CAÇADA NA NOITE

Tremia como as folhas de uma antiga árvore num frenesi insano enquanto o perfume inebriava todo o momento mágico. Ela havia feito tudo de forma perfeita , como sempre o fazia . Atraia suas vítimas apenas com o olhar . Aqueles olhos verdes, cabelos longos avermelhados e um lindo sorriso nos lábios carnudos cor de carmim que se destacavam na pele extremamente alva . Impossível não ser desejada pelos homens com sede de prazer nas noites solitárias dos grandes centros urbanos e ela sabia disso. Não era difícil encontrar alguém num barzinho ou mesmo no estacionamento. Uma bebida, bom papo, olhar de desejo e pronto, eles achavam que já estava no papo, como se diz na gíria, mal sabiam que seriam apenas mais um para sua enorme coleção.

Era um final de semana prolongado e ela sabia que muitas pessoas saem pra se divertir. Havia uma semana que já estava se preparando para o novo ataque. Precisava deixar seu estoque em ordem, com o suficiente para , pelo menos, mais um mês. Colocou seu vestido vermelho , calçou a sandália de salto agulha fez uma pintura suave no rosto perfeito e saiu. Foi ao primeiro barzinho e não encontrou nada de interessante apenas homens sem conteúdo algum.

Era exigente, não queria qualquer porcaria para saciar sua fome. Saiu em seu belo carro conversível e foi para uma agitadíssima balada na cidade próxima.

O local era muito bem freqüentado porém selecionar algo que valesse a pena era realmente um trabalho enorme . Filhinhos de papai, mauricinhos mimados pela mamãe, divorciados querendo iludir menininhas novas que, por sua vez, querem dar o golpe no tiozão... é , as noites nos grandes centros urbanos podem ser divertidas se parássemos para analisar o ser humano. No fundo são pessoas solitárias, fora da realidade . Sentou-se no balcão e olhou aquele homem. Estava bem vestido, roupa de grife , sapatos de cromo alemão e com perfume caro. Ela sentia de longe o cheiro da presa incomum. Seria divertido.

Olhou-o nos olhos e ele, irresistivelmente se aproximou. O papo era sempre o mesmo. “Engraçado, o modus operandis dos homens não mudam. Devem receber uma espécie de cartilha ao nascerem” pensava ela. O jogo da sedução era algo que ela fazia com maestria. Usando da sensualidade que lhe era natural, em menos de 2 horas ele já se encontrava sentado em sua bela casa. Móveis antigos e a decoração sóbria. Ela não gostava de exageros.

Pediu licença e saiu para colocar uma roupa mais apropriada. Retornou com uma linda camisola preta, longa e transparente. Provavelmente os pensamentos , na cabeça dele , estavam a mil. Serviu a ele um drink e não precisou esperar mais que 5 minutos. Lá estava a bela espécie totalmente dominada, inconsciente.

Com muita calma, deitou seu corpo sobre o dele, sentiu mais uma vez o cheiro penetrar suas narinas. Embora a excitação fosse muita, manteve a calma de sempre, queria curtir cada segundo. Beijou-lhe o pescoço e cravou as presas sorvendo aquele líquido delicioso depois, secou os lábios com o lenço de seda que ele trazia no bolso e com uma seringa, foi retirando o sangue até encher 2 litros.Gostava de usar esse método, era simplesmente extasiante colher o alimento pouco a pouco. Ela o manteve vivo por mais 2 dias. Colocou -o no carro e deixou-o próximo a um bairro da periferia.

Tinha agora seu estoque completo. Sairia para caçar apenas no próximo final de semana , mais uma diversão, talvez duas presas dessa vez uma orgia de sangue, muito sangue.

Denize Nelli
Enviado por Denize Nelli em 21/09/2009
Reeditado em 01/04/2013
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