Olhos Horripilantes Cap. 24 [Final]
Zoe se atirou sobre Leon.
-Leon... Acorda! Acorda! Eu sei que você ainda pode me ouvir...
...
Esther Zoe fechou os olhos. Se viu em um lugar cheio de flores... Um moço de cabelos castanhos estava sentado perto de uma cachoeira.
-Venha comigo... –Afirmou ela lhe estendendo a mão.
Ele olhou-a, se levantou sorrindo, foi até ela e a abraçou.
...
Leon acordou.
Ele estava rodeado por pessoas entre elas; sua mãe e seu pai.
-Ah ele acordou!
-E aí filhão? –Cumprimentou o pai.
-Ah, pai... Onde estão meus amigos? –Questionou tentando se levantar.
-Opa rapaz! Calma! Estão vindo pra cá. –Disse o pai.
-Papai... O que houve? Por que não consigo me levantar?
-Nada demais Leon. Está tudo bem.
-Não mamãe... Eu não estou conseguindo mover as pernas.
-É melhor contar pra ele querido... –Disse a mãe.
-Me contar o que?
-Querido... Você e seus amigos sofreram um acidente de carro na volta de uma festa...
-Eles estão bem? O que houve comigo?
-Não sabemos como todos eles estão... Jéferson não sofreu um arranhão, Daniel quebrou o braço e Zoe...
-E Zoe o que?
Silencio.
-O que houve com a Zoe, mamãe?
-A Zoe... Ela... Ela quebrou o pescoço...
-O que?
-Mas está tudo bem com ela... Já está andando bem. Só está com um aparelhinho no pescoço.
-Há quanto tempo estou aqui?
-Há uns dois meses...
-Dois meses?
-Sim querido, você estava em coma.
-Mas o que houve comigo?
-Você teve fraturas no pescoço e na coluna e traumatismo craniano. Mas já está tudo bem com você.
Bateram à porta. Eram Zoe, Dan E Jéfer.
-Ele acordou finalmente! –Disse a mãe.
-Oi meu amor! Estava com saudades! –Comentou Zoe se aproximando.
-Seu pescoço...
-Não foi nada demais... Eu aprendi que compartilhar as dores de quem você ama, pode salvar a vidas... –Cochichou Zoe.
-Você me salvou...
-Lembra disso?
-Me lembro de tudo! –Sorriu Leon.
-Espero que você esteja bem cara... O baile à fantasia vai ser daqui a três semanas...
-Não ando sentindo as pernas... Não sei se poderei ir...
-Acho que posso lhe dar uma mãozinha. –Sorriu Jéfer. –Pega na minha mão.
-Você continua sendo o exibido de sempre...
-Fazer o que né? Há defeitos que não podem ser curados... Olha posso ajudar com as costelas e as pernas, mas não posso curar essa fratura aí do pescoço.
-E nem quero! Essa fratura aqui, é a prova de amor que eu quero que sare sozinha. –Sorriu Leon.
Em menos de um minuto Leon estava de pé.
-É bom que saiba dançar. Ou então vai ter de fazer aulas. O Dan e eu estamos fazendo. Ele vai com a Bijú e eu com a Maikblia. Você já sabe com quem vai?
-Até parece que eu não tenho par... –Riu-se Leon.
...
Zoe colocou o colar sobre o túmulo úmido pela garoa da manhã. Megan...
-Obrigada Megan... –Agradecia Zoe tentando não chorar. –Obrigada... Se não fosse por você... Descanse em paz...
-Pegue o colar Zoe! –Disse uma voz.
-Megan?! –Indagou Zoe confusa sem saber com quem realmente falava.
-Não Zoe...
Zoe virou-se. Deparou-se com um rapaz alto, cabelos negros, olhos azuis como o céu e um sorriso intrigante.
-Meu pai morreu...
-Seu pai...? Eu sinto muito! Quando foi isso?
-Há alguns meses...
-Como há alguns meses? Do que está falando?! Eu o vi ainda hoje...
Ele ficou sério.
-Sou filho dele... –Afirmou-o apontando para o túmulo ao lado.
