Monte Escuro

Conto: Monte Escuro

Capitulo 1: Uma Cidade Chamada Monte Escuro

-Papai, onde o senhor esta me levando?

-Estou levando para você ver a sua mãe, não era isso que você queria?

-Sim papai.

O pequeno Jimmy já tinha perdido as esperanças para ver a sua mãe, ate que um dia o seu pai resolveu levar ele:

-Mas papai onde a mãe esta?

-Ela viajou e nunca mais voltou, estou indo buscar ela.

Era 1 hora e 13 minutos da madrugada na estrada quando Eduard acordou assustado com um barulho de um caminhão que acabara de esquivar do seu carro, assustado com o que aconteceu, Eduard freia o carro, fazendo-o girar, parando no meio da estrada vazia. Olhando ao redor, ele viu uma pequena cidade que se chamava Monte Escuro. Logo pegou seu mapa que tinha no porta luvas, onde não conseguira encontrar o nome da cidade no mapa, no banco do passageiro, Eduard viu o seu filho dormindo, alem do barulho e do brusco freamento, ele continuava dormindo tranquilamente.

Ele resolveu procurar um hotel nessa cidade para passar a noite. Na procura de um lugar, ele encontrou um hotel com um tamanho mediano, que parecia confortável. O nome dele era “Hotel Monte Escuro”, ele resolveu que iria passar a noite lá, estacionando o carro, Eduard pegou o seu pequeno Jimmy nos braços e levou ele ate um sofá que ficava perto da recepção, ele tocou o sino, quando surgiu um homem com um uniforme vermelho:

-Boa Noite, o senhor gostaria de um quarto?

-Gostaria sim, para um dia só.

-O senhor é das poucas pessoas que eu vejo por aqui.

-É que essa cidade nem consta no mapa.

-Essa cidade foi esquecida por Deus e o mundo. O senhor vai querer 2 camas?

-Sim, vou querer um quarto para 2.

-Ótimo. Vocês vão ficar no quarto numero 18, me acompanhe q eu levo vocês ate lá.

Eduard pegou seu filho nos braços e começou a seguir o gerente do hotel, eles subiram primeiro andar pelas escadas, indo para o segundo andar, ate que o gerente parou na porta numero 18.

-Bom, é aqui que eu deixo vocês, o café da manha e o almoço esta incluído junto, uma boa noite para vocês.

-Obrigado, para o senhor também.

Eram 2 horas da madrugada, quando Eduard deixou o Jimmy deitado na cama, indo depois tomar um bom banho, logo após se deitar desmaiando de sono.

Capitulo 2: Desaparecimento de Jimmy

Via meu filho brincando na grama do jardim da minha casa, ele estava sorrindo feito como quem não estivesse nem ligando se do céu pudesse chover, aquele dia estava escuro e nublado que parecia despencar uma tristeza da mesma. Quando menos esperava um homem de sobre tudo preto e com um capuz cobrindo seu rosto agarrou Jimmy tapando sua boca e seus olhos.

-Jimmyyyyy - gritou Eduard, bruscamente abrindo os olhos de um pesadelo.

Eduard não pensou e pôs-se a procurar Jimmy, mas encontrou apenas o lençol.

-Jimmy onde está você?

E ele ouvia apenas o ruído dos ventos que batiam em sua janela, Eduard desceu as escadas e foi ate a recepção tocando o sino desesperadamente, mas ninguém foi atendê-lo. “Cadê ele, cadê meu filho”. Era incrível como a noite o enganava, saindo na rua ele só via uma cidade vazia sem ninguém por perto, as casas pareciam abandonadas.

-Tem alguém ai? Jimmy onde você esta?- gritando sem nenhuma resposta.

Eduard estava andando nas ruas vazias quando ele ouviu um barulho cortando o silencio da cidade, era uma sirene que podia ser escutada em qualquer ponto do Monte Escuro. Eduard então resolveu investigar a causa do barulho, correndo nas ruas desertas a procura da origem da sirene, cruzando uma esquina, a sirene parou de tocar, fazendo com que ele ficasse perdido em uma cidade fantasma.

