OS MORTOS PODEM VOLTAR?

Morar perto de cemitério, por mais que as pessoas tentem disfarçar, o medo é inevitável, principalmente durante a madrugada,as chamadas horas mortas assustam causando aquele friozinho na espinha e uma vontade de correr, é muito normal nessas ocasiões, ouvirmos passos ou ruídos extranhos a nossa volta. Se estamos sozinhos então esse medo se multiplica a ponto de vermos fantasmas mesmo, evitamos olhar para o lado do cemitério onde túmulos e cruzes nos apavoram.

Há quem diga que tudo isso é a mais pura bobagem, que não existe assombração que os mortos não aparecem a ninguém, que até hoje nunca alguém conseguiu provar nada a esse respeito, que tudo não passa de crendice popular. Pois eu discordo dessas pessoas e lhes digo por que, eu acompanhei de perto vários casos que aconteceram em muitos cemitérios, não é ficção não! Como escritor, me interesso por esses assuntos, sejam eles verdadeiros, inventados ou paranóias, meus contos estão repletos dessa minhas experiências pessoais.

Esse que relatarei a seguir foi de arrepiar todos os pelos de meu corpo, e olha que eu estou acostumado com situações terríveis dentro dos cemitérios espalhados por esse país. Moradores dos arredores de um cemitério, reclamavam muito do barulho que vinha de dentro do cemitério que não os deixavam dormir a noite.

Como eram pessoas idôneas e respeitáveis o caso causou enorme alvoroço e chamou a atenção da imprensa e da polícia.

Um investigador, um repórter e eu, três católicos e experientes profissionais, dos tres eu era o único que levava o assunto a sério, os outro dois estavam sempre fazendo piadinhas e brincadeiras com o caso. Em fim como estávamos designados para a extranha ocorrência, lá estávamos nós, eram duas da manhã, quando eu, o jornalista e o investigador caminhávamos por entre os túmulos do cemitério a procura do responsável pelos eventuais barulhos que tanto incomodavam os vizinhos. Por um momento tive que me afastar dos meus companheiros, para tirar água do joelho, quando retornei só estava lá o jornalista, outro tinha desaparecido misteriosamente das vistas do jornalista, que não sabia explicar o que tinha acontecido.

Depois de muito procurarmos, o encontramos... estava caído no chão próximo a uma carneira, completamente nú e sem sentidos.

A muito custo conseguimos despertá-lo, indagado sobre o que havia acontecido, não soube explicar, apenas lembrava ter visto uma linda mulher vestida de branco que lhe havia convidado para fazer amor com ela, a princípio estranhou encontrar uma bela mulher aquela hora da noite e dentro do cemitério. Porém logo se deixou envolver por sua exuberante beleza. A última coisa que ele se lembrava era que tinha recebido um beijo dela e de mais nada. O que nos deixou ainda mais intrigados era o fato de que ele acordou com a sensação de ter feito sexo a noite inteira com aquela mulher. Nós achamos que ele teria levado uma pancada na cabeça e que não estava falando coisa com coisa, mas o fato de estar nú e desmaido nos deixou muito confuso.

Enquanto nós o vestia para protejê-lo do frio e do vento de inverno que soprava gelado aquela hora da noite. Êle desmaiou novamente

então nos apressamos em sair do cemitério, percebemos que algo de terrível eve ter-lhe acontecido, temendo por sua vida o conduzimos rapidamente ao hospital que ficava próximo dalí.

O exame revelou que não houve nenhuma agrassão física, que a causa da morte era desconhecida. Eu e o repórter só nos olhamos, só nos dois sabiamos do extranho acontecimento relatado pela vítima, achamos por bem manter o caso em segredo mesmo por que ninguém daria crédito e só iria apavorar ainda mais os já apavorados vizinhos do cemitério. Passado o velório, tivemos que retomar a perigosa tarefa de desvendar o mistério do barulho no cemitério...

Estamos aquí já há mais de duas horas, são tres da madrugada e não acontceu nada de novo, graças a deus pois diante da surpreendente morte de nosso amigo, nós estamos muito assustados.