Zoe levantou-se lentamente, parecia não acreditar no que acabara de ouvir.
-É filho... Do Alber?!
-Sim, e da Megan...
Ela ficou em silêncio, paralisada... A semelhança dele com o pai deixou Zoe confusa.
-O que está falando?! Está maluco?! Não acredito! Não acredito em você...
-Zoe...
-Calado. Não pode ser... Eu não quero ouvir! –Exclamou-a.
-Mas precisa... Por favor Zoe! Ela ia querer que fosse assim! Devemos isso a ela.
-Não faz sentido... Eu... –Argumentava ela chorosa. –Está bem... Quando ficou sabendo?
-Hoje de manhã... Eles me contaram... Acharam que havia chegado à hora.
-Do que está falando? Você é a cara do Alber, mas...
-Exteriormente sim, mas no interior somos completamente diferentes. Ele nunca soube da minha existência... E nem eu da dele... Até hoje...
-Eu... Eu... Estou... Confusa... Mas, mas como?!
-Quando eu nasci... Megan, quer dizer... Minha mãe não queria e nem podia ficar comigo... Então ela procurou uma família... E me deixou lá... Eu, eu acreditava que era daquela família Zoe! E não era... E não sou! Eu não sou!
Zoe abraçou-o como se assim pudesse protegê-lo. Haviam corrido tanto perigo... E agora, de repente haviam descoberto que era justamente seu pai o causador de tudo?!
-Eu a vi Zoe! Pela primeira vez na vida e pela última... Se não fosse por ela estaria morto naquele lugar...
-Eu sei querido... Sua mãe é e sempre será nossa heroína!
-Não quero que ela seja nossa heroína! Tudo que eu quero é vê-la novamente... Eu a amo mesmo tendo me abandonado... Ela teve seus motivos... Sei que se ela reaparecer... Alber Novashency estará a caminho, e dessa vez eu estarei a sua espera!
-Eu sei que sim Dan! –Sorriu Esther Zoe dando as mãos para Daniel.
...
O casarão estava todo iluminado. Zoe usava um vestido lindo desenhado por ela mesma; afinal estava concorrendo ao concurso de melhor fantasia do baile. Leon estava deslumbrado com a namorada, não a deixaria sozinha um minuto sequer. Daniel sorria pela primeira vez com as bajulações de Bijú que se sentia a garota mais feliz do mundo por ter sido escolhida por Dan, e Jéferson exibia seus poderes a Maikblia que se divertia a beça.
-É, e aqui estamos nós... –Comentou Dan.
Estavam parados na porta resolvendo se entravam ou não.
-Sabe... Não estou nem um pouco a fim de entrar nessa festa... –Comentou Zoe observando a mansão das Incógnitas toda iluminada e convidativa.
-Nem eu. Temos de ser muito burros para entrar aqui novamente. –Comentou Jéferson.
-Ou muito corajosos... Mas não estamos querendo também! –Afirmou Dan respondendo por Bijú que concordava com qualquer gesto ou coisa que Dan falasse.
-Então estamos esperando o quê? –Riu-se Leon. –Vamos tomar sorvete?
-Só se for já! –Sorriu Jéfer. –Segurem todos em mim.
-E lá vai o exibido! –Comentou Daniel. –Mas é o nosso exibido!
Leon Beijou Zoe. Deram-se as mãos. E Jéferson Brérom, Daniel Seet, Esther Zoe e Leon Gabriel juntamente com seus pares, desapareceram correndo na velocidade da luz.
Dentro do Casarão; 957; Mansão das Incógnitas... Rolava a festa... Contudo nossos heróis estavam fora dessa, pois estavam bem longe dali, tomando um sorvete e rindo de tudo e todos. O que sabiam fazer de melhor.
...
Durante a festa... Uma garota resolveu ir ao toalete retocar a maquiagem. Uma mulher saiu do banheiro e deixou cair da bolsa um batom, a garota abaixou-se para pegá-lo. Ao devolvê-lo, olhou no rosto da mulher. Um grito ecoou pelo Baile à Fantasia... A mulher tinha Olhos horripilantes.