Adeus Algoz
Era uma presa fácil que dormia, descansado, sobre a sua cama.
O golpe deveria ser certeiro. Ao menor sinal de movimento na cama a vítima poderia acordar.
Deveria pegá-lo desprevenido, pois ele era ágil.
Não poderia perder aquela oportunidade.
A relação entre os dois era péssima. Os maus tratos seguiram-se por diversos dias. Por outras vezes tentou, em vão, golpeá-lo.
Desejava-lhe a morte e não poderia perder aquela chance.
Estava decidido, daquele dia não passaria.
- Hoje mesmo acabo com a sua vida - balbuciou
Vítima e algoz, sozinhos, naquele quarto silencioso.
Era o cenário ideal para dar fim à vida daquele malfadado ser.
Caminhou silenciosamente em direção à vítima.
Arma na mão, punho levantado.
Ele ali, dormindo, indefeso.
O algoz se aproximou e num único ato, rápido e certeiro, atingiu a vítima em cheio.
O sorriso de satisfação estava expresso em seu rosto.
Olhou para a cama e viu o corpo esfacelado, estendido no lençol em meio a uma pequena mancha de sangue.
Era o seu fim!
Tornara-se um assassino? - pensou.
Não, não acreditava nessa hipótese.
Não teve dúvidas, conseguira atingir o seu objetivo.
Olhou para os lados e não viu ninguém, nenhuma testemunha para poder mostrar o seu feito.
Curtiu, sozinho, aquele momento de prazer.
Foi ao banheiro, pegou um chumaço de papel higiênico, enrolou o corpo da vítima e jogou-o no cesto de lixo.
Adeus, pernilongo, você jamais picará alguém!