O Prazer de Matar

Benival mata pelo prazer de matar. "Estes sanguessugas me dão orgasmo quando os vejo esmigalhados, vísceras pra fora", conta depois de dar uma risada satânica. Antes do assassinato em si, seu prazer maior é a tortura. Fura os olhos da vítima, decepa-lhe os membros num ritual de prazer sádico.

É ao anoitecer que ele arma a tocaia, para pegar suas vítimas. Hoje ele marcou um encontro com o que ele nomeia inseto, verme. É ao anoitecer que a besta-fera que dorme em sua alma desperta com um ódio descomunal e Benival ronda o ambiente de arma na mão.

Não se engane com a maneira educada dele no dia a dia. O assassino é sedutor, sabe agradar aos que ele chama de "verdadeiros amigos". Coloca a mão sobre meu ombro e me convida para um churrasco em sua casa. Aceito, contrariado, irritado com a minha covardia. Lá eu vou conhecer os amigos de Benival: devoradores de carne e bebidas, revólveres sobre as mesas. O assunto preferido é o de como matam vagabundos. Reflito um álibi para fugir dali.

Hoje é apenas mais uma noite em que ele se prepara para a seu prazer predileto. Esmagará sem piedade, num prazer orgástico uns parasitas da sociedade. Mas hoje a vítima, ou vítimas que ele tocaia sabem se camuflar, desaparecem da visão num piscar de olhos. Esta noite Benival permanecerá acordado o tempo que for necessário para esmagar com chineladas os pernilongos que infestam seu doce lar.