6ª Zona Morta - São Paulo - Zona Leste - Resgate Vertical

Em frente ao apartamento da minha cunhada Roberta, procurávamos uma brecha para que todos pudessem sair.

Raara - Roberta, olha pelo olho mágico da porta, veja se tem alguma pessoa estranha aí

Roberta - Sim, tem, a porta do vizinho da frente está aberta, e ele esta lá dentro olhando para a parede.

Raara - O elevador está funcionando?

Roberta - A Luz está acesa, acho que está funcionando sim.

Raara - Estou aqui na rua, consigo ver a garagem do seu prédio, tem quatro bichos desse, mas estão longe do elevador que está com as portas abertas. Sai com cuidado e chama o elevador.

Roberta - Ta bom, espera um pouco.

Ficamos observando a porta do elevador e esperando ela se fecharam, mas a mesma fez um movimento para fechar e em seguida abriu novamente. Então eu vi

Nafson - Caramba tem um balde na porta! Alguém deixou o balde lá para a porta não fechar, que merda.

Roberta - Voltei para o apartamento, sem chance, o elevador está com problema, aperto o botão e a luz fica acesa, mas não to escutando ele vir... Já devia ter vindo, olhei na escada de incêndio, mas tem muita gente estranha lá, ta interditado.

Raara - Esquece, ta travado... Tem um balde lá embaixo.

Então eu tive um plano, expliquei para minha esposa que o plano seria o seguinte, ela desceria com a zafira de ré arrebentando o portão, em seguida eu sairia do carro, tiraria o balde do elevador e subiria para busca-los. Assim que eu saísse do carro minha mulher pegaria o volante e sairia com o carro para atrair os zumbis.

Mas ela disse que era melhor invertermos os papéis, pois ela não teria habilidade suficiente para descer com o carro de ré, arrebentar o portão e sair queimando subindo a rampa. Fiquei meio receoso, mandar ela no meu lugar seria arriscado e eu disse que não, então ela me disse em tom ameaçador.

Raara - Nesse mundo louco que começou hoje não vai ter diferença de mim e de você, nós temos que fazer o que cada um faz melhor, você dirige melhor e eu corro melhor.

Calei-me por um segundo, a olhei cima em baixo, dei meu cano de ferro para ela e disse

Nafson - Pronta?

Raara - Nasci pronta!

Manobrei o carro e coloquei-o mirando à traseira no portão do condomínio.

Minha esposa chamou a irmã pelo radio

Raara - Roberta fica na porta, vou aí pegar vocês.

Roberta - Ta!

Engatei a marcha ré e fui em direção ao portão com toda força possível e acertei ele em cheio, o tranco que ocorreu parecia que eu tinha me jogado de costas com uma parede de tijolos

Raara - Puta que pariu! Que portão forte da porra!

Olhei e percebi que o portão tinha se entortado, meio atordoado, engatei a primeira e subi na guia do outro lado da rua, engatei uma nova ré e vim com mais velocidade. Dessa vez entramos de uma vez, o teto do carro bateu no teto da garagem e na descida eu peguei um Zumbi, pisei no freio e o carro passou do lugar do elevador, antes de eu engatar a marcha para ficar em frente ao elevador a Raara pulou do carro e correu para dentro, chutou o balde para fora e eu vi as portas se fecharem.

Ela entrou no elevador e percebeu que todas os botões de andares estavam apagados, então apertou o 3. O Elevador subiu e parou no térreo, e ela apertou o botão de fechar a porta, subiu mais e parou no primeiro andar, um homem de terno olhou para ela com o pescoço destroçado, a porta se fechou e abriu apenas no segundo andar, aonde uma mulher rastejava já em direção ao elevador, chegando no terceiro andar assim que a porta abriu, ela tomou um susto pois os quatro moradores do apartamento entraram no elevador de uma vez, se abraçaram e agradeceram uns aos outros por estarem bem. Apertaram o botão subsolo. Mas o elevador continuou subindo, provavelmente haviam o chamado em todos os andares. O maldito que colocou o balde para segurar o elevador, matou muitas outras pessoas, pois em um prédio pequeno a única saída fora do elevador seria a escada de incêndio, já tomada pelos monstros.

