Memórias de pedófilo
___Que brumas são essas que me encobrem a visão, onde estou, onde estive, pra onde vou?...
___Minhas vestes são alvas, minha mente parece dividida, há uma doce vontade de brincar... Brincar entre crianças... Matar o desejo viajar nos seus corpos, entretanto é fugidia esta vontade e advêm do nada a necessidade de fugir destes pensamentos, onde estou?
___Hummm, lembro de uma leve cor vermelha umedecendo aos poucos minha boca, e foi sim depois, bem depois de ter saciado minha sede de leves e infantes hálitos, o tempo passou, e onde me foi negado esta necessidade que corroia minha mente?
___Aos poucos me voltam as ladainhas perversas, os gritos, que deliciosamente me alimentavam a alma, me voltam as revoltas alheias, o sangue derramado, o deles, depois, bem depois de muitas tempestades, o meu...
___O parque, o mato, o peso de caramelos nos bolsos, as pupilas vermelhas que me trouxeram materializada a sanha diabólica de sorver a juventude ainda angelical dos meus semelhantes.
___Pareço jogado aqui, será esta uma sentença, ou medem meu atos em sangue derramado, em prazer saciado?
___Não há noite nem dia, so gritos me voltam, como flashes de uma desvairada e obsessiva vida mentirosa em busca da saúde carnal, para satisfazer o ímpeto sexual.
___Lembro do sol daquela manhã, cinco ou seis crianças, me seguiram, como animais os tratei, em lugar de ração, balas de caramelo, em lugar de afago de carinho, a força bruta para seduzi-los e usar seus corpos, esta nova condição me cobre de pena e remorso, mas por certo bebi por muito tempo esta seiva jovem e alimentadora da minha alma suja, e aos pouco vejo e sinto onde devo estar...
___O desejo ao final daquele dia, transformou-se em medo, medo dos homens, porque Deus eu nunca quis conhecer, e foi assim por certo, no meio de carnes também com sede de vingança e ódio que sucumbi. Sinto ainda o quente do sangue a escorrer da minha face esfacelada por uma chuva de impropérios em forma de mãos justiceiras.
Entre a multidão o sol se punha no horizonte, e aos poucos se aproximavam... Como uma loba faminta, a multidão no alarido de mil vozes buscou-me mil vezes no solo e nele arremessou novamente num jogo sarcástico, saudando o diabo a cada arremesso, e era eu aquele monte de carne, misturada a terra em poeira, a finalidade para tanto ódio enfim sanado.
Já tremiam minhas carnes num preparativo para o suspiro final, quando vi passarem diante de mim todos, sem exceção, os anjos para quem eu fiz algo de tenebroso, e tenebrosa agora era minha condição de trapo humano, a caminho do que me encontro agora.
___Por certo este gosto de sangue em minha boca terá sido os mil punhais que retalharam minha alma assassina, para ser eternamente extinta, vou para onde a solidão e a negritude de tudo que fiz me aguardam, as batidas do meu coração genocida cessaram, minhas pupilas dilataram, vai o inferno vivido, fica a trágica dor que minha negra alma proporcionou...
Malgaxe
 
“Tenho certeza que para o demente pedófilo, como para qualquer desviado mental, seja difícil agir com um ser humano normal em seu intimo, como é impossível para um normal física e psicologicamente agir como um deles”

Malgaxe

 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 21/08/2010
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