Conto 1

Há muito tempo atrás num reino próspero e poderoso, existia um povo étnico que sofria o ódio e desprezo da população do reino. Desejando se afastarem dos ataques que ameaçavam a segurança do povo, todos homens, idosos, crianças, mulheres saíram da nação nada hospitaleira. Porém havia milhares de grupos divididos no êxodo iminente. Alguns fugiram para bosques densos ou cavernas solitárias na fronteira do país.Outros decidiram buscar segurança nas regiões montanhosas distantes. Demais fugiam de madrugada em embarcações nos cais das cidades litorâneas para tentar alcançar países que fossem pacíficos a acolherem sem nenhuma discriminação a sua identidade étnica. Dentre estes grupos, haviam formado por duzentas pessoas. Foram encaminhados num nau, cujo suporte serviu de conduzir os viajantes a uma ilha habitada a cerca de trezentas milhas. Lá quando a embarcação foi atracada a âncora, os refugiados foram bem recepcionados pelo governador da ilha,junto com a sua comitiva e os habitantes hospitaleiros. O território imerso no mar pertencia ao outro reino, oposto ao que promoveu perseguição caluniosa ao povo inocente. Ambos reinados fizeram o político pacto de não-agressão, promovendo assim a trégua entre as monarquias divergentes por bom tempo depois de anos contendas e ameaças entre as potências. Este detalhe deu sossego aos novos moradores.Passando meses, surgiu o boato na ilha de que um misterioso lugar chamado Arquipélago dos Corvos, tinha dentro de um palácio construído no topo montanhoso da ilha a presença de ouros , pratas e pedras preciosas escondidas. Dizia também as bocas ambulantes a presença da gema da imortalidade, que poderia ser também encontrada no edifício abandonado. Três dos homens refugiados decidiram tomar coragem em adquirir não apenas riquezas terrestres, assim também obter aquele elixir a dar vida eterna. Planejaram em segredo a viagem a alta noite, sem ninguém saber, exceto suas esposas teria o conhecimento sobre missão. Levando tochas acesas, o trio de amigos tomaram um barco suficiente para todos sairem a partir da margem da ilha. Remando e remando, seguiam rumo a buscar dos bens materiais a que poderia trazer a cada um a vida tranquila e sem muito esforço a dedicar aos maçantes trabalhos que ocupavam. Porém antes da viajem, dois amigos decidiram dividir a provável fortuna entre a dupla, matando o outro amigo a traição. Quando retornasse, explicaria a esposa deste de que o infeliz havia sido atacado por um brutal animal selvagem. Assim ocorreu o covarde crime . A embarcação chegou as margens da Ilha dos Corvos. Quando todos pisaram os pés firmes na areia encharcada pelas pequenas ondas marinhas, o arquiteto do infame assassinato deu o sinal gesticulando o polegar detrás das costas ao cúmplice a desferir punhaladas nas costas do alvo. De modo rápido, o compassa moveu a mão esquerda ao punhal preso atrás do cinto e desferiu golpes implacáveis nas costas da vítima. Depois do ato criminoso cometido seguiram sem remorsos ao interior da selva. Antes avistaram o palácio no topo rochoso . Não tinha nenhum portão ou porta a impedir o acesso deles ao interior do lugar.Seguiram o trajeto acompanhado pela luz emitida das tochas acesas. Milagrosamente não encontraram nenhum perigo de algum animal selvagem a aterroriza-los ou provocar danos. Parecia tudo seguro. Após algum tempo, conseguiram subir ao cume rochoso e chegarem a porta do edifício. Já dentro do palácio, passaram por corredores que eram iluminados pelas luzes das tochas que os mesmos levavam. Depois de tanto procurarem sem sucesso, subiram degraus até o ultimo andar. Alcançaram um quarto empoeirado e cheio de teias de aranha espalhadas sobre o ambiente. Lá foi encontrado um baú de carvalho no chão perto do criado-mudo. Em cima da mesma mobilia, um busto masculino de mármore parecia fitar os invasores com olhar desdenhoso por detrás dos olhos feitos de safiras.Finalmente a recompensa parecia ter chegado. Puseram as tochas na parte de cima da entrada do quarto. O cúmplice que cometeu o covarde crime, não esperou e decidiu arrombar a fechadura do baú. Por sorte o baú não estava trancafiado. Foi fácil em erguer a tampa da arca.

-Ficamos ricos.-Gritou feliz o homem que sorrindo alegremente, tinha demonstrado indiferença ao ter tido a frieza em aniquilar uma vida inocente.

-Ficamos ricos- Repetiu enquanto tateava os metais preciosos.

-Sim. Ricos meu amigo. Nossas vidas já estão feitas.- Falou o amigo no tom suave se aproximando. Não podemos esquecer do busto. Ele tem lindos olhos de safiras. -Pegando-o, examinou enquanto retornava a costas do parceiro. Sem perceber, o homem que estava ainda fascinado diante da incalculável riqueza, não notou que o próprio amigo que o induziu a fazer o serviço sujo, preparou o golpe traiçoeiro. Nesse momento, a sua cabeça foi golpeada pelo busto. O rapaz caiu de lado. Rapido, o esperto patife que desferiu o golpe, colocou a improvisada arma na cama. E se apossando do punhal do indivíduo desmaiado, cortou garganta daquele que serviu de peão a atingir o

seu nefasto plano. Depois disso, se preparou para sair do quarto com a conquista debaixo do braço. De repente ouviu uma estranha voz soar perto do aposento:

-Quem está no meu quarto?- Perguntou uma baixa mas sinistra voz feminina. Repentinamente aquela locução vocal provocou arrepios nele. O coração agitou violentamente na caixa torácica.

-Quem se atreve a tocar nos meus pertences? Quem se atreve a me roubar?-A quem pertencia aquela voz misteriosa e sobrenatural?

Foi quando do nada emergiu da escuridão vindo de fora o par de olhos verdes brilhantes. Surgiu a frente dele uma linda mulher alta, esguia e vestida com o escuro vestido fino.

-O que fazes aqui estranho? Queres roubar o presente dado pelo meu amado?

-Queira me desculpar. Perdoe-me. Colocarei o presente do teu esposo debaixo do criado mudo. - Ele tremia de intenso pavor. Mal conseguia movimentar os pés. Parecia um forte feitiço a impedir de se mexer.Tomado desse sentimento, deixou cair arca. A queda fez esparramar o conteúdo abudante sobre chão.

-Tens sangue inocente na mão.

-E-eu? Gaguejou ele. O terror invadindo a mente e coração fazia torna-se vulnerável. Havia o pressentimento desagradável sobre o que iria acontecer consigo. A mulher disse:

-A tua ganância será a tua merecida punição. Mal acabou de pronunciar as palavras, se desfez numa fumaça densamente negra. Nisso apareceu uma enorme loba-branca ameaçadora rosnando raivoisamente. A criatura entreabriu a boca revelando os ferozes dentes a despedaçar o intruso.

-Por favor, deixe-me viver. Eu vou embora e nunca mais...

A loba ignorou o pedido de clemência e partiu saltando contra o homem, matando-o sem piedade.

Matheus Salomão
Enviado por Matheus Salomão em 09/05/2023
Reeditado em 02/08/2023
Código do texto: T7784130
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