Cansados depois de um dia inteiro no velório do investigador e de uma noite mal dormida, fomos rendidos pelo sono ambos dormimos alí mesmo

ao lado das sepulturas. Quando eu acordei o meu companheiro não estava do meu lado, como deveria estar, meus pelos se arrepiaram todos e tive a vontade de sair correndo, olhei para o túmulo em frente de onde eu estava e a foto de uma mulher estava me olhando de forma muito extranha, era uma jóvem muito bonita, lí as inscrições na lápide e fiquei sabendo que ela tinha morrido há muitos anos atrás.

Pensei por uns instantes que se tratasse da mesma mulher descrita pelo detetive morto aquí neste cemitério há dois dias atrás.

Tive muito medo, apesar de minha experiência em lidar com casos desse tipo. Passado o susto, comecei a procurar pelo meu amigo, que eu esperava que tivesse ido fazer xixí por entre os túmulos e que logo surgisse á minha frente, mas nada disso aconteceu, eu já estava desistindo de procurá-lo, quando notei algo extranho dentro de um túmulo abandonado e aberto.

Para minha surpresa tratava-se do corpo do jornalista, eu pude reconhecê-lo por que a cabeça estava intacta, o resto do corpo estava inreconhecível, parecia que um animal tinha devorado toda a sua carne, o esqueleto estava exposto e vermes se alimentavam de sua carne em estado de decomposição.

Tive náuseas e tive que correr para traz dos túmulos onde vomitei quase tudo que tinha comido na janta.

Em seguida devo ter desmaiado, quando acordei estava noite, temí por minha segurança, fiz mensão de sair do cemitério quando fui impedido por uma multidão de seres vestidos de branco a princípio me sentí aliviado, pensei tratar-se de uma visão de anjos, que teriam vindo em meu socorro.

Mas logo percebí que não era nada disso, eram muitos casais bem jóvens se beijando e praticando sexo, isso mesmo êles se despiam diante de meus olhos incrédulos no que viam, era como se eu me encontrasse diante de um cena de strip tiase coletivo e uma soruba como meus olhos nunca tinham visto, era uma soruba macabra da forma mais erótica que se pode imaginar, particavam sexo das formas mais variadas e com fantazias conhecidas e até as imagináveis e desconhecidas, que devem ter sido práticas milenares praticadas por homens e mulheres de todos os tempos, uma verdadeira orgia ao ar livre e ao vivo, enquanto eu a tudo assistia boquiaberto, uma terrível surpresa suje diante de meus incrédulos olhos.

Dois casais e aproximaram de mim e eu pude identificá-los, isso é os dois homens eram nada mais nada menos que o investigador e o jornalista que haviam sido mortos naquelas noites de horror no cemitério. Firmei meus olhos nos dois bem a minha frente e mal pude acreditar que fossem eles mesmo, enquanto eu ainda estava pasmo diante daquela incrível visão, os dois me dirigiram a palavra, então eu não tive dúvidas de que se tratava deles mesmo.

Disseram-me, amigo escritor, não fique triste por nossa causa, nós estamos muito bem onde estamos, descobrimos um nova forma de amor

de uma forma muito mais intensa. Dito isso se afastaram e juntando-se aos demais, uma cena inesquecível se passou como um filme de terror, diante de meus olhos aflitos e apavorados. Uma multidão vestida de branco dançavam e cantavam enquanto faziam amor tal qual tinha acontecido anteriormente, só que desta vez, eu contemplei seus corpos serem devorados por vermes diante de meus olhos.

Aos poucos foram ficando só os esqueletos, que continuavam dançar e fazer sexo um amor macabro.

Acredito que depois dessa verdadeira paranóia, devo ter desmaiado,

vindo a acordar dias depois num leito hospitalar.

Essas incríveis lembranças não param de me assombrar dia e noite,

se não tivesse sido real as mortes de meus dois companheiros eu diria ter sonhado, tudo me parecia tão incrível e assustador.

FIM

OBSERVAÇÃO:

O CONTO ACIMA É MAIS UMA DE MINHAS FICÇÕES, TENDO SIDO OMITIDOS OS NOMES DOS ENVOLVIDOS NA ESTÓRIA PROPOSITALMENTE, BEM COMO A CIDADE ONDE TODA A TRAMA SE DESENROLOU.