Férias Inesquecíveis

Férias Inesquecíveis

O grupo de amigos caminhava na praia por volta de duas da madrugada quando voltavam da festa no bar Lobo do Mar que ficava na praia. Já estavam bem longe do bar e o barulho que ouviam era apenas das ondas e do vento uivante. O grupo era formado pelos amigos Jonathan e Sandra, Iza, Cris, Márcia e Cleber. Os amigos haviam alugado uma casa de praia que ficava à alguns minutos do bar. Enquanto caminhavam, os amigos observaram como a praia parecia maior e mais sinistra à noite. Iza, a dramática, comentou;

- Vocês não ficam com medo do barulho que o vento faz?

- Mas este vento não vai fazer nada conosco. – Disse Sandra.

- Mas dá medo. Veja como a praia está isolada.

Jonathan, marido de Sandra, disse com entusiasmo:

- Pois eu estou com uma vontade enorme de entrar na água.

- Ah não, amor. Está tarde e muito frio. - disse Sandra.

- É só um mergulho.

Jonathan foi correndo em direção à água e Cleber o chamou.

- Volta, cara. Escuta a sua mulher, está tarde.

Mas Jonathan continuou correndo, mas antes de chegar à água, avistou algo que o paralisou imediatamente. Olhou fixamente para aquela criatura pequena, cabelos negros e compridos, pele clara e usava vestido branco.

- Mas o que é aquilo?

Todos se aproximaram de Jonathan. Cris caminhou mais para perto da criatura.

- É só uma criança, gente. Deve ter pelo menos uns quatro anos.

- Mas o que uma criança faz aqui na praia sozinha e a está hora? – perguntou Sandra.

- Deve ter se perdido dos pais. – comentou Iza.

- Então precisamos ajudá-la – disse Sandra se aproximando da criança.

- Menina, cadê os seus pais?

Amenina continuou calada. Seus olhos indicavam que estava assustada.

- Venha – Sandra lhe estendeu a mão - vamos encontrar a sua mãe.

A menina saiu correndo em direção à beira mar e o grupo de amigos foi atrás. A menina atravessou a pista de duas vias e entrou no matagal. O grupo de amigos parou em frente ao matagal e decidiram se espalhar. Cleber pagou o celular e começou a discar o número da polícia.

- Vou chamar a polícia. É uma criança perdida no mato.

As quatro mulheres seguiram pela direita enquanto os dois rapazes seguiam pela esquerda. Não havia iluminação e nenhum sinal da menina. Sandra e as amigas ligaram as lanternas dos celulares para ter uma melhor visibilidade na mata. Os galhos secos provocavam arranhões nas pernas e puxavam os cabelos. As amigas começaram a ficar preocupadas, visto que estavam cada vez mais longe da estrada.

- Acho melhor a gente voltar. – disse Cris.

- Não podemos – disse Sandra- precisamos encontrá-la.

- Eu acho que a gente nem vai conseguir voltar - disse Iza.

Depois de um bom tempo de caminhada,

o telefone de Márcia toca. Era Cleber, seu marido.

- Onde vocês estão?

- Não sabemos. A mata é muito alta para vermos alguma coisa. Espera... eu vi uma coisa. Parece uma casa. É uma casa. Vamos bater e pedir ajuda. Vocês encontraram a menina?

- Não.

- Tá. Vamos pedir ajuda na casa e já te ligo.

- Toma cuidado.

As quatro amigas se aproximaram da casa que era bem velha com aspecto de abandono. Iza tentou mexer na fechadura.

- Acho que não mora ninguém aqui. Vamos ligar para os rapazes.

- Esperem – disse Sandra – eu ouvi passos lá dentro. Deve ter alguém aqui. Vou pelos fundos.

- Eu vou com você – disse Márcia.

- A gente espera aqui.- disse Iza.

Sandra e Márcia deram a volta até chegar à porta dos fundos. Bateram na porta mas não houve resposta. Sandra empurrou a porta e entrou devagarinho na casa que estava totalmente escura. Com a luz do celular iluminou um pouco o recinto que era uma cozinha com móveis bem velhos e cheirava a mofo. As duas amigas caminharam e atravessaram uma porta que dava para uma sala e ouviram uma respiração ofegante e se viraram assustadas. A menina estava parada junto à porta de um quarto. Sandra aproximou-se da menina bem devagar para não assustá-la.

- Oi. A gente não vai te machucar. A gente só quer ajudar. A sua mãe está aqui?

A menina só negou com a cabeça. A criança estava bem magrinha e pálida. Havia alguma coisa errada.

- Você sabe onde estão os seus pais?

Novamente a menina negou com a cabeça.

- Você pode me dizer o seu nome?

A menina que olhava para Sandra levantou o olhar para uma outra pessoa e Sandra seguiu o olhar da menina mas assustou-se com a mulher grisalha de aproximadamente uns cinquenta anos que estava bem atrás com um olhar furioso. Márcia puxou a amiga antes que a mulher a acertasse com um pedaço de madeira. As duas amigas se separaram e a menina se agachou assustada. Sandra gritou para a criança.

- Saia. Corra!

A garotinha tentou correr mas a mulher a segurou pelo braço. Márcia tentou ligar para a polícia quando seu celular fora atingido por um golpe. Como alternativa começou a gritar pelas amigas que ficaram na entrada. Sandra tentou tirar o braço da menina das mãos da mulher louca. Até que teve uma ideia e gritou para a menina:

- Morda a mão dela!

Assim a garotinha o fez e conseguiu desvencilhar-se da mão da mulher. Sandra agarrou a garota e Márcia aproveitou a distração da mulher e lhe deu um empurrão e a derrubou. Sandra saiu correndo pelos fundos segurando o braço da garotinha e Márcia saiu mais atrás. Quando chegaram à frente da casa os amigos chegavam acompanhados da polícia, visto que Cleber já a havia chamado. A mulher louca veio atrás e só ver a polícia tentou fugir mas foi impedida por um dos policiais. Iza havia enviado a localização ao marido assim que Sandra e Márcia firam para os fundos da casa. Por isso a ajuda chegou rápido.

A garotinha estava com o olhar mais assustado do que no primeiro momento em que a viram. Um policial interrogou mulher e descobriu que a garotinha não era parente da mulher. Todos prestaram depoimento e foram liberados, com exceção da mulher que vivia na casa. A criança ficou sob os cuidados da assistência social.

Passados alguns dias, o caso foi esclarecido. A tal mulher, Constância, vivia em uma casa abandonada porque havia sequestrado a menina há um ano em outra cidade. Os pais da criança, senhor Ivo e Samara, foram avisados de que sua filhinha, Jade, havia sido encontrada. E o grupo de amigos ficou feliz em poder ajudar a encontrar a garotinha mesmo sem saber com o que estavam lidando. Mas o grupo de amigos nunca iria esquecer estas férias. Cada um dos amigos pensava todas as noites antes de dormir no que havia acontecido. Eles jamais esqueceriam. Embora estivessem felizes pela garotinha ter voltado para a família, nunca mais veriam a vida como antes. Aquelas férias foram inesquecíveis.

F F Sousa
Enviado por F F Sousa em 21/01/2023
Código do texto: T7700860
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