† O Mensageiro da Morte †

As tardes aqui em Blackwood geralmente são assim: gélidas, escuras, melancólicas, tristes.

O inverno parece não ter mais fim. Corvos famintos procuram em vão por suas presas e alma alguma atreve-se a sair durante a penumbra pela noite que se iniciara.

“A escuridão vem de forma brusca, a neve alva realça a escuridão noturna. E eu ainda ouço os sussurros desesperados daquelas pobres almas, que anos atrás pintaram essa neve pálida em carmesim”.

A partir de agora, entre comigo em um mundo sombrio, que até hoje, de alguma forma, assusta e dilacera minha fétida alma.

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Faltavam algumas semanas para o Natal de 1992 e tal qualum ser humano dotado de uma vida comum, estava eu e minha família; minha mulher Anne, meu filho Adam e minha filhinha Jessica, prestes a comemorar esta data tão preciosa.

Anne, loura clara de olhos verdes, cuidava dos preparativos para o Natal, que seria em nossa residência, num bairro um pouco distante do centro de Blackwood. Iríamos receber parentes e amigos no dia 25 de dezembro.

Estávamos muito felizes, mas algo tremendamente assustador e fatídico marcou para sempre nossas vidas nesta maldita cidade.

Chamei Adam a fim de rumarmos até a floresta e buscarmos um pinheiro para montar nossa árvore de Natal, apesar de algumas semanas de atraso, pois tínhamos o costume de montar a árvore mais ou menos um mês e meio antes do dia 25.

Adam, 8 anos, loiro, olhos azuis, franzino, macilento, mas muito esperto e dinâmico, permanecia ansioso à nossa ida até floresta de Blackwood (esse nome era devido ao grande número de pinheiros gigantescos e árvores que faziam desta, tremendamente escura).

Sacamos de um machado, alimentos, alguns apetrechos e rumamos para a tão esperada busca ao pinheiro natalino.

Os raios de sol, meio que timidamente, apareciam rútilos no pálido céu da cidade.

Conversamos muito sobre a vida, sobre seus estudos, família e o Natal.

Ele sabia que eu era o Papai Noel, pois anos atrás, sem querer, puxou minha barba branca e esta caiu ao chão feito uma pluma. Eu e o Tio Tom nos revezávamos ano a ano na figura do bom velhinho, para não levantarmos suspeitas entre as crianças.

- Pronto, filho, chegamos – suspirei resfolegante.

- Legal pai, agora é procurarmos um pinheiro grande e bonito para enfeitarmos nossa casa.

- Sim Adam, vamos lá!

Adentramos a floresta e, a cada passo que dávamos, ouvíamos ruídos dos animais que ali habitavam. Era um contato imediato com a beleza e a natureza selvagem.

Chegamos a um ponto em que a escuridão se fazia quase por completa. Mesmo durante dia, o ponto em que estávamos, era repleto de árvores umas recostadas às outra. Acendemos então nossas lanternas e continuamos a busca.

- Veja pai, ali – apontou Adam ansioso.

- Nossa, que beleza de pinheiro que encontrou, heim, Adam! – congratulei-o passando a mão em sua cabeça.

- Vamos pai, vamos cortá-lo! – surpreendeu-se Adam.

Colocamos nossas mochilas ao chão, peguei meu machadinho e comecei a cortar.

De repente, ouvimos ruídos entre os arboredos.

- Rápido Adam, fique comigo. – protegi-o instantaneamente em meu colo.

Eram lobos solitários em busca de suas presas, escutamos seus uivos e latidos, até que três desses carnívoros funéreos nos cercaram.

Adam, muito assustado, gritou:

- Pai, pai, e agora, o que faremos? Estou com medo!

- Fique quietinho ao meu lado que vou pegar minha espingarda, Adam.

Percebi algo aterrorizante no olhar daqueles lobos. Pareciam possuir um prazer imenso em matar. Parecia que suas personalidades eram mais do que a de um simples animal, mas sim, de um ser diabólico voraz pela carnificina.

Aqueles mórbidos lupinos possuíam caninos longos e afiados; rosnavam loucamente pela matança e dentro de suas bocas escorriam babas de sangue viscosas.

Estavam cada vez mais próximos. Saquei a espingarda que meu avô deixara a meu pai antes de morrer (datada de 1827) e, quando me preparava para atirar, um dos lobos saltou célere sobre mim e apenas travou com seus fortes dentes os meus braços, enquanto que os outros dois correram em direção de Adam.

- Nããããão, Adaaaaam! Fuja, filho, fuja. – gritei exaustivo.

Mas foi em vão. Ao tentar correr, o maior lobo pulou sobre as costas de Adam, fazendo-o cair ao chão.

Lutei, lutei muito para tentar sair daquele lobo que me prendera. Mas, foi em vão.

