A SOMBRA DA MORTE

O velho casarão no alto da estrada era avistado de muito longe e sempre o ligaram a fantasmas, tragédias e desaparecimentos.
O que se sabia é que, da janela superior, uma pessoa estava sempre a observar as redondezas e tudo que ali naquela região se passava.
Naquelas estradas foram encontradas pessoas assassinadas, no pequeno riacho outras foram resgatadas depois de afogamentos e relacionavam as mortes ao casarão e ao seu antigo morador.
Fizeram incursões ao casarão, até chegaram a conversar com o morador, mas nada conseguiram saber, apenas que era uma pacata pessoa a viver das poucas viagens a cidade para comprar víveres e de sua horta, nos fundos do casarão.
Ainda nos fundos do casarão uma pequena capelinha com uma cruz, onde algumas pessoas suspeitavam estar enterrado alguém.
Sucederam-se as mortes inexplicáveis, num assalto uma família inteira foi morta, há poucas centenas de metros do casarão, a plena luz do dia.
A 300 metros dali na beira da estrada, um casal foi assassinado e roubado, a polícia investigava os crimes e nada de respostas.
Nenhuma testemunha, nenhuma pista.
Numa manhã, duas crianças iam à aula e quase em frente ao casarão foram atacados, violentados, mortos e seus corpos pendurados na cerca de arame.
Na moldura da janela superior do casarão, uma sombra tudo observou.
Em outra noite, ja na madrugada, quando voltavam de um baile, 3 jovens, foram fuzilados e seus corpos jogados a beira da estrada.
Novamente, o casarão foi visitado e nada foi esclarecido.
A população montava guarda na imediações e nunca conseguiu descobrir os verdadeiros assassinos.
Numa manhã de domingo, sob a pequena ponte, um corpo foi encontrado.
Diversas perfurações de punhal.
Sem dúvidas o corpo era do ancião que morava no casarão.
No mesmo dia a tardinha, quando voltavam do enterro do velho do casarão, lá no alto, na janela superior a sombra.
Resolveram que no dia seguinte iriam adentrar à casa e vasculhar tudo.
Quando a noite chegou, o horror se espalhou pelas redondezas e parecia que o diabo soltara seus aseclas para o juizo final.
Nada sobrou nas moradias vizinhas, tudo foi arrasado e o que foi possível ser roubado o foi.
Pela manhã, uma guarnição de soldados da guarda estadual estava a frente do casarão para a diligências.
A porta foi derrubada, e a descoberta...
Na sala um homem semi morto encostou a boca no ouvido de um dos agentes e disse:
A quadrilha fugiu pelos fundos...
Nos quartos, colchões no chão, restos de alimentos, e peças de armas e cartuchos vazios.
A matilha de lobos assassinos que se instalou na casa, fizera o humilde dono de refém, usou a casa como esconderijo e a partir dali, espalhou o terror por todo o lugar.
Esse assecla que ficou para contar a história, ameaçou entregar-se e foi perfurado de balas, e deixado como morto.
O ancião foi morto para que acabassem as especulações sobre o lugar, mas um pequeno detalhe os traiu, a sombra, que nada mais era do que um manequim que os bandidos deixavam próximo a janela, e que conforme a direção da luz deslocava-se, e mostrava a sombra na janela.
E ainda continua mostrando!


Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 14/04/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1538377
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