Andar a andar, até o décimo o elevador foi parando, perceberam que todos os andares estavam vazios, ouviam barulhos e portas fechadas que provavelmente ainda havia moradores, mas não iriam parar para se certificar, havia crianças com eles. Quando atingiu o décimo andar, o elevador começou a descer rapidamente em direção ao subsolo.

Parei o carro em direção à rampa, eu mantinha os dois zumbis que tentavam entrar no carro fazendo os de bobo, quando eles chegavam perto eu ia para frente e quando chegam mais perto eu voltava e passava por eles dentro da garagem. Ouvi então o aviso do elevador, os dois bichos passaram na parte traseira do carro para ir em direção ao elevador, sem pestanejar, dei uma ré violenta e acertei-os. Minha esposa agora com sua irmã, cunhado e dois sobrinhos vinha em minha direção e entraram correndo no carro, quando chegaram todos gritaram de alegria comemorando.

Engatei a primeira marcha e sai rápido da garagem, percebi que as grades do portão haviam feito algo aos pneus do carro, mas não estraguei a felicidade de ninguém. Minha esposa trocou de lugar com o Robson, marido da Roberta, ao chegar no banco da frente ele me disse

Robson - Os pneus já eram né?

Apenas acenei com a cabeça positivamente.

Descendo o quarteirão e tentando chegar à ponte pelo qual viemos, pudemos te ruma visão da Radial Leste, estava congestionada de ponta a ponta e muitas pessoas vagavam perdidas, na estação de metro podíamos ver o trem todo contorcido e um pouco de fogo. Aproximadamente uns 100 metros antes de chegar à ponte o carro começou a não responder e sair de lado, até que começou a fazer um barulho estrondoso, e eu resolvi parar.

Raara - O que foi que barulho foi esse.

Nafson - Os pneus, o portão do prédio rasgou os pneus.

Raara - Continua até a ponte que lá a gente procura outro pneu ou outro carro

Robson - Não, melhor não fazer barulho, vai fazer um barulhão e vai todo mundo vir aqui.

Sai do carro, e eles saíram atrás, olhei em volta e podíamos ouvir barulho ao longe, Robson foi ao porta malas do carro e o abriu, perdi para que todos se escondessem na calçada atrás de uma mureta, peguei de volta meu cano de ferro e disse

Nafson - Esperai, vou dar um jeito nisso.

O Robson surgiu de trás da Zafira com a chave de trocar rodas em forma de "L" na mão.

Robson - Eu vou com você, isso vai servir.

Caminhamos em direção a ponte, subindo a ladeira, e eu disse.

Nafson - As rodas da Zafira estão perdidas você viu

Robson - O Eixo entortou, não vamos longe com esse carro.

Nafson - Não sabia sobre o eixo...

Robson - Confia em mim, já era.

Então eu tive uma visão, uma Blazer preta, gigantesca e que naquele momento me pareceu tão grande quanto um ônibus, ela estava em cima da calçada, aonde eu a deixei quando bati nela para que saísse do caminho. Não havia nenhum Zumbi por perto, creio que todos foram atraídos pelo barulho da colisão com o trem.

Olhamos cuidadosamente no carro, ele estava limpo, sem nada nem ninguém.

Entramos na Blazer e o Robson assumiu o volante

Robson - Já tive uma dessa, vai ser moleza.

A chave estava no contato, como se fosse um bônus para a nossa condição, ligou o carro e acelerou, ouvi o ronco forte do motor e observei no marcador de gasolina, marcava menos que meio tanque.

Nafson - Calmae, Ayrton Senna, economiza gasolina pra gente ir embora.

Ele deu um sorriso, engatou a ré e voltou de ré até onde os outros estavam, todos entram no carro e atravessamos a ponte rumo a minha casa.

Nafson - Vamos pegar essa Blazer, vai servir perfeitamente.

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