O MISTÉRIO DO VELHO CASTELO - PARTE 4

- Desculpe, mas quem é você?

Josh sentiu-se desanimar por um instante. Sabia que era pouco provável que um paciente se recuperasse, mas achou que poderia ter uma chance com Armand.

- Não está me reconhecendo?

O velho Armand sentia sua cabeça girar, de forma que a única coisa que conseguiu fazer foi devolver o silêncio como resposta.

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Trude estava revirando os arquivos dos pacientes em sua sala quando sentiu uma mão tapar-lhe a boca repentinamente. Sentiu suas pernas ficarem bambas e antes que caísse no chão foi amparada por braços fortes.

-Te peguei! Adivinha quem é? – A voz vinha zombeteira ao lado do seu ouvido direito, suficientemente clara para que ela logo reconhecesse quem estava atrás dela.

-Não tem graça Ramon! – disse ela tirando a mão de sua boca – quer me matar de susto filho da mãe?

-Ei calma! Só queria te fazer uma surpresa!

-Já tive o bastante por hoje não acha? Que tal deixar para noite? – o tom de sua voz tornou-se suave e convidativo. Ramon se preparava para responder quando subitamente seu tom de voz voltou ao normal, ou seja: insuportável – Vamos fazer o seguinte: você me ajuda a achar a ficha do “fedorento”, e, quem sabe eu penso no seu caso – dito isso, dirigiu-se em direção à um pesado porta arquivos e jogou-o em sua direção.

-Não era para ele ter falado, era? Quer dizer, pelo que eu sei, desde que ele ficou maluco ele não fala. Alguém mudou a medicação dele?

Trude sentou-se em sua cadeira. Por um instante, um lapso de uma lembrança passou em sua mente, rápido o suficiente para que ela levasse a mão ao queixo sem entender a pergunta de Ramon.

-Desculpa Ramon, mas dá pra você falar com a boca pelo amor de Deus?

-É... já vi que hoje o dia não vai ser fácil...

-É Ramon, não está sendo na verdade. Faz um favor pra mim? Encontre a ficha do “fedorento” e arrume essa bagunça. Quando eu voltar, quero a ficha dele na minha mesa e essa sala limpa, entendeu?

-Sim senhora – respondeu um Ramon desanimado.

-Pense bem, se a sala estiver limpa, hoje à noite podemos conversar – disse isso com um sorriso malicioso no rosto, e então saiu.

Bonilha
Enviado por Bonilha em 28/07/2011
Reeditado em 03/05/2012
Código do texto: T3123991
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