7ª Zona Morta - São Paulo - Zona Leste - A procura de abrigo

Ao chegarmos na rua de casa, pedi para que ele desligasse o motor e descesse em ponto morto na "banguela". Feito isso ele estacionou exatamente do outro lado da rua.

Podiamos ouvir o barulho da confusão, algumas casas estavam com as luzes acesas, parece que muitas pessoas que não tinham acordado estavam acordando somente agora.

Batemos no portão e minha sogra passou a escada por cima do muro, entramos em casa e minha sogra estava desesperada, enquanto seu filho dormia no sofá.

Quando ela viu que seus netos, genros e filhas estavam bem abriu um grande sorriso

Sogra - Graças a Deus vocês estão bem!

E abraçou a todos.

Liguei novamente para o meu pai.

Eu - Pai, consegui ajudar o pessoal aqui, esta tudo bem por ai?

Pai - Sim filho aqui esta tudo em ordem, mas ta um caos geral fora daqui. A pouco ouvimos um grande barulho, parece que caiu um avião, subi no telhado para ver e da pra ver o céu todo preto e muito fogo longe.

Nesse momento eu olhei pela janela para o ceu e vi diversas manchas de fumaça negra, na direção da casa de meu pai uma imensa mancha negra de fumaça, devia ser a do avião

Eu - Mas não aconteceu nada com vocês?

Pai - Não, nem conosco nem com a casa. Venham todos pra cá, aqui tem lugar pra todo mundo e vai todo mundo ficar seguro, consegue chegar aqui ou quer que eu vá buscar.

Eu - Pai, fica aí com a mãe, não abra a porta para ninguem que o senhor não conheça, as pessoas devem estar desesperadas por ajuda.

Pai - Se precisarem de ajuda eu ajudarei

Eu - Pai, se o senhor abrir o portão para todos, a casa vai superlotar e não vamos ficar bem, é isso que vai acontecer

Pai -.... vem logo.

E desligou o telefone

Com ajuda do Robson e seu Filho movemos cuidadosamente o portão, empurrando meu carro mais para o fundo do quintal, fomos na rua e empurramos a Blazer para a garagem sileciosamente.

Nesse momento passou 3 caras correndo descendo a rua, um deles estava sem camisa pois ela estava enrrolada no proprio braço ensanguentado, eles passaram por nós e nossos olhares se cruzaram, porém eles continuaram correndo e sumiram no fim da rua.

Colocamos o portão na posição certa e o apoiamos contra a parede.

Dois dias antes haviamos feito compras, então pegamos todos os mantimentos da casa, e colocamos nos carros, assim como 1 barraca de camping para 6 pessoas 2 colchonetes e 1 cochão inflável king size.

Combinamos que eu iria com a Blazer na frente e o Robson viria com o Corsa logo atras e com menos pessoas, somente ele e o filho com os mantimentos. O resto das pessoas e dos cães viriam comigo. Minha esposa cuidou da comida, coleiras e água dos cães.

Preparamos tudo, abrimos o portão e saímos para a rua com os carros, virei para a esquerda e vi diversas pessoas se movendo lentamente no fim da rua, olhei para o lado oposto e estava vazio, virei para a direita e desci a rua rapido enquanto Robson nos seguia com o corça.

Os cães que costumam fazer algazarra quando veem muita gente, ou quando vão sair de casa, como se compreendessem a situação, não deram nem sequer um pio