A encomenda do diabo...
 
O jato da Atilawa taxia na pista do aeroporto de Nápoles em direção a América central, mais precisamente nas Bahamas, costa cubana.
O vôo fretado levava 25 pessoas para férias nas paradisíacas águas caribenhas.

O gigante de 400 toneladas que taxiava na pista só podia estar levando uma carga valiosa em vidas humanas, pois um avião desse porte viajam 200 pessoas, depois de longos 30 minutos as turbinas uivaram na noite Napolitana e elevaram ao ar a fina flor da camorra de Nápoles.
O mais velho Giuseppe Gagliatti, o papa da camorra e seu staff faziam parte de uma espécie de chefões, em numero de 8, os demais eram poderosos, mas obedeciam a Giuseppe.
Quando o avião pousou nas Canárias para reabastecimento, houve uma breve reunião, e terminou quando Giuseppe deslizou o dedo indicador, sobre seu pescoço de lado a lado, e ordenou:
____Tem que ser hoje o serviço...
Depois de decolar e sobrevoar a 11 mil metros o atlântico, 5 homens do staff de Giuseppe, dirigiram-se para a outra ala do avião, onde aqueles de menor posto na camorra estavam.
E todos os dezessete dormindo, não perceberam, quando pequenas quantidades de spray anestesiante era jogado em suas narinas, e quando todos estavam anestesiados e imóveis, os punhais dos assassinos, feriram profundamente a jugular de cada um numa silenciosa carnificina, e como esganiçadas e ferozes hienas sorrateiramente deslizaram para o andar inferior, dando o ok, ao chefão, que sorriu agradecido.
Apesar de serem homens também da máfia, aqueles que morreram tinham dívidas com Gagliatti, e dívidas na máfia se paga na frieza do esquecimento da vítima.
Giuseppe, percebeu nos olhos dos 5 homens, um breve retorno a anos atrás, quando este tinha ganhado um dívida daqueles a quem  retirara de situação difícil, resumindo, Giuseppe os tinha nas mãos, e isso lhe causava um pouco de receio...
O compartimento de cargas do jato, além de malas, tinha os corpos trucidados de 6 aeromoças, mortas no inicio da viagem.
Nestes vôos a noite, as aeromoças não iam a cabine de comando, portanto o piloto não observou a falta delas, presumindo que todas estivessem dormindo.
A morte rondava a escuridão do céu, e entre os 3 chefões só Giuseppe, ainda estava vivo, dormindo profundamente, os outros 2 ao irem ao banheiro, foram degolados e jogados ao compartimento de cargas.
4 horas da madrugada, quando ao longe se viam as luzes da América, lentamente o capo Giuseppe abriu os olhos, e no silencio dos corredores do avião, sentiu o gelo da morte lhe percorrer a espinha, passou a mão no queixo primeiro e em seguida sobre sua  inseparável maleta, recheada sempre de dólares e algo mais em fundo falso.
Depois ouviu passos a sua retaguarda, e um vulto veio em sua direção, e lhe disse:
____Buon giorno papa... E lhe beijou o rosto.
10 minutos depois, como se aquele beijo fosse a senha, os 5 homens foram divisados por Giuseppe no fundo do corredor, em tom ameaçador...
____O que há com vocês meninos?
____Eu tenho algo para dar a vocês, venham e sentem.
Aproximaram-se e ingenuamente sob efeito da cobiça, sentaram-se em frente ao capo, de pé.
Na mente daqueles assassinos, iriam receber dinheiro para não matarem Giuseppe.
Pousou a maleta no encosto de uma poltrona, e pediu para que eles se sentassem um ao lado do outro, para presenteá-los.
3 segundos depois uma enfurecida e ruidosa Kalashnikov AK 47 explodiu sua fúria da frente para trás do avião, nas mãos pesadas do co piloto, os projéteis perfuraram os corpos dos seis mafiosos, transformando o jato num mar de sangue, numa dantesca visão do inferno, perfumado pelo cheiro ocre de sangue e pólvora queimada...
Enquanto dormia o mafioso teve sua arma subtraída pelo co piloto.
10 minutos depois sob o sol dos trópicos, o cemitério voador pousava em havana, para descarregar a encomenda que o diabo fez...




Malgaxe

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 27/05/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2283411
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