O Último Membro

Meio tonto, minha cabeça rodava, não conseguia mexer meus braços, nem mover as mãos,sentia uma dor nos meus pulsos, sentia algo melado em minhas mãos, não sabia onde estava, quando, com muito pesar abri meus olhos, pude ver sentado na minha frente aquela figura, vestida de preto, parecia um terno preto, a gravata era vermelha, os cabelos escovados para trás e usava um grande cavanhaque preto mas, nada importava naquele momento, eu só queria saber onde estava, minhas lembraças pareciam um grande martelo na minha cabeça, iam e vinham, via cenas cheias de sangue e adagas mas, não sabia ao certo o que era.

Quando tive forças para abrir os olhos o homem de preto, me ofereceu um cigarro,tentei pegar com a mão, foi quando notei que o melado em minhas mãos era vermelho, na verdade era sangue, meu sangue, nao consegui segurar o cigarro, e este veio ao chão caindo numa possa enorme de sangue, bem ao lado de uma enorme adaga em forma de serpente.

-Você não lembra de nada não é? - disse-me o homem.

-Quem é você? - perguntei.

-Isso não importa, agora, diga-me o que pretendia fazer?

-Eu não me lembro. - respondi atordoado.

O homem me levantou e me colocou sobre uma espécie de mesa, lá pude constatar que havia dois corpos femininos nus sobre a mesa, o homem falou:

-Belo altar, não? - e sorriu para mim, um sorriso tão contagiante que mesmo em toda minha fraqueza eu nao pude deixar de retribuir.

Então ele colocou alguma coisa em meus pulsos, que só agora eu entendia que estavam cortados, e disse:

-Está na hora, alto sacerdote. - disse o homem.

-Na hora de que, alto o que? - falei sem entender.

-De irmos nos juntar aos seus amigos. - disse ele, sorrindo.

Minha mente parecia que ia se incendiar, não sabia o que estava acontecendo mas, sabia que não era algo normal, de repente minha memória começou a clarear, lembrei de uma festa, e de sair com mais algumas pessoas, e lembrei de estar com uma adaga nas mãos e de alguma coisa espirrando em meu rosto.

-Espere um instânte, que amigos?

-Não lembra do seus amigos, do seu coven? - o homem sussurrou ao meu ovido.

-O Coven? - aquela palavra fez minha mente queimar.

Levantei a cabeça e vi um enorme pentagrama em cima e mim desenhado em vermelho no teto, na parede detras de mim o número 666 estava estampado defronte um crucifixo invertido, o que aquilo tudo significava?

-Onde eu estou? Quem é você? E para onde vai me levar? - perguntei, me sentindo um pouco melhor.

O homem sorriu, para mim, aquele sorriso demorou uma eternidade, e de repente virou uma gargalhada.

-Vamos, e você um dia talvez se lembre o que aconteceu.- e me colocou no seu ombro e me levou gargalhando, enquanto eu desmaiava com o forte cheiro de enxofre e o calor que repentinamente aumentava naquele lugar maldito.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 01/08/2010
Reeditado em 29/11/2010
Código do texto: T2412310
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