Pude acompanhar o pavor que os olhos de Adam exprimiam, gritando e chorando sem parar, enquanto que os dois lobos começaram a refeição.

O maior deles mordeu o pescoço frágil de meu filho e, com suas presas lesivas, arrancou-lhe uma enorme fatia, deixando-o resfolegante. O outro rasgou famélco o seu abdômen, e aos poucos, devorou suas entranhas.

Eu, letárgico, de mãos atadas, apenas observava atônito meu filho sendo assassinado por aquelas crueis e brutais criaturas.

Passado algum tempo, o lobo que me prendera encarava-me como se quisesse dizer-me ou evocar-me algo e a partir de então, minha vista escureceu esquecendo-me de tudo o que acontecera naquele sangrento dia.

*

Havia passado algumas horas e acordei em outro ponto negrume da floresta e só lembrava de tudo o que ocorrera até o momento em que o mórbido lobo me fitara.

Meu braço doía muito, as profundas cicatrizes faziam-me sangrar mais e mais. Rasguei um pedaço de minha blusa e estanquei o sangue, para não chamar a atenção de outros possíveis predadores. Sentia-me entorpecido.

Estava fraco e em nímio sôfrego, com a perda de meu filho. A noite, tal qual uma imensa cascata, despencava rapidamente, o frio era cada vez mais intenso e eu encontrava-me perdido ao meio de Blackwood.

Procurei meu celular, mas este não estava mais comigo. Estava somente com a roupa do corpo e nada mais. E muito preocupado com Anne.

- Como será que estaria minha querida? – pensei comigo – será que ela já sentiu nossa falta?

Procurei um abrigo ou uma árvore grande a fim de me proteger, andei, rastejei-me até que desfaleci por várias horas.

*

Já era dia, a neve voltou a despencar dos cinéreos céus. Sentia-me estranho, parecia que minhas forças estavam voltando, mas os ferimentos pioravam.

Foi quando, de alguma maneira, voltei ao lugar onde tudo havia acontecido. Encontrei apenas rastros de sangue e meus objetos, os quais trouxera à floresta, intactos. O corpo de meu filho havia sumido.

Fui então rastreando o sangue que a neve não havia coberto por inteiro, pois as grandes árvores protegiam aquele gélido solo.

Andei trôpego e resfolegante, até que os rastros cessaram, avistando ao longe uma espécie de gruta.

- Engraçado – pensei comigo – moro aqui há anos e nunca tinha visto tal gruta neste lugar!

Resolvi trilhar por aquele lugar que cheirava a necrose.

Quando, de repente, um estrondo! A neve que ali permanecia por cima da gruta caíra fechando totalmente a entrada.

- É hoje!! – resmunguei.

Tudo estava contra mim, nada dava certo e meus ferimentos pioravam a cada passo.

Estava cada vez mais forte e mais lúcido, mas meu corpo aos poucos, degenerava-se.

Foi quando avistei no meio da penumbra meu querido filho pendurado de cabeça para baixo, quase que totalmente desfigurado, degolado e decapitado.

Ao longe escutei os uivos atrozes dos lobos e mais à frente os olhos vermelhos cintilantes das criaturas sanguinárias.

-Não, eles não são animais verdadeiros. – sussurrei.

De repente, uma sombra gigantesca surgiu por trás das criaturas e algo realmente espavorido tomou minha frente, murmurando:

- Hei, Ed, seja bem-vindo ao inferno. Esperava por esse momento há séculos e agora que consegui o sacrifício de uma criança, os portões do inferno se abrirão, e você, a partir desse momento, será meu Mensageiro!! – disse em voz gutural e soturna aquela criatura.

Encarei a criatura sombria dos pés à cabeça, parte homem, parte lobo, uma deidade infernal a qual ancorara em nossa longínqua cidade. Sua voz metálica, seu sorriso maldoso e cruel, seus dentes pontiagudos, suas garras afiadas e principalmente seu olhar devorador aterrorizava e arrepiava todo meu ser.

E agora o que farei? Fugir? Impossível! Lutar? Não tenho a mínima chance contra tal deidade.

- A partir deste momento, você me pertence! Sua alma agora é minha Ed!!

De repente, os três lobos vieram em minha direção, cercam-me e a deidade apossou-se de meu corpo.

*

Era noite, avistei minha casa e já haviam passado três dias.

Avistei, por trás da janela de vidro, Anne e minha filhinha Jessica chorando na sala em frente à lareira.

Resolvi entrar. Mas Anne, ao abrir a porta, fez-me sentir uma força assustadoramente incrível brotando de meu âmago, fazendo-me voar em seu pescoço na tentativa de sugar-lhe o sangue.

Ela se debatia e perguntou iracunda o que estava acontecendo comigo. Caí em si e disse:

- O que foi que fiz? – indaguei assustado

- Saia, saia daqui Ed, o que você fez comigo, o que você fez com meu filho? – gritou chorando inconstante.