-Tem alguém ai?

Ele sabia que gritar era inútil, já que a cidade não tinha ninguém, mas Eduard queria saber quem era aquele homem que atendeu no hotel.

-Não fui eu, não sou culpada, não fiz nada.

Era uma mulher que estava gritando, a sua voz só demonstrava medo, Eduard resolveu ver quem estava lá, ela estava sentada no chão na frente de uma loja velha.

-Não, não fui eu, não me leva.

-Calma, eu não vou fazer nada, quem é você?

-Fique longe de min, sai daqui, já falei que não fui eu.

Ela saiu correndo, e o Eduard resolveu ir atrás dela, ate que se perdeu no meio de um beco escuro, ele tinha certeza que viu ela entrando naquele lugar, mas não tinha nada.

Ele não tinha escolha, a não ser voltar para a rua e tentar encontrar seu filho, ele olhou no seu relógio e viu que era umas 3 horas, Eduard andou ate fim da rua, e viu uma grande avenida era muito grande, não dava pra ver onde começava e onde terminava. Eduard começou a escutar a mesma sirene que escutara antes, mas tinha um outro barulho junto com a sirene, era de algo descendo.Eduard olhou para o horizonte e viu uma maca que estava descendo a avenida, em cima dela continha um corpo de uma mulher, era a mesma que ele tinha visto antes, ele não conseguia ver direito, só deu ver um grande corte nos pulsos dela.

Eduard entrou em desespero, milhões de pensamentos ocuparam a mente dele, fazendo o questionar se o filho dele esta vivo ou morto, e como a mulher apareceu morta, outras duas macas desceram, uma ele não conseguira ver e outra era de um senhor de idade, que tinha uma marca no pescoço, depois disso a sirene parou de tocar.

Capitulo 3: Revelações cruéis

Eduard começou a descer, indo para a direção em que a maca foi.

-Você é mais um de muitos.

Eduard olhou assustado, vendo um homem surgindo de um beco, ele ficou visível quando a luz do dia o iluminou por total.

-Quem é você?

-Nesse momento, isso não é necessário.

-Você sabe que lugar é esse?

Tem coisas que você não pode saber, não ainda.

-O que quer de min?

Eduard falou com um tom alto, demonstrando raiva.

- Cada um lembra de seus passados, eles não são esquecidos. Mas você é um caso diferente, fez seu próprio passado acreditando em suas próprias mentiras.

-Ca...

Não deu tempo de terminar de falar, o homem desapareceu na escuridão do beco.

-Cadê meu filho?

Gritando em vão para a escuridão do beco, com a esperança de uma resposta, um excesso de raiva tomou conta dele, fazendo com que Eduard socasse a parede com fúria, ele só queria encontrar seu filho, e sair dequela cidade de uma vez por todas. Eduard resolvera que iria investigar de onde as macas foram.

No fim da imensa avenida, ele se deparou com um cemitério que tinha um grande portão de ferro como entrada principal. Eduard sentiu um pouco de nervosismo por entrar no cemitério, mas ele sabia que seria importante ele investigar o lugar. No grande portão, tinha uma inscrição que Eduard não sabia o significado dela:

“Descarado - en caso que el que entre usted a punto de nunca más retirarse”.

Sem saber o significado, Eduard resolveu entrar com as suas próprias custas, ele estava andando no cemitério ate que percebeu algumas covas no chão abertas, aproximando-se das covas e viu corpos das 3 pessoas que viu nas macas descendo a avenida. Eduard viu os nomes na lapide, parecia ser deles, eram Emilia, Códon e Daniel, todos eles pareciam ter suicidado, a Emilia estava com dois cortes profundos no pulso, o Códon tinha uma marca vermelha no pescoço e o Daniel com um corte no pescoço. Olhando para a direta Eduard viu mais uma cova, ele resolveu dar uma olhada, mas a cova não continha nenhum corpo, então Eduard resolveu ler o que estava escrito na lapide, ele olhou assustado, a lapide tinha a inscrição do nome dele:

-Você já viveu o bastante Eduard.

