A transformação

Nikara era uma bela mulher, possuía cabelos castanhos e cacheados que iam até a cintura, seus olhos também eram castanhos e todos elogiavam seu olhar, diziam que possuía um brilho e uma intensidade marcantes. E foi exatamente isso que chamou a atenção de Carlos quando a viu pela primeira vez. Carlos fora o grande amor de sua vida. Ela se apaixonou perdidamente por ele e achava que ele também a amava da mesma forma, mas descobriu da pior maneira possível que não era bem assim.

Depois de nove meses namorando com Carlos, Nikara ficou sabendo através de um telefonema anônimo que ele á estava traindo. No momento ela não quis acreditar no que ouvia, mas depois quando o pressionou para que lhe contasse tudo, pelo modo como ele agiu ela pôde perceber que era verdade. Já havia notado que ele estava um pouco diferente e agia de forma estranha sempre que se encontravam .

Ele não gostou da forma como ela o estava questionando, e de maneira abrupta terminou o namoro e sumiu da vida dela. Ela não o via mais com os antigos amigos, nos lugares que costumavam ir, e nem mesmo com seus familiares. Mas como ela tinha que continuar sua vida mesmo sem ele, continuou seus estudos e entrou para a faculdade. Em umas das festas que antecedem o início das aulas ela o encontrou. Nikara não podia acreditar que o estava encontrando naquele lugar depois de como ele havia desaparecido.

O reencontro fora intenso, no momento em que ela colocou os olhos nele, soube que na verdade nunca deixara de amá-lo, e percebeu que também havia mexido com ele, pois, ele não podia deixar de olhá-la mesmo estando na companhia de uma loira que não saia do seu lado e parecia bem íntima dele. Nikara não estava agüentando ficar ali olhando para eles e decidiu ir embora, mas quando estava na calçada procurando as chaves de seu carro sentiu que alguém com uma mão muito fria a tocava no ombro e virou-se para ver quem era. Deu de cara com Carlos parado ao seu lado.

- Olá Nikara, como vai você? – sua voz estava um pouco diferente, mais rouca, mais máscula.

- Vou bem, e você? – Nikara tentava mostrar-se normal mas sabia que sua voz estava trêmula assim como suas mãos.

- Será que podemos conversar um pouco?

- Acredito que já não temos mais nada para conversar há algum tempo, até logo foi um prazer revê-lo – e colocando as chaves na porta do carro se preparou para entrar e sair dali o mais rápido possível.

Mas ele segurava a porta com grande facilidade o que a impedia de abri-la e entrar no carro.

- Não vou deixá-la ir sem antes conversar e lhe contar algumas coisas – ele olhou nos olhos de Nikara que sem saber porquê não conseguia desviar o olhar.

- Está bem, pode falar, estou ouvindo – Nikara cruzou os braços na frente do corpo esperando que ele começasse a falar.

- Vamos entrar no carro, não quero que nos vejam aqui fora.

- Sua amiguinha loira pode não gostar não é mesmo? – ela estava furiosa por ele ter dito aquilo.

- Não devo satisfações a ninguém da minha vida, de com quem ando ou converso, mas não quero causar problemas para você.

Então ele soltou a porta para que ela entrasse no carro. Nikara não entendia como não dado a partida no carro e o deixado lá enquanto ele dava a volta no carro para entrar do lado do passageiro.

Assim que ele entrou no carro ela teve noção da proximidade de seus corpos e sentiu o peso da saudade que havia sentido durante aqueles meses que ficou sem vê-lo. Ele a olhava tão profundamente que ela não conseguia desviar o olhar e não manifestou resistência quando ele tentou beijá-la na boca.

O beijo foi arrebatador, mas Nikara assustou-se com a temperatura do rosto e das mãos dele, mas antes que pudesse falar alguma coisa sobre isso ele olhou-a nos olhos e disse:

- Vamos para sua casa, poderemos conversar melhor..

E sem protestar ela ligou o carro e dirigiu até o apartamento que dividia com outra colega da faculdade. Nikara sabia que hoje sua colega não estaria de volta tão cedo, pois, estava se divertindo muito na festa e provavelmente não sairia de lá sozinha, talvez só voltasse para casa na manhã seguinte.

A atração entre os dois era a cada minuto mais forte. Quando chegaram à porta do apartamento de Nikara, eles já estavam se beijando e se abraçando com urgência, nenhum dos dois queria e nem podia lutar contra o que fazia com que suas bocas se procurassem cada vez com mais intensidade e desejo.

Nikara já não ligava mais para as mãos frias e o rosto frio de Carlos junto ao seu, o que importava mais naquele momento era o que eles estavam sentindo, um forte desejo pelo corpo do outro, e ela podia sentir o desejo dele aumentando cada vez mais junto ao seu corpo.

Ambos livraram-se rapidamente de suas roupas, estavam na cama dela explorando seus corpos e descobrindo sensações a muito adormecidas. Então no clímax daquele momento enquanto a possuía Carlos mordeu-lhe o pescoço, e naquele momento Nikara percebeu que ele não era mais o Carlos que ela havia conhecido e amado tanto, mas isso não era problema, pois, ela o amava ainda mais daquela forma e nada mais importava a não ser aquela sensação maravilhosa que ela estava sentindo ao ser possuída de corpo e alma por ele.

Quando ambos estavam exaustos e saciados Carlos disse:

- Nikara, novamente nos pertencemos e agora você será minha por toda a eternidade, nada será como antes, confie em mim e venha comigo para uma experiência que a transformará completamente – Carlos falava junto ao seu ouvido enquanto acariciava seus cabelos.

E Nikara respondeu:

- Eu vou com você para onde você quiser Carlos, nunca deixei de te amar... – Nikara não conseguia dizer mais nada, ela estava sentindo que iria adormecer, só não sabia se era sono ou fraqueza pelo sangue que sabia que tinha sido sugado pelo seu companheiro.

Então Carlos vestiu rapidamente suas roupas, jogou um lençol sobre Nikara e pegou-a no colo, saindo do apartamento com ela nos braços rapidamente, ele precisava levá-la para um lugar seguro, pois, estava quase amanhecendo, e quando ela acordasse novamente ele teria muito o que lhe contar... e foi assim que Nikara havia sido transformada em uma vampira...

Marcia Fox
Enviado por Marcia Fox em 28/02/2006
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