Foi quando Jessica veio em nossa direção e sem saber o que estava se passando, disse:

- O Adam está lá na sala papai! Ele disse para vocês não brigarem.

Anne olhou para mim e rumou afoita até o cômodo. Chegando lá, nada avistara. Apanhou Jessica em seus braços e a beijou incessante.

- Eu vi, Ed, com meus próprios olhos. A polícia encontrou o corpo do nosso filho todo desfigurado na floresta de Blackwood!! Assassino! Assassino! A polícia toda do Estado está à sua procura seu louco, maníaco.

Sem compreender o que estava acontecendo, resolvi fugir em desespero e acabei entrando em uma das casas do bairro.

Avistei um casal de velhinhos assistindo à televisão.

Assustaram-se ao ver meus ferimentos abertos e quase caindo aos pedaços. Sem piedade alguma, avancei no senhor e, com minhas mãos toscas que mais pareciam garras, arranquei-lhe o coração. A senhora em torpor, tentou fugir! Pulei sobre ela e comecei a dilacerar seu alvo e delicado pescoço. A atrocidade e voracidade tomavam conta de mim de uma maneira tão execrável e violenta, que aos poucos engoli suas entranhas com tamanha astúcia.

Pendurei celeremente seus corpos na sala, com suas próprias entranhas, em um dos antigos lustres.

Findando a matança, caí em mim e percebi o que havia feito.

Não acreditando, saí da casa e segui em direção à floresta. Corri, corri, corri...sem rumo, até entrar na maldita Blackwood.

Parecia uma corrida eterna pela minha personalidade, por minha sanidade que havia perdido de uma hora para outra.

- O mal tem várias faces – sussurrou uma voz de criança.

- Adam, é você, filho? – perguntei obserando resfolegante ao meu redor.

Foi quando o avistei num canto turvo da floresta, vestido de branco, manchado em sangue, clamando-me.

Resolvi seguir Adam, para ver onde queria me levar. O mais incrível de tudo era que podia vê-lo claramente, não era sonho nem mesmo uma visão, era real.

Por trás de um frondoso pinheiro ele me chamou. Chegando mais perto, percebi aquele pinheiro ao qual havíamos escolhido para colocarmos em nossa sala.

O mais assustador de tudo era que este, estava enfeitado com cabeças decapitadas e cadáveres de pessoas, penduradas feito bolas de natal e outros enfeites usados nesta época do ano.

Observando aquilo tudo, vomitei ali mesmo. Prostrei-me ao chão dando início a um choro copioso. Senti a mão suave de meu filho a acariciar minha cabeça, olhei para ele, seu rosto começara a desfigurar-se lentamente, sua voz soava mais macabra e em seus olhos pude avistar a maldade.

Como num passe de mágica, ele desapareceu entre a bruma escura do final da tarde.

O desespero tomara conta de mim e, mais do que isso, as palavras de Anne não saíam de minha mente.

- Será que realmente matei meu filho? – indaguei em voz alta.

Saindo da floresta, novamente o instinto assassino, torvo e dantesco tomou conta de meu ser. Desta vez a vítima seria o padre Bean, da paróquia de nosso bairro.

Bati à porta clamando por ajuda e imediatamente o padre colocou-me para dentro.

Engraçado, ao entrar na igreja, um calafrio percorreu minha espinha.

Padre Bean abençoou-me, cuidou de meus ferimentos e rezou, rezou muito por minha perdida alma.

Resolvi então me confessar de algo que não saberia exatamente se era real ou não.

Comecei a contar tudo que havia passado nas últimas 72 horas. O padre, sem saber o que dizer, foi saindo vagarosamente do confessionário a fim de chamar a polícia.

A ira novamente tomava conta de meu ser. Corri atrás da santidade e iníquo, ergui-o pelo pescoço. Quanto mais ele se debatia mais minhas afiadas unhas penetravam em sua derme.

Carreguei-o até a grande mesa de mármore onde era celebrada a missa e por ali permaneceu.

Fui até o altar e, sem muito esforço, inverti a cruz central.

Peguei-o novamente no colo e o pendurei de cabeça para baixo diante daquele símbolo cristão, que agora não mais o era. Com minhas garras lívidas rasguei uma parte de sua garganta, e ali, suspirou até a morte, inundando a sacristia num sangue sacro-profano.

Como se nada tivesse acontecido, saí da igreja.

Ao abrir a porta dezenas de policiais estavam à minha espera. Apontaram-me suas armas e fizeram com que me rendesse.

Tal qual um bicho do mato, saltei incoercível em suas direções, eles atiraram, mas as balas não me atingiam. Não sentia mais dor, não possuía mais pávido, pois havia perdido tudo nos últimos dias, inclusive minha fé. Estava a um passo da insanidade.

