Dor e sofrimento

Certa vez, Hasta, estava caminhando quando encontrou uma bela menina de cabelos negros ondulados e cumpridos, pele bronzeada de sol, e olhos castanhos bem brilhantes. Ao vê-la ele já sentiu uma imensa paz, a presença dela o acalmava, trazia a ele uma força para vencer qualquer obstáculo e ao mesmo tempo um acolhimento caso os planejamentos não dessem certo. Ele se aproximou, ao cumprimenta-la ela deu um largo sorriso, sua voz parecia de um anjo, de tão doce e calma.

Ao passar os dias, o jovem encontrava a moça pelo bosque. Ele passou a notar que ela sempre parava sua caminhada para ajudar alguém, seja com uma ação ou uma conversa. Percebeu que muitas vezes as mesmas pessoas caminhavam todos os dias no bosque, para conversar com a moça, mesmo que não chegasse a tempo para conversar eles a observavam de longe, como se esse ato fosse trazer um pouco de paz para o dia da pessoa, como uma necessidade. Dias se passaram, semanas, e até meses.

Hasta começou a olhar a situação com outro ponto de vista, e em um lindo dia de chuva, no qual as pessoas nem saiam de suas casa, preferiam ficar recolhidas, como os dias chuvosos nos sugere, ele apreciava a paisagem no bosque, gotas geladas, aquele som da chuva tocando e lavando as superfícies, o pó de todas as coisas indo embora dando lugar as gotas de chuvas, que se tornavam poças. Enquanto apeciava a paisagem, Hasta viu a garota, e se aproximou sem ser visto, neste momento ela estava vulnerável, havia tanta dor nela que assumiu uma fisionomia diferente, a dor se mostrou na superfície em forma de um buraco negro no peito, que foi crescendo. Logo ele entendeu, a dor sempre esteve ali, escondida, sufocada, jogada cada vez mais e mais fundo, nas profundezas inalcançável daquele ser, e se escondia cada vez mais, enquanto a garota sufocava sua dor, ajudava os outros a se erguerem e se afundava cada vez mais em sua tristeza.

O buraco da angústia foi crescendo tanto que a consumiu, e ela desapareceu naquele dia chuvoso no bosque, dizem que muitos ainda caminham por lá em busca da moça, sem saberem o que a aconteceu, e na verdade não se importam, só querem se sentirem vivos e em paz novamente.

Scarr
Enviado por Scarr em 11/04/2021
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