A MISTERIOSA VILA 43 – O ENCONTRO

Sob uma atração tentadora, os dois jovens conversam em meio as pessoas que transitam no grande mercado. A tormenta se abranda e chuva cessa, somente os clarões dos relâmpagos e o ecoar dos trovões, passeiam sobre o desfiladeiro revelando seu aspecto fantasmagórico. Então eles resolvem se afastar dali e procuram um lugar mais tranquilo, seguindo em direção a pracinha. As imponentes torres de pedras esverdeadas pelo tempo, mostram a idade da bela catedral. Rodeada de Taiga, vegetação típica da região, as folhas verdes claro contrastam com as minúsculas flores azuis e adicionam um tom melancólico ao ambiente. Eles se sentam no banco de mármore bem próximos um do outro, assim se completam.

A lindíssima moça cujos olhos se confundem com as lindas flores da taiga, pergunta docemente.

- Você ainda não me disse seu nome, nem de onde vem. - Ele responde.

- Meu nome é Baldor, venho das colinas da Noruega, minha mãe se chama Andras, ela me deu esse nome em homenagem ao meu avô, e a história da sua vida.

Envoltos no diálogo e alheios aos arredores, ele mergulha nas suas memorias e revela a inacreditável biografia do seu avô. À medida que a história e revelada, a incredulidade se apossa da moça de olhos azuis, deixando-a quase sem folego. Então ele perceba a mudança em sua aura e diz.

- Você tem certeza que está gostando de ouvir minha história? – Ela sorri e olha diretamente em seus olhos positivamente. Ele prossegue.

- Meu avô era muito jovem na época em que seu pai meu bisavô, foi recrutado para a guerra de Baltimore, ele e seu amigo eram Capitães de traineira. Ambos desapareceram nos campos de batalha. Mas, há muito mistério nesta história, um mistério que desejo descobrir. - Ele sua mãe, e sua irmã minha tia avó, permaneceram morando nas colinas cultivando e vendendo flores no mercado do povoado.

Ela ouve atenta, aquele belo rapaz deveria ter uma bela historia.

– Inconformada com o desaparecimento do seu marido, sua mãe foi acometida de um desespero profundo, e um dia levantou-se na escuridão da noite, e se atirou do paredão da falésia desaparecendo nas águas revoltas e geladas do fiorde, meu avô seu filho nada pode fazer para salvá-la.

Uma pausa é provocada pelo estrondo do trovão.

- Meu avô era um homem de muitos brios e coragem, após estes trágicos acontecimentos, ele resolveu sair em busca das respostas, deixou sua irmã mais velha minha tia avó, e partiu em um navio mercante, indo trabalhar como marinheiro de tombadilho.

Sob o olhar estupefato da moça prossegue Baldor.

- Após alguns meses de trabalho, já havia juntado dinheiro suficiente para adquirir um barco de pesca. Assim, deixou o porto onde estava e caminhou durantes três dias pela costa até chegar em Baltimore.

Atenta, ela ouve aquela interessante biografia, havia algo familiar nas suas entrelinhas. Baldor prossegue.

- Minha mãe contou que ele se apaixonou por uma linda moça de olhos lindos como os seus. – Pausa olha para ela e ambos deixam escapar um sorriso. Novamente ele pausa, olha para as montanhas do desfiladeiro e prossegue.

– Eu preciso desvendar a história do meu avô. - Dissera-me que aqui em Kikivo mora um cocheiro centenário, e se estiver vivo, talvez ainda possa me ajudar de alguma forma. Jurei apara a minha avó, que descobriria e traria respostas.

Então ela lhe pergunta.

- Qual o nome do seu avô?

Ele para, olha profundamente nos olhos dela e responde.

- Aros.

Os olhos azuis da moça marejam, transbordam e derramam lágrimas mudas. Um suspiro brota do peito, o desfiladeiro brada com num clarão e um soluço estrondoso.