Acabei matando muitos deles. Começava aí a caçada do assassino de Blackwood, que era tão somente: eu.

Novamente a floresta era minha única égide, o sangue das vítimas deixava-me cada vez mais forte, mas essa força ia cessando aos poucos.

Precisava beber do líquido escarlate, pois meu corpo e minha alma necessitavam insistentemente.

Qual foi minha surpresa quando entrei na mata fechada! Os três lobos estavam a minha espreita.

Resolvi enfrentar os assassinos de meu filho, pois até aquele momento eu era o único culpado.

Os três correram em minha direção. Avancei em um deles, e tal qual um animal, o rilhei com meus afiados dentes.

Outro saltou em minhas costas, mas de nada adiantava, pois minha força equivalia a de todos eles juntos. Esmaguei a cabeça de um, batendo violentamente ao da outra iracunda criatura.

Acabei por matar os dois, o mais forte ainda tentava lutar contra a morte, foi quando de dentro de mim, esvaiu-se novamente aquela criatura obscura a qual tomara meu corpo.

Enfraquecido, chamou por meu nome e sumiu floresta adentro.

Os lobos eram a principal ferramenta para seus ataques e, sem eles, este demônio procuraria outras presas fáceis para continuar sua diabólica trilha.

Sentei-me e por ali fiquei. Foi quando a polícia, com seus cães farejadores encontraram-me, dando-me voz de prisão. Os lobos mortos haviam se desintegrado. Não havia mais como provar minha inocência.

Segundo o xerife, minhas impressões digitais estavam por todo corpo de meu filho. Pedaços de pele foram encontrados por entre as unhas de Adam, sendo assim, conforme os exames de DNA, aqueles pedaços a mim pertenciam, ou seja, meu filho lutou até a morte contra seu próprio pai!

- Mas como? - perguntava-me - se presenciei os lobos devorando-o.

Chegando à prisão, fui colocado em uma cela separada, pois era considerado um preso de alta periculosidade.

Pensei exacerbado em todo o ocorrido, e uma fúria tempestuosa tomou conta de mim.

Dias depois, minha mulher e Jessica fizeram-me uma vista.

- Porque, Ed? O que houve com você? Você parece mais um monstro, não mais o reconheço! Meu próprio marido, a pessoa que mais amei neste mundo. – disse-me encarando-me aos prantos, a probre Anne.

Jéssica, piedosa, olhou-me e abaixou a cabeça. Queria muito contar toda a verdade a elas, mas, alma alguma acreditaria em mim.

Talvez tenha sido eu mesmo o autor da morte de meu filho, talvez um mórbido complô satânico fez de mim um assassino esquálido e impiedoso. Aqui, por essas terras, nunca se sabe a verdadeira mensagem que a morte nos traz.

Anne então despediu-se e seguiu seu cainho. Jessica olhou para trás e, com o mesmo olhar expressivo e macabro dos lobos, encarou-me pútrida, feito uma criatura infernal.

- Nããããããao – gritei desesperado e debatendo-me contra as grades;

Mas ninguém me ouvia, meus gritos pareciam não sair.

Anne fitou-me novamente e foi-se.

De longe, apenas pude escutar e imaginar o rastro de sangue e terror que agora se transferiram para Jessica.

*

Muitos e muitos anos passaram-se e deram-me a liberdade condicional, por alegarem desvio psicológico. Perdi tudo: minha vida, minha identidade, minha família. Anne e Jessica não moram mais em minha casa, nunca mais as vi. Há rumores de que Jessica ficara louca e que ela tenha sido responsável pela recôndita morte da mãe, minha Anne.

Hoje, a floresta Negra é vigiada por Jessica e suas criaturas do inferno, ou como dizem, os três anjos negros.

O Estado, a cidade, deixaram-me para trás, tal qual um verme que vagueia pela noite, e ser algum, desde aquele dia, nunca mais atreveu-se a sair de casa ao cair das sombras.

De tempos em tempos, quando a morte está por vir em alguma família e a noite cair, sou aquele que por entre a penumbra e as trevas, chega para relatar a sua vinda.

E às vezes, somente às vezes, quando estou a vagar pelas ruas, ouço os uivos ferozes de outros lobos infernais à procura de outras vítimas além da Floresta Negra.

Hoje, sou uma lenda para qual essa vã cidade sempre se lembrará do “Mensageiro da Morte”.

“A escuridão vem de forma brusca, a neve alva realça a escuridão noturna. Ainda ouço os sussurros desesperados daquelas pobres almas, que há anos atrás pintaram essa neve pálida em escarlate”.

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Escrito no ano de 2000 - Conto registrado na BNL

(reeditado)

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 20/01/2011
Reeditado em 21/01/2011
Código do texto: T2740425
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