O homem
Quando ela levantou as folhas encontrou a faca suja de sangue.
Correu pelo meio das flores até o balanço e viu quem estava lá brincando: o vento.
Desesperada, seguiu as pegadas vermelhas que levavam para a porta aberta de sua casa iluminada pelos raios de sol.
Respirando silenciosamente, entrou.
A vitrola da sala tocava para o nada a música preferida dele, mas arranhava no refrão: “perdi meu coração, perdi meu coração...”
Na cozinha Ralf, seu pincher, pulava enlouquecidamente ao lado daquele homem que olhava e sorria para ela de forma desconcertante.
Com sua voz grave disse: “Baby, fiz frango para o almoço.
Viu para onde Ralf levou minha faca?”.