† O Mercado Negro †
Henry não suportava mais aquela situação.
Toda a vez que ia manter uma relação sexual com sua parceira e colocasse o preservativo, pronto, ele não funcionava. A casa caía e despencava-se em preocupação. A coisa foi tomando forma e certo dia decidiu marcar uma consulta com um psicólogo.
Chegando ao consultório do doutor Pedro, psicólogo renomado de sua cidade, apresentou o problema. Por mais ou menos uma hora e meia relatou um pouco de sua vida, seus anseios, medos, suas atitudes e a preocupação que estava tendo com o sexo. Não suportava mais deixar sua parceira na mão no momento em que colocava o preservativo.
O doutor, já com os seus 40 anos de profissão, já atendera centenas de pacientes com o mesmo problema.
Conversa vai e conversa vem, e, sem mais delongas relatou algo que poderia mudar completamente a vida de Henry.
- Henry, meu caro! Tenho uma proposta que talvez possa ser uma solução para o seu problema. - comentou ardiloso.
- Hum, e qual seria? - indagou o paciente.
- Você sabe que tenho muitos pacientes e já curei vários deles com o mesmo problema que o seu, a partir de um método o qual lhe relatarei.
- Pois fale!!! - sorriu Henry, ansioso.
Pegou uma caneta, um bloco do receituário e escreveu.
- Vá até esse endereço que estou lhe passando, hoje às 18h30.
- Mas, o que farei por lá?
- Bem, seu problema depende de você, não é mesmo? De sua mente, de como você age para consigo. Neste lugar, Tânia estará lhe esperando.
- Mas quem é Tânia?
- É uma mulata estonteante, meu caro.
- Mas e aí? O que ela fará?
- Ela cuidará de seu probleminha! - sorriu todo matreiro dando-lhe um tapinha nas costas.
- Hum, entendi doutor, entendi! - respondeu sorridente e confiante, Henry.
- Não se atrase ok? Estaremos...ela lhe aguardará às 18h30 em ponto. Ah, antes que eu me esqueça. - pegou uma espécie de credencial e entregou ao rapaz. - ao passar pela guarita, mostre essa credencial, ok?
- Ok doutor, combinado.
***
Finalmente chegou o grande momento de Henry. Um pouco ansioso, mas todo confiante, passou pela guarita daquele lugar um tanto quanto antigo e um pouco assustador.
Era uma espécie de hospital abandonado. Não entendera realmente do que se tratava aquele lugar tão esquecido e inóspito.
Estacionou o carro, ligou o alarme e andou em direção da porta principal. Tocou o interfone e uma voz feminina e sensual, o atendeu:
- Estava à sua espera, Henry. - sussurrou Tânia do outro lado da linha.
A porta então abriu-se e uma enfermeira o acompanhou até um dos quartos daquele estranho hospital.
Ela pediu para que se despisse e deitasse no leito de número sete.
Deitou-se um pouco ofegante. O ritmo de seu coração aumentava a cada segundo. Eis então que pela porta do quarto, ela, Tânia, a deslumbrante mulata com seus 90 cm de quadril chegou toda faceira, encarando o rapaz.
- Olá meu querido, como vai?
- Melhor agora! Tânia, não?
- Sim, eu mesma, Tânia, só pra você! - respondeu passeando com suas mãos na cintura, exaltando um sorriso matreiro.
- Antes de iniciarmos, preciso que relaxe e entregue-se ao momento, ok? Doutor Pedro pediu para que eu lhe cuidasse com todo o carinho!
- Ok, querida!
Tânia pegou um óleo massageador, espirrou em suas mãos e começou a massagear os pés de Henry. Aos poucos, ela subia pela canela, panturrilha e coxas pilosas do rapaz. Ele sussurrava e entrava em espasmos por alguns segundos, de tanta excitação que sentia.
Ela então passeou por sua virilha, subiu até a barriga e peito.
Naquele momento, o membro de Henry já estava às alturas. Ela então despiu-se e astutamente esfregou seus mamilos eriçados na boca do rapaz.
Aqueles seios fartos quase o sufocaram devido a tamanha pressão que ela conduzia contra sua deslumbrada face.
Henry aproveitou e deu um tapa em suas ancas, a moça deu um berrinho todo sacana, dizendo-lhe:
- Nananinanão rapazinho, o melhor ainda está por vir, apenas sinta!
Suas mãos então foram descendo até o falo do rapaz, mas, antes que ele pudesse ter qualquer reação, Tânia tirou por debaixo do leito uma seringa, aplicando à barriga do rapaz, não deixando tempo para qualquer esboço de reação.
Ela alisou seu rosto dizendo:
- Durma meu querido, durma pois daqui a pouco seus sonhos sexuais tornar-se-ão seus piores pesadelos.
Tânia colocou um jaleco branco, abriu a porta e então, ele surgiu.
- Doutor Pedro, aí está o seu paciente.
- Belo trabalho minha querida. - pegou-a pela cintura e beijou avidamente de língua, a boca de sua esposa.
Passados alguns minutos, Henry acordou todo amarrado, e desesperado começou a gritar por socorro.
O casal então entrou no quarto e doutor Pedro esbofeteando seu rosto, calou a boca do paciente.
- Cale sua boca, Henry!! Você agora é meu!! Aqui ninguém te ouvirá e ajuda alguma chegará, portanto, acalme-se.
- O que está acontecendo doutor, o que vocês farão comigo?
- Nós? - ahahahahaha - você próprio está fazendo, meu caro.
