O MONSTRO DE CURITIBA

Nunca foi assim normal, aquele pequeno jacaré, mas era tão simpático o bicho, que nem mais ligavam pra ele.
Vez ou outra uma velhinha chegava sem fôlego, ao fim da caminhada, mas...
Afinal o parque Barigui é o máximo em verde, a mulherada anda por lá e a rapaziada, adora.
1 hora de caminhada e 4 de boteco, mas tudo bem!
Os olhos do bicho eram como câmeras a olhar o movimento ao redor, analisando, estudando...
Foi no começo de setembro, a moçada estava a fim de ficar em forma pro verão e começaram as coisas estranhas...
O primeiro a deixar seu sangue nos caminhos do Barigui, foi um senhor que anoiteceu em sua caminha e só encontraram um braço e a suas roupas.
Biólogos correram ao parque, analisaram e chegou-se a uma conclusão, o jacaré era pequeno demais para ter feito aquilo.
Os dias sucederam-se, os dias esquentando, o horário de verão chegou, e a noite era melhor para fazer caminhadas...
Numa dessas noites um grito ao lado do mato, ja pros lados do Bairro Batel, pôs as pessoas em pânico, o bicho atacara.
A lua cheia mostrou no meio do lago um corpo...
Um franzino rapaz voluntariou-se para ir ver o que aconteceu para a pessoa, outras quiseram segurar, mas lá foi ele, num nado até que
regular.
Quando se aproximou da vítima, viu a silhueta do monstro...
A água ondeou levemente abaixou dele... É a minha vez... Pensou aterrorizado.
Passou e ele estava inteiro, mas agarrado a vítima, o jacarezinho... pensou...Será?
Será o pequeno animal o matador do Barigui?
Neste momento atrás de si a água borbulhou, e o miserável só esperou que a mandíbula que ele imaginava, lhe perfurasse as entranhas, mas...
Novamente, passou por ele, e em seguida o corpo boiando desapareceu.
Voltou lívido à margem, nunca mais... Pensou.
Um rastro vermelho marcou a água até outro lado, entre os vegetais.
Conjecturaram: Será um monstro pré-histórico?
No outro dia estava estampado nos jornais "O monstro do Barigui volta a atacar".
A primavera passou, o verão passou e no outono seguinte a limpeza do parque por grandes escavadeiras, retirou muito mais que entulho do fundo do lago.
Uma ossada de um réptil gigante com uma ossada humana entre os dentes, foi uma tétrica revelação.
Ao pegar a vítima naquela noite, tentou o jacaré gigante, entrar pela tubulação, de 1 metro de diâmetro, como sempre fazia, mas ficou entalado, morrendo em seguida.
Na tubulação mais ao fundo, 6 ossadas mais.
Terminaram a limpeza.
A névoa da noite escondia alguns esportistas caminhando...
Atrás deles em diagonal...dentro da  água duas pequeninas lanternas em forma de olhos os observam...
 
Malgaxe
 
 
 
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 30/03/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1514239
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