Os donos do Céu

Um motoqueiro estava passando pela rua em alta velocidade, fazendo os grossos pneus queimarem o asfalto. No entanto, ele não percebeu que havia uma linha de pipa com cerol á sua frente e atravessa a linha cortante, que no mesmo instante rasga as veias do seu pescoço, caindo de sua CBR, onde o escapamento cai sobre seu rosto, matando o rapaz na hora. O irmão do jovem prometeu vingança pela morte dele, e não descansaria até encontrar o dono daquele pipa azul.
Carlos observava os garotos no pasto, mas não sabia qual deles era culpado, pois a maioria tinha papagaios azuis. Imediatamente, ele resolveu fazer um para ele. Quebrou as lâmpadas e misturou com cola, em seguida passou o cerol com as próprias mãos na linha do pipa, de formato crucifixo. O produto, além de queimar, cortava seus dedos, sangrando intensamente sobre a rabióla, com mais de 3m de comprimento. Como se fosse um campeonato urbano clandestino, os moleques disputavam o céu com outros rivais. O pipa crucifixo levantou vôo e graças ao forte vento, pode fazer grandes manobras radicais entre as nuvens, mandando vários pipas para o chão, fazendo as crianças arriscarem suas vidas, correndo nas estradas perigosas.
Restou no céu, somente um pipa azul, e Carlos não teve dúvida que aquele era o assassino. Inesperadamente, um atacou o outro, se enroscando na rabióla, porém Carlos havia colocado cerol na cauda também. E finalmente conseguiu derrubar o pipa azul que matara seu irmão. Correu atrás do objeto para ver a cara do bandido, acompanhado com um soco inglês nas mãos. O jovem aparentava ter entre dezessete e vinte e um anos de idade, e ao conseguir recuperar o pipa das mãos de um menino, Carlos chegou empurrando o garoto e disse:
- Foi você que matou meu irmão, seu filho da puta!
- Eu não mano, do que você tá falando?!
- Me dá essa porra de pipa...
Carlos estraçalhou o pipa do garoto, na frente de todos, que na hora fizeram uma rodinha, incentivando a briga. Ambos começaram a lutar no meio da rua, até Carlos pegar seu soco inglês e quebrar o rosto do rapaz, que desmaia na hora, o ódio era tanto, que continuou socando sua boca com sua arma. E finalizando, pegou o garoto e o enforcou com a linha de cerol e disse:
- Isso foi pelo meu irmão!
Carlos fugiu e nunca mais foi visto, e o garoto morreu no hospital.
Alguns meses se passaram e chega na cidade, montados em uma pick-up preta e rebaixada, com o som alto, um grupo de jovens drogados dispostos a competir. Os novos donos do céu, tinham acabado de chegar para mais uma super-aventura...
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 18/09/2008
Reeditado em 25/09/2016
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