MINI CONTO- LILITH, A MÃE DE TODOS OS DEMONIOS.
Meu nome é Lilith. Só me lembro de ter ido parar ao hospital logo após realizar um ritual com meus amigos no bosque e depois que eu adormeci, vi mamãe chorando na minha cama, me pedindo pra voltar. Não sei bem o que ela quis dizer com aquilo, pois afinal, me encontro aqui ao lado dela, mas a mesma não para de chorar. Tem um pano, uma coberta, algo cobrindo alguma coisa, e minha mãe chora muito por essa coisa. Muito estranho. Eu tentei abraçá-la, mas não consegui. Era como se eu não existisse. Como se estivesse sonhando. É talvez isso não passe de um sonho.
-Olá, Lilith!
Eu olhei para o lado e tinha uma sombra escura, na entrada do quarto onde estou dormindo e minha mãe ainda continua chorando muito...
-Quem é você?- eu perguntei.
-Venha comigo, Lilith, e te mostrarei. - a sombra escura respondeu a mim, flutuando na entrada do quarto.
Eu o observei e observei também as enfermeiras atravessando aquela sombra, como se fosse uma simples fumaça. Eu fiquei desconfiada por alguns minutos, mas depois, como isso é somente um simples sonho, aceitei o convite daquela sombra. Dei um beijo na testa de minha mãe e disse que tudo ficaria bem. A sombra estendeu uma de suas mãos negras, e eu as segurei. Em pouco tempo, o simples quarto de hospital, havia se transformado em uma floresta escura, fria e assustadora.
- Pra onde está me levando? O que vamos fazer aqui?- eu perguntei a sombra, que no lugar dos olhos, existiam dois buracos negros assustadores.
Ele sorriu ironicamente e depois disse:
-Siga em frente, Lilith... Haverá inúmeras surpresas pelo caminho. Fique atenta.
Eu o observei assustada e interroguei:
-Você não vem comigo?
Ele gargalhou, fazendo-a ecoar por toda floresta e depois disse;
-A minha obrigação já fora cumprida. Eu te busquei. Agora é com você. O chefe te espera no portal.
E seguido disso, desapareceu. O silêncio tomou conta daquele lugar assustador. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Aquilo era real demais para ser um sonho. Será mesmo que é só um sonho?
Eu gritei pela minha mãe, chorei, pedi ajuda, mas nada e nem ninguém me escutava. A floresta estava morta e ninguém escutava meus clamores. Desesperada e tentando achar uma forma de sair daquela floresta medonha, respirei fundo e decidi andar. Percebi que a cada passo que dava olhos vermelhos e amarelos entre as moitas, me observavam com ódio profundo, sofrimento e dor. Senti medo. Senti-me sozinha. Mas tinha que seguir em frente.
Caminhei pela floresta silenciosa. Observei o céu. Não tinha estrelas, nem luar. Era um céu negro, morto, banhado pela escuridão. Continuei caminhando enquanto encarava os olhares mistos me observando pela relva negra que cobria a floresta. Em seguida, comecei a escutar sussurros, bem próximos a mim, vindos de cima de uma árvore. Olhei pra cima e tinham duas coisas indescritíveis lá em cima, pendurados. Corpo de um abutre, olhos vermelhos e brilhantes como os de um gato e um bico, que ao soltar um grunhido, eu pude ver seus enormes dentes amolados. Eu corri em lata velocidade, escutando o outro abutre gargalhando de uma forma sinistra da outra árvore. Clamei por socorro, enquanto sentia suas garras pontiagudas penetrando minha alma, dilacerando-a em pedaços. Eu não sangrava e só então pude concluir que estava no plano espiritual inferior.
Enquanto eu clamava em prantos por ajuda, caída ao chão, escutei uma voz espantando os abutres. Parecia ordenar. Sentei-me e tentei limpar as lágrimas que temiam descer pelo meu avental encardido e despedaçado pelos dentes ferozes dos monstros, quando me deparei diante de uma caverna escura e um homem, alto, vestindo uma capa preta sorriu, ordenando a minha entrada. De primeiro não concordei, mas os olhares entre as moitas, agora me observavam com muito ódio, como se estivessem esperando aquele homem desaparecer dali e me atacarem por toda eternidade. Aceitei o convite e adentrei-me na caverna.
Ele caminhou na minha frente e eu atrás tentava observar ao redor, mas a escuridão me impedia.
-Aonde vamos?- eu perguntei.
O silêncio continuou e eu perguntei novamente.
-Cadê minha mãe? Onde eu estou?
Dessa vez ele me olhou e com um sorriso irônico, disse:
-Seja bem vinda, Lilith! Tu serás a rainha das trevas, onde você reinará sendo mãe de todos os demônios e rainha dos súcubos! A sua eternidade terá como objetivo fazer toda a raça humana cometer pecados imperdoáveis, para que suas almas caiam aqui, diretamente ao Inferno!
E depois que ele disse aquilo, uma luz iluminou tudo, mostrando o lugar onde eu me encontrava. Tinham pessoas chorando e clamando por perdão divino, animais e seres deformados, chicoteando e fazendo as almas pecadoras de seus escravos. Brasas quentes e labaredas de fogos sendo expelidas a todo o momento contra as almas pecadoras. Por uns estantes comecei a sentir prazer com aquilo tudo. E agora, bem, agora estou aqui nas trevas, sentada ao lado do príncipe das trevas. O maioral dos demônios: Lúcifer. Estarei aqui, servindo e o adorando-o, por toda eternidade, ajudando com as almas pecadoras, para juntos, montarmos uma Legião e derrotaremos aquele ser divino, ao qual em vida, sempre o odiei, mas somente agora vim saber o porquê.
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"[...]Lilith é referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido.[..] FONTE: wikipédia
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Isso foi só um conto da onde tirei a ideia, de onde esse demonio poderia ter vindo. Não é veridica.