Um encontro com o Terror

Este conto dedico aos meus amigos que também escrevem contos do gênero terror aqui no recanto. A principio não queria postar... mas sabe como é... postei assim mesmo.

João estava sentado á frente de seu computador, naquele seu quartinho pequeno onde a inspiração chegava de repente, de uma forma sombria. Ele estava ali teclando. Era sempre assim, ligava o CPU e o msn já se conectava automaticamente. Ele falava com alguém quando um outro amigo começou a conversar com ele.

- E aí alemão! Só de boa?

- Tudo bem. E você?

- Tudo jóia, João.

- O que ta aprontando?

- Só matando o tempo.

- Sem nada pra fazer, então entra no msn né? Disse João.

- Sim. O que está fazendo?

- To aqui tomando um pouco de vinho.

- Só bebe o sangue dele, não é?

- É isso mesmo! Rsrsrs...

- Sabe... gostei da sacada de sua casa.

- Como? Disse João olhando a sua volta.

- Por que você sempre deixa a porta aberta, hein?

- Não entendi cara... do que você está falando?

- Liga a cam seu branquelo de merda!

- Onde é que você está!

- Bem perto de você!

- Você ta de brincadeira né? Disse ele ligando a cam. A imagem que ele viu em seguida o deixou paralisado por um momento. No seu computador ele pode ver a sacada de sua casa. A porta estava aberta, ele viu um vulto passando pela janela da sala de visitas e o que lhe causou mais medo era que a sombra criada na cortina parecia carregar uma faca em uma de suas mãos. Ele digitou algo no computador e deu um enter. Pegou a taça que estava ali e deu uma golada ingerindo todo aquele liquido. Levantou-se devagar e colocou a cabeça para fora da porta do quarto. Viu apenas a sombra de alguém andando calmamente pela sala. Ele deixou os chinelos para trás e saiu descalço para não fazer barulho, seguiu na direção contrária do corredor e foi para a cozinha.

- Ei alemão! Aparece vai... não se esconde não cara. A voz atravessou a toda a casa seguida por uma gargalhada fria que invadiu os ouvidos de João. Ele estava vasculhando as gavetas atrás de uma faca, ao ouvir a voz ele apenas se virou na direção do vão onde deveria haver uma porta, mas não havia nada ali.

- Maldito! Ele pensou. Olhou para trás, a porta dos fundos estava trancada, a chave havia ficado na porta da frente junto ao chaveiro. Que droga! Eu sou um burro mesmo! Ele estava acuado ali devido ao seu descuido, uma faca em uma de suas mãos.

- Alemão? João? Murilo? Como prefere morrer? Perguntou a voz que se aproximava cada vez mais.

- Aparece logo seu desgraçado! Foi quando ele chegou á porta da cozinha. Um olhar frio e maquiavélico atravessava uma máscara estranhamente horrenda. Uma coroa sobre sua cabeça. Suas mãos seguravam algo, mas Alemão viu que não era só uma faca, era uma espécie de espada.

- Quem é você, afinal. O que é você? Disse João olhando para o corpo a sua frente. Sua altura era de um homem comum, cerca de 1,75 m por aí. Mas era imponente e assustador.

- Sou o medo... seu medo... todo aquele medo que você descreve tão bem em seus contos. Finge ser senhor de si, mas isso ninguém o é. Você é apenas um monte de merda! Tomando este vinho barato... aqui preso horas e horas naquele seu quarto. Alemão ergueu a faca e partiu para cima dele. O homem a sua frente apenas estendeu sua mão contra ele, deu um giro e bateu com o lado da espada em seu peito. Alemão sentiu a pancada da espada, seu peito ardendo em dor, sangue saiu pela sua boca e ele foi jogado contra o armário da cozinha, uma pilha de pratos e alguns copos caíram sobre ele e se desfizeram em pedaços no chão.

- Não adianta lutar seu idiota.

- O que você quer comigo? Disse ele tossindo e ainda cuspindo sangue. A faca já não estava mais em suas mãos. Ele estava tremendo de medo.

- Apenas me divertir... estou cansado de ver tudo se desmoronar a minha volta. Estou cansado de ser um Deus. Estou cansado de ver vocês desempenharem o meu papel.

- Seu papel? Não sei o que te fiz, mas apenas escrevo contos, não era minha intenção fazer mal a ninguém.

- Fingi ser um fã vocês. Apossei-me deste corpo humano. E agora matarei um a um. Toda sua estirpe, não restará sequer um de vocês. Alemão olhou para ele, seus olhos repletos de medo, o homem parecia ter ganhado força naquela hora, ele ergueu sua espada e aterrisou-a sobre o crânio de João. João ainda agonizava com a espada cravada em sua cabeça, suas pernas junto ao chão tremiam sem parar, de repente sua bermuda molhou-se, ele acabara de se urinar, a boca estava estranhamente aberta e os olhos se perdendo em um branco profundo. O sangue ainda escorria pela sua testa quando o assassino puxou a espada, o corpo de João quis vir junto, mas ele forçou o cabo da mesma para o lado e depois para cima, o corpo de Murilo pareceu sentir aquilo como fincadas de uma imensa agulha pois era como se ele estivesse tendo uma espécie de ataque inconsciente. Uma fenda maior então abriu-se sobre a cabeça de Murilo. O seu corpo caiu de lado, agora sem vida. O homem ainda se abaixou, olhou novamente para o rosto dele e deu um sorriso sádico. Ele ergueu-se novamente e caminhou até o quarto, abriu a porta e se deparou com a tela do computador de João. Mensagens ainda permaneciam na tela.

- Mauro ele ta aqui!

- Como? O que foi João? Que brincadeira é essa?

- João? Tem alguém aí mesmo?

- João? Responde porra!

Ele deu um sorriso, pegou a espada e partiu o computador em dois. Caminhou para fora da casa, dois metros á frente abaixou-se e pegou um notebook que estava ali. Olhou para casa mais uma vez.

- Mauro... Mauro Alves... ele riu ao lembrar-se da foto que Mauro havia postado no site. Uma caveira, uma de suas mãos sobre uma escrivaninha e a outra apoiava seu queixo esquelético. Aquilo o fez ter uma idéia. Ele sorriu, retirou sua máscara e começou a andar pela rua calmamente. Enquanto isso Mauro falava ao telefone com Faby Crystall.

- Faby, eu to falando sério! Ele digitou isso mesmo aqui no msn.

- Mauro ele deve estar só brincando!

- Pode ser, mas isso ta muito estranho!

- Repete o que ele digitou Mauro, mas com calma. Por favor!

Mauro então falou exatamente o que o Murillo tinha digitado antes de digitar... Mauro ele está aqui!

- Ele disse: Mauro! O Dosan invadiu minha casa... ele ta maluco cara... e tem uma faca!

Continua...

Leiam também meu conto...

“Pena de Morte”

Um forte abraço e que Deus lhes abençoe e ilumine sempre!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 27/03/2011
Reeditado em 28/03/2011
Código do texto: T2873607
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.