Eduard olhou assustado, ate que viu que era o mesmo homem que apareceu antes.

-Quem é você?

-Eu sou o colecionador de pecados, essa cidade vai ser seu tumulo.

-Eu não fiz nada.

-Isso é que todas as pessoas falam. você é um caso diferente Eduard, como é viver escondendo o seu passado com suas mentiras?

-Que mentira?

-Eu conheço mais sobre seu passado do que você.

-O que você quer dizer com isso?

-Você nunca teve um filho.

-Como você pode falar uma coisa dessas?

-Ele foi criado por sua mente, você sempre quis ter um filho, mas nunca conseguiu sua esposa não podia ter filhos, vocês sempre viviam brigando, estava desiludido da própria vida amorosa, sempre se questionando se realmente a amava. Foi uma briga como uma outra qualquer, ate que você foi tomado pela raiva, se descontrolando empurrando sua esposa da escada, só caiu na real do que fez quando a viu morta. Você acabou ficando louco, sendo internado como um doente mental. Esta vendo essa marca no seu pulso? Você já se perguntou o porquê dessa marca?

Eduard olhou no pulso e viu um marca de corte.

-Essa marca foi um fruto de uma tentativa de suicídio, que não deu certo, fazendo com que você fosse internado sob vigilância, lotando o seu corpo com remédios, ate que foi liberado, esquecendo do seu passado sombrio e criando um outro, um mais confortável para você. Às vezes à noite, você tem alguns pesadelos sempre vendo a sua esposa sendo morta em suas mãos, você nunca se questionou sobre esses sonhos?

Eduard via todo o seu passado sombrio em um piscar de olhos, ele não conseguia acreditar que realmente matou a sua esposa, tudo fazia sentido para Eduard, ele caiu de joelho no chão começando a chorar.

-Você já caiu na real, não tem um perdão para tamanha crueldade pelo que fez, pegue isso, você sabe o que tem que fazer acabe com a sua vida, você não tem mais nenhum motivo para viver.

O homem estendeu um braço, com uma arma na mão, entregando para Eduard.

-Pegue ele, e faz o que tem que fazer.

Eduard pegou a arma, colocando na boca, pensando se queria realmente acabar com a sua vida.

- ATIRA.

Eduard fechou os olhos, ele podia ver seu pequeno Jimmy brincando no gramado, e vendo a sua esposa preparando o almoço.

-Isso não é real, não pode ser real, mesmo que eu a matei foi acidente.

-Jimmy cadê você?

-Jimmyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy

-Isso não é real, você não é real.

-Jimmy, Jimmy, Jimmy...

Eduard acordou assustado, olhou aliviado sabendo que era mais um pesadelo, e começou a procurar seu filho, aliviado ao saber que ele estava dormindo. Eduard acordou seu filho e desceu a escada, tocando o sino na recepção.

-Bom Dia Sr. Eduard

-Bom Dia.

-O senhor vai querer café da manha?

-Não, eu só quero sair dessa cidade.

Eduard estava na estrada com o carro, olhando no retrovisor a cidade deixando para traz.

-Papai onde nos estamos indo?

-Buscar a sua mãe, não era isso que você queria?

-Sim papai.

Era noite no Monte Escuro, quando a sirene cortou o silencio da cidade. Uma maca desceu a grande avenida passando ao lado do Eduard, que permaneceu ajoelhado no chão, com um grande vazio no rosto. Eduard não sabia que se tornara mais uma vítima da cidade, vivendo o seu próprio mundo de ilusão.

Perdido no Sonho

Onde estou?

O que esta acontecendo?

O que é real?

O que não é?

Estou confuso

Do real

Ao irreal

Olho ao redor

E não vejo nada

Alem da escuridão

Sem medo

Sem tristeza

Vivendo sem

Nenhum sentimento

Vivendo

Em um mundo de ilusão

Igor Ricardo
Enviado por Igor Ricardo em 01/11/2008
Código do texto: T1260666
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