O Imortal (Cap. I)

Aqui um conto que eu vou moldar em partes... essa é a primeria, deve ter duas partes só... mas espero que vcs gostem. q diabo de imortal é esse????

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Fechou a porta com cuidado, pois não queria ser ouvido por ninguém. Calmamente, ele caminhou pela escuridão da mansão Gianni. Esgueirou-se por entre belos móveis rústicos do senhor Paulo Gianni. Ele ficou admirando, por alguns segundos a sombra de um enorme lustre que havia acima de sua cabeça. Uma pintura na parede chamou sua atenção, pois na fraca luz do luar, ele pode reparar os traços de uma obra renascentista.

- Deve ser do século XIV ou XV. – disse baixinho.

Mas, não era aquilo que ele viera roubar.

Subiu as escadas, com certo medo, afinal, era a primeira vez que fazia aquilo e temia que seus passos despertassem alguém da casa. Cada passo era dado cuidadosamente. Até que na repetição calma de pé em pé, ele chegou ao topo da escada.

Deu de cara com um imenso corredor, cheio de portas, onde havia candeeiros em cima das pequenas mesas, colocadas estrategicamente ao longo de todo o corredor. Nas paredes havia pinturas dos antepassados da família Gianni. Inclusive do falecido pai do Sr Paulo. Ali, era o lugar onde os Gianni prestavam homenagens a memória dos antepassados.

O homem sabia exatamente o que queria, mas não sabia onde estava. Deveria estar em algum quarto próximo ao do casal, então ele deveria ser silencioso, mortal. Lembrou-se de uma piada ridícula que um amigo lhe contara sobre gases intestinais ninjas.

Com um pouco de sorte, as portas estariam destrancadas. Tentou a primeira, a segunda e a terceira, mas a sorte parecia não estar do seu lado. Na quarta porta, a sorte ia começar a mudar de lado.

Ele rodou a maçaneta e a porta se escancarou. Entrou fazendo o mínimo de barulho possível. Retirou do bolso um vidrinho cheio de clorofórmio e um lenço. Aproximou-se da cama, nela uma pessoa dormia enrolada em um grosso edredom.

Ele puxou as cobertas. Mas para sua surpresa, não era a pessoa que procurava. Ali dormia uma velha senhora de seus setenta anos, estava claramente acima do peso. Ela estava com uma camisola florida e com os cabelos cheios de bobs o que lhe causava um aspecto de vovó.

- Velha dos infernos. – disse baixinho com muita raiva.

Mas, foi o suficiente para fazer a velha acordar. Ela viu o vulto de uma pessoa toda vestida de negro ao lado de sua cama, o que lhe causou um enorme susto, mas antes que a pobre coitada pudesse gritar um lenço cheio de clorofórmio à fez voltar a dormir novamente.

O homem retirou sua balaclava, enxugou a testa e o suor que lhe brotava dos lábios. Seu plano quase fora por água a baixo.

Saiu do quarto e tentou a próxima porta, estava trancada.

No quarto seguinte, dormia um homem, devia ter vinte cinco anos. Ele sabia que era um primo da família, um sujeito misterioso, apesar de os Gianni serem relativamente pacatos, aquele sujeito escondia alguma coisa. Seu nome era Balthazar. O homem recuou, sem mexer com ele.

Sua busca acabaria no próximo quarto. Ao destravar a porta, ele viu a decoração rósea. Ela estaria ali, com certeza.

Um sorriso brotou do canto de sua boca.

Ele afastou o sobretudo e puxou uma adaga. Na faca havia um pentagrama incrustado no metal.

A doce Morgana Gianni dormia seu sono virginal; em seus quinze anos, recém completados.

O homem empunhando a adaga e ficou ao lado da cama da menina. E começou a sussurrar em latim no ouvido dela:

- Adiuro vitae, vitae Adiuro. Ego pars mei cordis tui et iam meum. Moriamur et vitam aeternam. Nomine Lucifer Belial pro, pro Lamia. Obis et vivam aeternaliter nam te omnia saecla. – depois de uma pausa, como que mais concentrado- A subliminal auditui Ioco ab authore?

A menina começou a se retorcer na cama, virou de um lado pra o outro, até permanecer completamente estática em cima da cama.

Nesse momento, o homem cravou a adaga em seu ventre e abriu-lhe um buraco na barriga. O sangue da menina jorrou e sujou todo o seu lençol branco, mas ela não gritava, pois estava presa em um feitiço.

O homem abriu um rombo de tamanho considerável, depois colocou a mão dentro, até quase o cotovelo e puxou o coração da menina ainda pulsando. Entalhou um pentagrama no coração e o engoliu de uma vez, em uma cena bizarra. Depois de um minuto:

- Meu trabalho aqui, está concluído. – sussurrou.

Saiu de fininho do quarto da menina. Caminhou por todo o corredor sem fazer barulho. Mas, quando ia chegando à escada, uma voz firme deu a ordem:

- Parado ai, camarada.

O homem virou-se vagarosamente.

Na sua frente, vestido de pijamas e com um enorme revolver Magnum 357 apontado direto para sua cabeça, estava Balthazar Gianni.

- Você? – disse o homem.

Balthazar avançou mais um passo.

- Quem é você?- disse Balthazar- o que você quer?

O homem fez menção de fugir e Balthazar disparou. Acertando-o no meio do peito.

Balthazar saiu em disparada. O ladrão desceu as escadas correndo com seu sobretudo esvoaçando e o homem atrás dele. Quatro disparos acertaram as costas do ladrão, mas ele não parava de correr.

O ladrão jogou um vaso em uma janela de vidro, despedaçando-a. Depois saiu por ela, à toda velocidade.

- Maldito! – gritou Balthazar.

O ladrão fugiu.

Sr Gianni chegou assustado.

- Balthazar, o que aconteceu? – disse ofegante- Eu ouvi tiros.

Balthazar estava pasmo.

- Não é possível. – disse – eu acertei todos os tiros, foram cinco.

Paulo Gianni não entendeu muito bem o que o sobrinho falava.

- Esse cara... Tio Paulo, ele... Ele não era normal. – balbuciava. - Eu... Eu dei cinco... Cinco tiros.

Continua...

João Murillo
Enviado por João Murillo em 24/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2928605
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