Adeus Algoz

Era uma presa fácil que dormia, descansado, sobre a sua cama.

O golpe deveria ser certeiro. Ao menor sinal de movimento na cama a vítima poderia acordar.

Deveria pegá-lo desprevenido, pois ele era ágil.

Não poderia perder aquela oportunidade.

A relação entre os dois era péssima. Os maus tratos seguiram-se por diversos dias. Por outras vezes tentou, em vão, golpeá-lo.

Desejava-lhe a morte e não poderia perder aquela chance.

Estava decidido, daquele dia não passaria.

- Hoje mesmo acabo com a sua vida - balbuciou

Vítima e algoz, sozinhos, naquele quarto silencioso.

Era o cenário ideal para dar fim à vida daquele malfadado ser.

Caminhou silenciosamente em direção à vítima.

Arma na mão, punho levantado.

Ele ali, dormindo, indefeso.

O algoz se aproximou e num único ato, rápido e certeiro, atingiu a vítima em cheio.

O sorriso de satisfação estava expresso em seu rosto. 

Olhou para a cama e viu o corpo esfacelado, estendido no lençol em meio a uma pequena mancha de sangue.

Era o seu fim!

Tornara-se um assassino? - pensou.

Não, não acreditava nessa hipótese.

Não teve dúvidas, conseguira atingir o seu objetivo.

Olhou para os lados e não viu ninguém, nenhuma testemunha para poder mostrar o seu feito.

Curtiu, sozinho, aquele momento de prazer.

Foi ao banheiro, pegou um chumaço de papel higiênico, enrolou o corpo da vítima e jogou-o no cesto de lixo.

Adeus, pernilongo, você jamais picará alguém!

Glaucio Queiroz Oliveira
Enviado por Glaucio Queiroz Oliveira em 29/07/2021
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