A NAMORADA DE JAMES

David era um homem perturbado, psicopata reincidente que em várias ocasiões, esquartejou e espalhou o sangue de suas miseráveis vítimas, demarcando território pelo seu mudus operandi, aterrorizando não só suas vítimas, mas também outros carniceiros como ele.

Em seu Simka negro metálico, andava na escuridão da noite e era um rejeitado pelo diabo, como dizem os americanos, qualificando este tipo de verme, muitos bebedores de sangue humano, pelo simples sabor adocicado ferroso que possui.

Mas nos seus últimos dias, David, decididamente não podia vir a luz do dia, pois era caçado não como assassino mas como um suspeito do sumiço de Julie sua ex namorada.

Era uma noite como outra qualquer que tudo começou... David convidou Julie para um drink, depois um jantar em sua sinistra residência nos arredores de Belfast, herança de sua generosa avó, que se suicidou no sótão da velha mansão.

Era costume enterrarem os mortos nos jardins de casa, e ali, entre as velhas roseiras, estavam enterrados a mãe, o pai, um irmão e os dois avós de David, e hoje ele morava sozinho ali, há 5 kilometros da cidade, o que causou estranheza a Julie que o conhecia a muito pouco tempo, o que não causou menos impacto a delicada estrutura de Julie foi ter avistado entre as árvores na penumbra da noite, as cruzes, suas mãos gelaram e seguram mais firmes ainda as de David, que a olhou e misteriosamente sorriu dizendo.

____Rsrsrsr, depois falamos sobre isso, meu amor...

____Quantos mortos há ali David? Indagou Julie...

____Alguns meu anjo, alguns... Vamos já está na hora do jantar.

Subiram os 18 degraus da entrada, e uma enorme porta se abriu, entraram... E mais uma vez Julie estremeceu ao ver os candelabros da sala com uma mistura de azul e vermelho intenso e subindo a escada interna um velho senhor de cabelos branco e com o corpo levemente inclinado para a frente...

____Quem é David?

____O mordomo, meu amor, vamos para a mesa.

Do ultimo degrau da escada o mordomo virou-se e de sua boca na penumbra do rosto saíram tenebrosamente as palavras...

____O jantar está servido na sala de jantar.

____Obrigado, James, disse David.

O casal tomou conhaque com anis e depois jantou pato com laranjas.

Meia hora depois, Julie olhava curiosa, o quarto de David, quando uma pancada violentíssima a atingiu em sentido horizontal as costas, desmaiou, voltou a si, e agora era puxada pelos cabelos e jogada violentamente contra a parede, quando voltou do impacto recebeu um profundo corte no rosto, desfaleceu e seu crânio foi moído pelo taco de golfe naquela mão assassina...

A madrugada gelada e nebulosa viu deslizar tranqüilo o Simka sinistro entre os ciprestes da Irlanda, e dentro com um ar tranqüilo, apesar da perseguição, David fumava.

Apesar de sua leveza, David sabia que Julie estava morta e que estavam a perseguí-lo.... Pegou no porta luvas mais alguns comprimidos, ingeriu 5 ao mesmo tempo, seus olhos vermelhos correram até o banco do lado e pegou um litro de absinto, o qual tomou um generoso gole, mais um cigarro, enquanto dedilhava o volante, vendo ao longe o comboio de viaturas com as luzes ligadas.

Já amanhecia o dia quando acordou entre os arbustos onde camuflou seu carro, deu partida, entrou na rodovia, acelerou, andou 300 metros, e sentiu seu carro levantar do chão com o impacto.

Inocentemente parou e saiu do carro, carregando uma mala, deu 5 passou e foi alvejado por todos os atiradores que o esperavam ali, seu corpo foi sendo diluída pela pesada carga de projéteis, e ao final caíram no chão, pedaços humanos banhados de sangue e ao seu lado a mala.

Cuidadosamente aproximaram-se os policiais, pois tinham duas suspeitas, que estivesse na mala o corpo esquartejado de Julie, ou que numa ultima cartada David, a enchera de explosivos para que na hora H explodisse e matasse todos.

Aberta a mala, nela só havia ferramentas que David usava para sacrificar suas vitimas, comprimidos de barbitúricos e psicotrópicos.

Na verdade David era uma vítima, drogado, e dependente de medicamento era um joguete que fazia o que James o mandava fazer, matava, roubava, e por ter adquirido o instinto assassino esquarteja e mutilava suas vitimas, obedecendo a seu amo, que matou todos naquela mansão, ficando a morte da anciã, avó de David ao próprio David, o desejo de herdar tudo foi a maquina de matar que moveu a sanha assassina de James.

Mais tarde quando os policiais examinavam o computador de David para enriquecer suas provas, eles descobriram algo singular, a Webcam de David gravara o assassinato de Julie... Antes um pouco de ser morta ela estava conversando com uma amiga e deixou a câmera ligada...

Nela via-se nitidamente o mordomo chegando por trás e desferindo os golpes, até consumar o assassinato.

O dia de outono, na sinistra mansão, continuava quando ao longe um comboio levava para a penitenciaria o velho mordomo.

Na janela que ficava par o por do sol, com os dois braços colocados sobre o batente uma senhora de cabelos brancos nos seus 90 anos exclamou...

___Oh James...! Meu amor, você foi fiel a vida toda... O infeliz de meu neto em seus delírios pensou que me matou... E agora que íamos viver a nossa merecida recompensa você foi matar aquela imbecil, rsrsrsrsr, James, James, vou sentir saudade de você, seu diabinho rsrsrsrsrs...

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 25/03/2011
Reeditado em 25/03/2011
Código do texto: T2870297
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