Terror Macabro

 

Sentia muita falta do ganido do velho cão, em seu canil. muitas vezes o soltava no quintal, apesar das estripulias que ele fazia, 8 anos de amizade de companheirismo homem/animal.


E lembro bem o dia de sua morte, desde a manhã ele estava solto, e logo após o almoço quando ia colher amoras me deparei, com ele deitado a boca espumando, já sem vida.


Preparei uma cova ao fundo do quintal entre alguns matinhos e umas flores e como ele não tivesse um tamanho muito avantajado o enterrei ali, e por dias seguidos senti como se fosse uma pessoa da família.


No instante em que o achei tive ímpetos de pular uma daquelas cercas em volta do meu terreno e ir inquirir aos vizinhos quem tivera feito aquela maldade, pois era evidente que havia sido envenenado, pois a morte por raiva é precedida de sintomas e ele estava completamente são, inclusive pela manhã, quando o soltei.


Três eram os vizinhos, dos fundos, da direita e da esquerda, mas quem admitiria, mesmo que eu soubesse com garantias? Ninguém.


Eu era de pouco relacionamento com vizinhos, dos três apenas sabia que a minha vizinha da direita era separada e vivia sozinha.


Um detalhe que me deixou assustado é que a maldade não tinha razão para levar a cabo tal atitude, meu cão não incomodava com latidos ninguém e nunca houve reclamações, era silencioso e amistoso com todo mundo.


Uma semana depois deste acontecimento eu e minha esposa, viajamos pois meus filhos ja não moram mais conosco, fomos tirar ferias, aproveitar o verão e ficamos 1mes fora, pelo menos 1 vez por semana vinha um parente nosso olhar se tudo estava tranqüilo, vinha olhava e voltava para sua casa.


Nada estava mudado quando voltamos, pois além de cuidar da casa, o meu compadre ainda limpou o terreno e sua esposa limpou a casa, estava tudo na mais perfeita ordem.


Uma semana depois choveu pelo menos um dia inteiro, no segundo dia amanheceu um sol espetacular, rebusquei num pequeno galpão, semente para aproveitar a terra molhada de água pura da chuva para plantar.


Como sempre minha esposa, trouxe seu banquinho e me olhava embaixo de uma velha maciera, e volta e meia me instruía em algo sobre plantio.


Com minha grande pá-cortadeira comecei a sulcar e virar a terra, quase ao lado da cerca da vizinha da direita, para aproveitar algumas folhas e misturando-as com a terra, já iam15 minutos de trabalho e minha esposa foi buscar o chimarrão e a chaleira.


Quando ia voltando, antes que eu me prevenisse ela constatou primeiro o que eu havia descoberto ao virar a terra...


Aos gritos ela colocou chimarrão e chaleira no chão e saiu correndo, visualizei aquela descoberta, larguei a cortadeira no chão e fui prestar auxilio a minha esposa, já com o celular na mão e chamando meu filho para vir ajudar.


Quando ele chegou, lhe contei o acontecido e voltei ao quintal, com o celular na mão, depois de discar para a policia, peguei a cortadeira e levemente abri o chão fofo até a cabeça do cadáver...


Já chegavam os policiais, quando eu virei levemente cabeça do defunto...


Sim, sem dúvidas era o meu vizinho, depois pude visualizar o profundo corte na jugular, quase lhe decepando a cabeça...


A lógica era procurar pistas na casa da vizinha, mas como se eles estavam separados?


Sem alternativa, os policiais resolveram ir até sua casa, contornaram o meu terreno e entraram pela frente na casa depois de insistentes batidas a arrombaram, e viram ao abrir um homem no chão com duas perfurações de arma de fogo no rosto, envolto em um mar vermelho de sangue semi apodrecido, surpresos os policiais adentraram a casa e foram revistar os quartos, e no último quarto ainda com a arma na mão, uma mulher russa de
1 metro e 78 centímetros, braços fortes, e uma, apenas uma perfuração ao lado do ouvido, estava deitada em sua cama, e ao lado no criado mudo um pequeno e negro diário sobre...


Um dos policiais abriu e viu datas, números, esboços de planos.


Aquele que estava na sala era seu amante, que a ajudou matar seu ex marido.


O cão morto tempos atrás seria para “limpar” o terreno para poder ali enterrar a vítima, para nunca despertar suspeitas não poderiam enterrar em seu próprio terreno.


Como ela sabia que o terreno ia ficar sem pessoas um tempo? Era costume do casal as férias, religiosamente na mesma data, embora não percebessem isso, a vizinha notou este detalhe.
Ela matou o seu amante com medo de delação por parte dele.


E finalmente, antecipou em palavras porque ia se matar...


A consciência pesou e o suicídio foi o melhor caminho...


Pois é, o diabo faz a panela, mas a tampa...


Malgaxe

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 16/11/2010
Código do texto: T2619332
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