- Co...co...como assim? - gaguejou o rapaz.
- Você queria uma solução para o seu problema, não queria?
- Sim, logicamente. E o senhor me afirmou que eu iria ter e ela me ajudaria. - apontou para Tânia.
- Ah, sim, Tânia! Eu e minha esposa temos uma surpresa para você.
Tânia então puxou uma mesa com alguns materiais cirúrgicos.
Os olhos de Henry pareciam saltar de seu rosto pelo real pavor o qual sentia naquele momento, ao fitar àquela parafernalha cirúrgica.
- Não, não...por favor, não façam nada comigo, por favor!! - o desespero tomou conta de seu ser, que urinou ali mesmo.
Doutor Pedro sacou um bisturi e com Henry ainda acordado, lancetou o lado direito do flanco de Henry, onde ficava o seu rim.
- Fique tranquilo Henry, a incisão é rápida e você mal sentirá a dor, pois esse tranquilizante que a Tânia lhe aplicou, dura algum tempinho. Só espero que este tempinho não se acabe e você torne a sentir a dor. - sorriu irônico.
- Não doutor, não...está doendo, está doendo!!!
- Cale sua boca, seu resmungão! Não está vendo que estou em processo cirúgiuco? - respondeu violento, o doutor psicopata!
- O que fará comigo?
- Bem, só com esse seu rim aqui, levarei uns "cinco mangos", meu amigo. Só com esse!! O outro mais cinco e quem sabe sua retina também?
Henry, estava quase desmaiando, não só pela dor, mas pela adrenalina e o medo os quais estava passando.
Aos poucos seu rim direito fora retirado. O sangue espirrava no peito do falso doutor e Tânia aproveitou-se para alimentar-se.
- Tânia, está vendo esse sangue jorrando aqui pelo flanco? É todo seu querida!!
Ela então debruçou-se sobre Henry e execravelmente sugou o sangue e as tripas pelo orifício que Pedro havia aberto.
Pedro pegou o recipiente com gelo, embrulhou em um saco e jogou o rim direito de Henry lá dentro.
Tânia, embebida do líquido carmesim, levantava-se com os lábios respingados em sangue, gritando em ovações para os céus, tentando provar o seu poder para algo que ela jurava estar nas alturas.
Henry, entreabriu seus olhos e com o restante de forças que ainda lhe restara, notou, que num descuido do doutor, o bisturi havia ficado perto de uma de suas mãos. Enquanto Tânia fazia seu ritual de berros para o alto, o rapaz lentamente tomou o bisturi e aos poucos cortou a corda que lhe amarrava. O doutor, de costas, cuidando do órgão de Henry, ouviu um barulho. - Plaft!
O rapaz enfiara em um dos olhos de Tânia aquela lâmina lívida e afiada, fazendo-a jazer ao gélido piso de ardósia daquele imundo lugar.
Antes que o doutor sequer pensasse n´alguma reação, Henry cortou a outra corda e correu, trôpego, em direção do médico.
Trépido, sem um rim, a ira tomou-lhe conta.
Com o bisturi em punho lancetou a face do doutor Pedro, sobrando-lhe ainda, algum tempo para torturar o médico.
Pegou o seu rim que estava no recipiente, tirou do saco, abriu a boca do doutor, enfiou o órgão perto de sua língua e disse:
- Seu filho da puta, desgraçado, você é tão falso, mas tão falso, que esqueceu de me pedir os exames de praxe, claro, você não é um médico, certo? O que quero dizer é que meu rim está condenado! Faço hemodiálise há alguns meses e para a sua surpresa ele mal funciona, ou seja, seus "cinco mangos" iriam por água abaixo de qualquer maneira. Médico algum iria aceitá-lo! Ainda bem que tenho o meu esquerdo, e ele é ótimo, funciona que é uma maravilha. Agora, se me deixar em paz, vá para o inferno seu monte de merda.
O doutor arregalou seus olhos e espantado ainda tentou esboçar alguma reação.
Henry então enfiou o seu pútrido rim goela abaixo do doutor, fazendo-o asfixiar-se e vir a óbito ali mesmo!!
Henry, em espasmos, procurou um telefone e ligou para a emergência e polícia.
Passados muitos minutos, o rapaz fora socorrido, mas, tanto os médicos como os policiais nada encontraram, a não ser Henry, com o bisturi em uma de seuas mãos, devorando o seu próprio rim direito.
Atenderam-no ali mesmo no local, levaram a um hospital e depois de algum tempo foi encaminhado para um manicômio.
Toda vez que sua namorada o visitava ele arregalava seus olhos verdes e dizia:
- Cuida...cuida...cuidado querida....o doutor Pedro está aqui...aqui oh.... - dizia-lhe apontando para o seu rim esquerdo. - ele vai tirar o meu outro rim...vai tirar...me ajude...me ajudeee!!!!! É o mercado...mercado negro...de corpoooosss!! - gritava em espasmos.
Mal sabia sua namorada, que o mercado negro o qual ele se referia, de acordo com sua mente doentia, era o próprio manicômio, criado pelo doutor Pedro, há mais de sessenta anos, onde seus funcionários seguiam seus passos: vendiam os corpos dos doentes mentais, a baixo custo, no mercado negro! Um verdadeiro reino de terror!
A esquizofrenia de Henry fora tão tórrida, que num descuido dos médicos ele enforcou-se, dizendo que estava sendo perseguido por Tânia e pelo médico louco: doutor Pedro!
Seu corpo hoje adorna uma bela sala de anatomia em uma renomada Universidade!
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