Cafezal ( Baseado em Fatos Reais)
Todas as manhãs João acordava para ir trabalhar na colheita do café, era uma vida sofrida, naquela época pagavam muito pouco pelos alqueires, então tinham que trabalhar em dobro, as mãos se machucavam pelos galhos afiados, o sangue se misturava com os grãos. Quase não tinha tempo de sair com os amigos, como forró, jogar futebol e outras coisas. A sua cruz pesada que carregava, era aquela plantação, era obrigado a manter o pão de cada dia, mesmo com a pouca idade, já tinha responsabilidade de um homem.
No entanto, naquele sofrimento, ele tinha uma amiga, que trabalhava com ele, seu nome era Raquel, uma menina linda de olhos verdes, chamava a atenção dos peões por onde passava, mas trabalhava feito uma escrava no cafezal, a vida também exigia muito dela, o pouco dinheiro que ganhava era para sua casa, ajudar seus pais, e sempre se queixava com seu melhor amigo:
- Eu não aguento mais essa vida, trabalho tanto pra nada, não consigo nem comprar as coisas que eu quero!
- O que você queria Raquel?
- Queria comprar batom, meus vestidos pra sair, que já estão todos rasgados, mas tenho que ajudar em casa
- Vai dar tudo certo!
- Ás vezes eu penso, se chegasse um homem aqui e me tirasse dessa vida, eu ficaria muito feliz, mas não acredito em contos de fadas...
Ela deixou lágrimas escorrer dos seus olhos claros, até chegar seu chefe e lhe dar uma bronca. João tinha pena dela, como uma menina tão linda, podia sofrer tanto, apesar que ela já não via beleza em si mesma. Certo dia, ela andava sozinha no café, e três colegas de trabalho aparecem e cercam a garota indefesa. Ela tentou fugir, mas os maníacos a agarram com força, tentava gritar, mas foi amordaçada por um deles, quando iam abusar de Raquel, João surge armado com uma foice e ordena que fossem embora e a deixassem em paz, eles se retiram apressados com medo, ela o abraça fortemente, e chorando, agradece ao amigo:
- Aconteça o que acontecer, sempre seremos amigos!
- Concerteza amiga, você é como uma irmã pra mim!
No dia seguinte, Raquel foi á farmácia comprar veneno de chumbinho, tinham muitos ratos em sua casa e comiam os alimentos. Nesse dia, ela não foi trabalhar no cafezal, e João sentiu sua falta, o suor escorria pelo seu rosto, não sabia se estava delirando, mas teve a impressão de ter visto sua amiga caminhando de branco, atrás de um pé de café, olhando para ele, por um momento ele pensou: " Ela conseguiu o vestido novo", e continuou trabalhando. No final da tarde, todos estavam em sua casa chorando, inclusive a mão de Raquel em estado de choque:
- O que aconteceu mãe?
- Pensei que já soubesse, Raquel se matou hoje de manhã com chumbinho de rato, quando sua mãe foi vê-la no quarto, seu corpo já estava duro sobre a cama!
- O que?!
- Ela deixou uma carta antes de morrer, pedindo desculpas aos outros, mas já não aguentava mais essa vida...
João ficou arrasado, ela era sua melhor amiga, tinha sonhos e se acabou para sempre, lembrou-se da cena dela de branco, andando e olhando pra ele, não quis contar pra ninguém, mas com um sorriso, guardou essa lembrança no seu coração...
PS: Agradeço ao seu João que me contou
sua história.
Todas as manhãs João acordava para ir trabalhar na colheita do café, era uma vida sofrida, naquela época pagavam muito pouco pelos alqueires, então tinham que trabalhar em dobro, as mãos se machucavam pelos galhos afiados, o sangue se misturava com os grãos. Quase não tinha tempo de sair com os amigos, como forró, jogar futebol e outras coisas. A sua cruz pesada que carregava, era aquela plantação, era obrigado a manter o pão de cada dia, mesmo com a pouca idade, já tinha responsabilidade de um homem.
No entanto, naquele sofrimento, ele tinha uma amiga, que trabalhava com ele, seu nome era Raquel, uma menina linda de olhos verdes, chamava a atenção dos peões por onde passava, mas trabalhava feito uma escrava no cafezal, a vida também exigia muito dela, o pouco dinheiro que ganhava era para sua casa, ajudar seus pais, e sempre se queixava com seu melhor amigo:
- Eu não aguento mais essa vida, trabalho tanto pra nada, não consigo nem comprar as coisas que eu quero!
- O que você queria Raquel?
- Queria comprar batom, meus vestidos pra sair, que já estão todos rasgados, mas tenho que ajudar em casa
- Vai dar tudo certo!
- Ás vezes eu penso, se chegasse um homem aqui e me tirasse dessa vida, eu ficaria muito feliz, mas não acredito em contos de fadas...
Ela deixou lágrimas escorrer dos seus olhos claros, até chegar seu chefe e lhe dar uma bronca. João tinha pena dela, como uma menina tão linda, podia sofrer tanto, apesar que ela já não via beleza em si mesma. Certo dia, ela andava sozinha no café, e três colegas de trabalho aparecem e cercam a garota indefesa. Ela tentou fugir, mas os maníacos a agarram com força, tentava gritar, mas foi amordaçada por um deles, quando iam abusar de Raquel, João surge armado com uma foice e ordena que fossem embora e a deixassem em paz, eles se retiram apressados com medo, ela o abraça fortemente, e chorando, agradece ao amigo:
- Aconteça o que acontecer, sempre seremos amigos!
- Concerteza amiga, você é como uma irmã pra mim!
No dia seguinte, Raquel foi á farmácia comprar veneno de chumbinho, tinham muitos ratos em sua casa e comiam os alimentos. Nesse dia, ela não foi trabalhar no cafezal, e João sentiu sua falta, o suor escorria pelo seu rosto, não sabia se estava delirando, mas teve a impressão de ter visto sua amiga caminhando de branco, atrás de um pé de café, olhando para ele, por um momento ele pensou: " Ela conseguiu o vestido novo", e continuou trabalhando. No final da tarde, todos estavam em sua casa chorando, inclusive a mão de Raquel em estado de choque:
- O que aconteceu mãe?
- Pensei que já soubesse, Raquel se matou hoje de manhã com chumbinho de rato, quando sua mãe foi vê-la no quarto, seu corpo já estava duro sobre a cama!
- O que?!
- Ela deixou uma carta antes de morrer, pedindo desculpas aos outros, mas já não aguentava mais essa vida...
João ficou arrasado, ela era sua melhor amiga, tinha sonhos e se acabou para sempre, lembrou-se da cena dela de branco, andando e olhando pra ele, não quis contar pra ninguém, mas com um sorriso, guardou essa lembrança no seu coração...
PS: Agradeço ao seu João que me contou
sua história.