de estar ali? Se questionava sem resposta.

Viu ao seu lado aqueles olhos vermelhos agora disfarçados por uma nova máscara. O espetáculo começou. No primeiro ato sentiu seu corpo voar pelo espaço e cair numa jaula de leões. Ficou estarrecida. O pânico era geral. A platéia aplaudia com efusividade.

Os olhos vermelhos a fitavam fixamente como a dizer que deveria fazer algo. Pegou uma pequena vara de domar leões, deu dois passos para frente, três passos para trás e saiu em disparada. Os olhos a perseguiam. O medo a aterrorizava. O pânico gelou seus ossos. Uma imensa boca de leão apareceu à sua frente. Deu um grito mortal.

Depois silêncio... Sepulcral!!!

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 15/02/2020
Reeditado em 15/02/2020
Código do texto: T6866825
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