Terror existencial
A noite parecia prestes a tragá-lo, a angustia nociva que esmagava sua alma, o peito apertado, incerteza e desespero; começou a caminhar mais depressa...
As pernas já doíam quando parou abruptamente, arfando, sentou no meio-fio e se viu absolutamente só. Notou que se encontrava, justamente, diante do cemitério. Já estava suficientemente triste para se ver diante da unica certeza do homem: a morte.
Os tumulos, o silencio quebrado de tempos em tempos pela presença de algum rato ou similar, a vida que vive da morte.
Ali era onde se perde as distrações superficiais e se vê diante da propria decadência: Dorian Gray deslumbrado com sua imagem envelhecida....
Esperou, talvez um fantasma, ou que propria morte o buscasse, esperou que o sentido que nasce da angustia surgisse, mas se viu diante do vazio esmagador: extremo vácuo. Não chorou, nem gemeu, apenas esperou que passasse... e não passou. E a escuridão se tornou eterna, e seus pés engessados no chão do vazio, e nunca mais saiu das portas da morte....