O ANJO DA MORTE

Vinha pela orla de Ipanema com minha queridíssima e envenenada Harley-Davidson, apreciava o movimento de turistas brasileiros e estrangeiros, quiosques, aquele mar deslumbrante, naquele lindo e ensolarado final de tarde. Já eram 19h pelo horário de verão, e a brisa era algo de outro mundo. Senti a presença forte de Deus, tamanha felicidade daquele instante. Ao mesmo tempo não pude deixar de focar meu olhar na perfeição desfilando só de biquini pelo calçadão. Era uma mulata divinal, uma escultura cor de bronze, de parar o trânsito. O TRÂÂÂNSITOOO ...Foi aí que me lembrei dele, quando vi, já estava em cima do caminhão da COMLURB, que parou bruscamente na minha frente, com certeza por causa dela. Acordei um mês depois, todo quebrado, numa cama de hospital. Quando fiquei bom, ia todos os dias ä mesma hora ver se encontrava a mulher, mas ela nunca mais apareceu por lá. Desisti de procurá-la, quando uma senhora, não sei se vidente, se sensitiva, paranormal, ou maluca, ou todas essas qualidades juntas, sentou-se do meu lado, no banco de concreto e me disse:

- Pode desistir, porque ela não vai aparecer mais. Só daqui a trinta anos, quando chegar realmente a sua hora. Ela é o Anjo da Morte.

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Obrigada pela leitura! Gostaria de convidá-los a escutar meus áudios musicais, pois também sou produtora e compositora. Beijos.

LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 29/01/2010
Reeditado em 04/02/2014
Código do texto: T2058213
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