Escuridão

Ela tinha acabado de sair do trabalho, estava cansada, dolorida, mas feliz e satisfeita. Seu horário de saída era incomum, pois saia antes da meia noite, mas chegava após a meia noite em sua casa. O céu estava estrelado, sem nuvens e com um gostoso vento batendo em seu corpo.

Enquanto caminhava, ela organizava seus pensamentos e suas tarefas a fazer no próximo dia: café da manhã, passear com o cachorro, limpar a casa e descansar um pouco a tarde.

Absorta em seus pensamento, ela não percebe que seu caminho a frente estava escuro, com todas as luzes apagadas, ao dar alguns passos adentro dessa escuridão, ela sente um frio na espinha. Ao levantar os olhos, ela percebe que a sua frente não existe nada além de uma escuridão. Ela consegue escutar cada passo ressoar no asfalto, a ouvir sua própria respiração e um vento gelado que a atinge levemente.

Enquanto anda, ela tenta não se recordar das antigas estórias de terror que seus amigos contavam, tenta não se lembrar do porão em sua casa e em seu armário abrindo na escuridão do seu quarto. Ela liga a lanterna do seu celular e o utiliza como um farol de salvação.

Os minutos passam devagar, seu coração dispara a cada barulho ao seu redor e ela sente que algo vai se aproximar e agarra-la pelo pescoço. Enquanto faz uma breve oração aos deuses e santos, os metros de escuridão diminuem e ela sente que esta próxima de sair de um pesadelo.

Ao estar perto de dar um ultimo passo fora da escuridão, ela sente algo roçar em suas pernas, uma mão tenta se fechar em torno de sua perna e ela descamba a correr. Ao olhar para trás ela consegue enxergar pequenos olhos amarelos olhando em sua direção e um pequeno sorriso se abre na escuridão e ela consegue ouvir:

- Eu te pego na próxima.

Fernando Trevisan
Enviado por Fernando Trevisan em 15/12/2022
Reeditado em 15/12/2022
Código do texto: T7672545
Classificação de conteúdo: seguro