Alma Negra

Alma Negra

O vento soprava calmo do alto da torre acariciando minha pele, a noite caia vermelha e as luzes da cidade ofuscavam meus olhos. Um salto no ar, meu corpo inerte, por alguns minutos pensei que podia voar, estava livre de meus pesadelos, duvidas e anseios.

Meu corpo encontrou o chão, súbito como rocha um golpe violento em meus ossos, podia sentir o sangue expelido pelos meus pulmões a invadir a minha boca. Ouvia gritos, sirenes e multidões, imagens torpes e uma dor lasciva. Sentia os dedos gélidos da morte em minha alma, minutos longos e pesarosos. Sorri, pois sempre a desejei e finalmente minha dama negra veio para me levar.

Mas o destino de um suicida não é glorioso, banido do caminho celeste eu vago entre as noites, sussurrando aos ouvidos dos descrentes, influenciando suas pobres almas e as arrastando-os para o inferno.

Fim.

Taiane Gonçalves Dias
Enviado por Taiane Gonçalves Dias em 28/07/2009
Reeditado em 11/07/2010
Código do texto: T1724575
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